Análise dialógica do gênero jornalístico ombudsman

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Rodrigues, Rosângela Hammes
Data de Publicação: 2010
Outros Autores: Ribeiro, Vinicius Valença
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Working Papers em Lingüística (Online)
Texto Completo: https://periodicos.ufsc.br/index.php/workingpapers/article/view/1984-8420.2009v10nespp1
Resumo: Este artigo apresenta uma análise interpretativa do gênero do discurso ombudsman da esfera do jornalismo. Os dados de pesquisa compreendem as versões online do ombudsman, publicadas semanalmente, de dois jornais brasileiros, ambos com periodicidade diária: Folha de S. Paulo, da cidade de São Paulo (SP), e Jornal da Manhã, da cidade de Ponta Grossa (PR). O período de coleta ocorreu entre os dias 14 de dezembro de 2008 e 09 de janeiro de 2009, o que resultou na coleta de quatro ombudsman de cada jornal, totalizando oito enunciados do gênero. O trabalho tem como fundamentação teórica a concepção dialógica da linguagem do Círculo de Bakhtin, bem como seus estudos acerca dos gêneros do discurso. Para a análise, são seguidos os procedimentos metodológicos organizados por Rodrigues (2005), consonantes com a fundamentação teórica do Círculo. A fim de favorecer a compreensão do gênero, são propostas duas grandes abordagens, que se relacionam: análise da dimensão social e análise da dimensão verbal [dimensão da linguagem materializada]. Cada uma dessas abordagens possui os seus desdobramentos analíticos separados em seções ao longo do trabalho. Finalmente, buscou-se realizar uma síntese de algumas regularidades do gênero que foram evidenciadas durante o estudo. Verificamos que o jornal onde o gênero se expressa e a esfera discursiva do jornalismo como um todo são os objetos de discurso do gênero; o endereçamento é ao leitor do jornal, ao passo que o autor do ombudsman busca atender ao que ele (leitor) reivindica, empenhando-se em um movimento dialógico de engajamento para com o leitor previsto/geral do gênero. Para tanto, o autor produz um acento de valor positivo ou brando, quando crítico, para o discurso do leitor e, ao mesmo tempo, um acento de valor negativo, de um modo geral, para a cobertura jornalística objeto de discussão; há uma relação dialógica fortemente marcada entre leitor, jornal e autor, bem como a materialização das críticas dos leitores de modo implícito ou na forma de citação direta ou indireta na textualização do gênero; o projeto discursivo do gênero ombudsman está limitado pelo projeto ideológico/mercadológico da empresa jornalística. A crítica ao jornal e a defesa do leitor são permitidas pelo jornal desde que não determinem polêmicas em grau elevado capazes de desestabilizar os interesses comerciais da empresa jornalística.
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