Inferência da melhor explicação: Darwin e a adaptação
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2020 |
Tipo de documento: | Artigo |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Journal of Lean Systems |
Texto Completo: | https://ojs.sites.ufsc.br/index.php/peri/article/view/3729 |
Resumo: | Realistas científicos estabeleceram a tese de que o sucesso da ciência pode ser filosoficamente explicado com base na confiabilidade metodológica decorrente do uso de inferências eliminativas e assim seria possível se estar seguro de que as teorias bem sucedidas devem ser aceitas em função unicamente de seus méritos epistemológicos, ontológicos e comparativos (superioridade em relação a teorias rivais). O argumento realista adotado para essa discussão é o argumento (eliminativista) da inferência da melhor explicação: a) um fenômeno precisa ser explicado; b) uma teoria T explica melhor o fenômeno do que outras teorias rivais; c) logo, há boas razões para se aceitar T. O argumento tem sofrido diversas críticas, diretas ou indiretas; contudo, tais críticas são gerais; esse artigo procura destacar, para fins de análise crítica, a premissa (a) (a qual tem por objetivo oferecer uma aparência de estabilidade ontológica para teorias rivais que, assim, concorreriam para explicar o mesmo fenômeno). No que diz respeito à premissa (a), o trabalho do historiador e filósofo da biologia Gustavo Caponi defende a ideia de que o que é conhecido como “adaptação” não possui identidade semântica quando a palavra aparece na tradição da teologia natural e história natural e quando é empregada para designar um elemento da teoria de Charles Darwin; ou seja: embora tanto a teologia natural/história natural quanto Darwin tenham usado a palavra “adaptação”, seus sentidos eram bastante diferentes. Para Caponi, “adaptação”, no sentido da teologia natural/história natural significa um fato estabelecido que necessitava de uma explicação; para Darwin, “adaptação” significava um problema gerado pela teoria da seleção natural. Assim, a teologia natural/história natural e Darwin não compartilhariam o fenômeno da adaptação e portanto a inferência da melhor explicação não captaria o significado da novidade introduzida por Darwin. |
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