Tecelãs da existência
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2014 |
Tipo de documento: | Artigo |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Revista Estudos Feministas |
Texto Completo: | https://periodicos.ufsc.br/index.php/ref/article/view/36545 |
Resumo: | Neste ensaio, entrelaço fios de vidas das mulheres negras que estão atadas ao fio daminha vida. Com os fios soltos das canções de Zezé Motta e dos escritos da filósofa HannahArendt, teço este texto-existência. Na leitura dos ensaios e poemas de Marlene Nourbese Philip,escritora afro-caribenha, me inspiro não só para resistir às amarras culturais hegemônicas,mas também para transcendê-las, criando possibilidades de escrita que vincule a dinâmica dafala com a dinâmica da ação, compondo um texto que se movimenta ora como dança, atravésdo espaço, ora como uma canção, ritmada pelo tempo, pois criar e dançar uma coreografiaé uma forma de fazer história. Como investiga Selma Treviños, trata-se de uma ferramenta paraanimar o passado ou uma “escrita” acerca de algo que já foi feito, se concordamos que cadacorpo carrega sua própria história e individualidade, memória, sentimentos e emoções. Nabusca do entendimento desta minha breve existência, danço, escrevo, teço palavras com fiosdesfiados da flor do útero das minhas ancestrais. Vasculho minhas lembranças e, na memóriacorporal, decifro a dor, encontro a raiz da violência, observo o medo, destilo a alegria, enfeitoa doçura, mergulho na paz e conheço a liberdade. |
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Tecelãs da existênciaNeste ensaio, entrelaço fios de vidas das mulheres negras que estão atadas ao fio daminha vida. Com os fios soltos das canções de Zezé Motta e dos escritos da filósofa HannahArendt, teço este texto-existência. Na leitura dos ensaios e poemas de Marlene Nourbese Philip,escritora afro-caribenha, me inspiro não só para resistir às amarras culturais hegemônicas,mas também para transcendê-las, criando possibilidades de escrita que vincule a dinâmica dafala com a dinâmica da ação, compondo um texto que se movimenta ora como dança, atravésdo espaço, ora como uma canção, ritmada pelo tempo, pois criar e dançar uma coreografiaé uma forma de fazer história. Como investiga Selma Treviños, trata-se de uma ferramenta paraanimar o passado ou uma “escrita” acerca de algo que já foi feito, se concordamos que cadacorpo carrega sua própria história e individualidade, memória, sentimentos e emoções. Nabusca do entendimento desta minha breve existência, danço, escrevo, teço palavras com fiosdesfiados da flor do útero das minhas ancestrais. Vasculho minhas lembranças e, na memóriacorporal, decifro a dor, encontro a raiz da violência, observo o medo, destilo a alegria, enfeitoa doçura, mergulho na paz e conheço a liberdade.Universidade Federal de Santa Catarina2014-05-19info:eu-repo/semantics/articleinfo:eu-repo/semantics/publishedVersionapplication/pdfhttps://periodicos.ufsc.br/index.php/ref/article/view/3654510.1590/%xRevista Estudos Feministas; Vol. 22 No. 2 (2014); 565-584Revista Estudos Feministas; Vol. 22 Núm. 2 (2014); 565-584Revista Estudos Feministas; v. 22 n. 2 (2014); 565-5841806-95840104-026Xreponame:Revista Estudos Feministasinstname:Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC)instacron:UFSCporhttps://periodicos.ufsc.br/index.php/ref/article/view/36545/28547Copyright (c) 2018 Revista Estudos Feministasinfo:eu-repo/semantics/openAccessMara Freire, Ida2018-08-14T16:10:38Zoai:periodicos.ufsc.br:article/36545Revistahttps://periodicos.ufsc.br/index.php/ref/indexPUBhttps://periodicos.ufsc.br/index.php/ref/oai||ref@cfh.ufsc.br1806-95840104-026Xopendoar:2022-11-21T11:38:21.267603Revista Estudos Feministas - Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC)true |
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