Editorial, n. 24, 2007

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Encontros Bibli, Editor
Data de Publicação: 2007
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Encontros Bibli
Texto Completo: https://periodicos.ufsc.br/index.php/eb/article/view/456
Resumo: EDITORIAL DIVERSIDADE DA CIÊNCIA DA INFORMAÇÃO Costuma-se dizer que a Ciência da Informação não contém os mesmos traços de outras ciências. Quer isso dizer que não é constituída para chegar a leis e a paradigmas como aqueles das ciências físicas e matemáticas, ainda o modelo predominante de ciência? Quer isso dizer que ela não seria similar às ciência humanas e sociais existentes, a tratar dos discursos sobre as coisas, ou sobre as relações entre os indivíduos, ou sobre a consciência e a conduta do viver em sociedade?Se essas interrogações são aceitáveis, então a Ciência da Informação seria um conjunto de práticas sociais que, envolvendo conhecimentos de diversa origem, traduz a busca de explicações sobre a origem, fluxo e uso de toda a informação produzida pela ação humana? Se for isso, então a Ciência da Informação é um campo que se constitui como uma caixa de ferramentas intelectuais, ou metodologias de pesquisa para estudar o resultado mais visível da existência da humanidade da escrita, da humanidade do registro externo visível, táctil, audível, enfim, sensível do pensamento. Pensamento que é expressão estética, pragmática econômica, arrazoados e expressões de valoração sobre o existir, configurando um ser, ter, e sentir? A natureza dessas questões parece colocar a Ciência da Informação como uma filosofia da atualidade, que se ambienta num espaço humano em que há previamente instalada a escrita, a eletricidade, a ordenação da produção dos escassos meios da existência material, etc. Daí se pode perceber que a Ciência da Informação é diversa não por acudir, necessariamente, a práticas diversas. Ela é diversa por tratar do que é diverso como conseqüência da existência humana que é diversa. Ela é diversa por utilizar todas as possibilidades metodológicas que a criação intelectual pode produzir. Essa reflexão vem a propósito de recente discussão sobre se o lugar pragmático, burocrático, funcional, estatal, precede qualquer decisão sobre o que deve ser tomado como referência mais apropriada ao acolhimento de programas de formação acadêmico-universitária de Mestres e Doutores em assuntos relacionados à informação no Brasil. Pode-se perguntar, à propósito, se a discussão deve estar circunscrita ao ter (meios materiais para o fazer) ou ao ser (esteta do pensamento para a ação humana e social)? Essa discussão no Brasil, está entre os grandes débitos da Comunidade brasileira constituída em torno da Ciência da Informação, para si e para a sociedade geral, que custeia o seu pensar e o fazer. Evidentemente, com esta discussão, pela discussão em si, não chegar-se-á à última compreensão sobre se as novas propostas de caráter acadêmico-universitário devem ser encaminhadas somente para os comitês de credenciamento em Ciência da Informação ou se também para os comitês de credenciamento de âmbito multidisciplinar existentes nas agências brasileiras de avaliação e fomento. Contudo, ter-se-á ampliado a capacidade de tolerar as iniciativas que, em última instância, aperfeiçoam o agir, permitindo que se dê na prática um princípio cibernético caro aos Cientistas da Informação: a retroação, ou em outros termos, os efeitos da avaliação, que é uma prática inserida como instrumento de acompanhamento dos Programas de Pós-graduação uma vez aprovados e instalados. Nesta edição, Encontros Bibli traz para a comunidade de Ciência da Informação doze textos, definidos como artigos e um décimo terceiro texto que, em sendo um relato, sintetiza as comunicações feitas no âmbito do II Seminário do Grupo de Pesquisa Informação, Tecnologia e Sociedade, da UFSC, realizado em dezembro de 2006. Para este fascículo 24, vinte e três originais foram avaliados por quarenta consultores, aos quais a Comissão Editorial de Encontros Bibli recorreu para que a diversidade de olhares, de valores, possam assegurar que este periódico só pode existir como o nome Encontros porque ele está comprometido como um espaço que fomenta essas relações de aproximação e valoração do processo de contínua e inextinguível construção da Ciência da Informação. Por fim, e como sempre, desejamos a cada um(a) uma excelente leitura! Prof. Francisco das Chagas de Souza – Editor chagas@cin.ufsc.br ou bibli@cin.ufsc.br Departamento de Ciência da Informação Programa de Pós-Graduação em Ciência da Informação Universidade Federal de Santa Catarina Brasil Florianópolis, Ilha de Santa Catarina, setembro de 2007.
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Ela é diversa por utilizar todas as possibilidades metodológicas que a criação intelectual pode produzir. Essa reflexão vem a propósito de recente discussão sobre se o lugar pragmático, burocrático, funcional, estatal, precede qualquer decisão sobre o que deve ser tomado como referência mais apropriada ao acolhimento de programas de formação acadêmico-universitária de Mestres e Doutores em assuntos relacionados à informação no Brasil. Pode-se perguntar, à propósito, se a discussão deve estar circunscrita ao ter (meios materiais para o fazer) ou ao ser (esteta do pensamento para a ação humana e social)? Essa discussão no Brasil, está entre os grandes débitos da Comunidade brasileira constituída em torno da Ciência da Informação, para si e para a sociedade geral, que custeia o seu pensar e o fazer. 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