Liberdade de consciência e ordem civil em John Locke

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Brum, Fabio Antonio
Data de Publicação: 2013
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Peri
Texto Completo: https://ojs.sites.ufsc.br/index.php/peri/article/view/871
Resumo:  Resumo Um dos grandes problemas do liberalismo político é administrar a pluralidade de opiniões, de doutrinas religiosas e morais que se formam no interior da sociedade civil. Uma teoria liberal não pode ter como princípio a instauração de um único ponto de vista como o verdadeiro. Ao contrário, trata-se de manter a coexistência pacífica daquela diversidade de pensamentos e ações, até mesmo porque o liberalismo busca reconhecer a pluralidade de opiniões como o resultado natural do exercício livre da razão humana. Tal pluralidade tem sua origem na liberdade de consciência individual. Cada indivíduo, adotando esta ou aquela crença, age em conformidade com ela, e, na medida em que a mesma crença é admitida por um grupo e repudiada por outro, surgem os conflitos que podem aumentar em intensidade até se tornarem violência física e moral, violência que o liberalismo procura combater e eliminar da sociedade civil. A questão então é como estabelecer e assegurar os direitos da consciência individual, delineando seus limites e sua esfera de atuação, para que, sem que a liberdade de consciência seja negada, a ordem civil seja mantida. Este artigo procura examinar o modo como esta questão foi tratada e desenvolvida no pensamento de John Locke, um dos pais do liberalismo. Palavras-chave: Liberdade, consciência, lei natural, tolerância. Abstract One of the greatest issues of political liberalism is to deal with the plurality of opinions, religious and moral doctrines which are formed within civil society. A liberal theory cannot have as a principle the establishment of one single point of view as the true one. Rather, it is about keeping the peaceful coexistence of that diversity of thoughts and actions, because political liberalism seeks to recognize the plurality of views as a natural result of the free exercise of human reason. Each person, choosing one or other belief, acts in accordance with it, and, to the extent that the same belief is accepted by a group and rejected by another, there come to be the conflicts which can turn into moral and physical violence; violence that political liberalism opposes and tries to eliminate from civil society. The question then is how to establish and ensure the rights of individual conscience, outlining its limits, so that without denying freedom of conscience, civil order is kept. The purpose of this paper is to show how John Locke, one of the fathers of political liberalism, addressed and developed this question. Keywords Freedom, conscience, natural law, tolerance. 
id UFSC-7_e88d344baeb9e51011787ef705a017d7
oai_identifier_str oai:ojs.sites.ufsc.br:article/871
network_acronym_str UFSC-7
network_name_str Peri
repository_id_str
spelling Liberdade de consciência e ordem civil em John Lockeliberdadeconsciêncialei naturaltolerância. Resumo Um dos grandes problemas do liberalismo político é administrar a pluralidade de opiniões, de doutrinas religiosas e morais que se formam no interior da sociedade civil. Uma teoria liberal não pode ter como princípio a instauração de um único ponto de vista como o verdadeiro. Ao contrário, trata-se de manter a coexistência pacífica daquela diversidade de pensamentos e ações, até mesmo porque o liberalismo busca reconhecer a pluralidade de opiniões como o resultado natural do exercício livre da razão humana. Tal pluralidade tem sua origem na liberdade de consciência individual. Cada indivíduo, adotando esta ou aquela crença, age em conformidade com ela, e, na medida em que a mesma crença é admitida por um grupo e repudiada por outro, surgem os conflitos que podem aumentar em intensidade até se tornarem violência física e moral, violência que o liberalismo procura combater e eliminar da sociedade civil. A questão então é como estabelecer e assegurar os direitos da consciência individual, delineando seus limites e sua esfera de atuação, para que, sem que a liberdade de consciência seja negada, a ordem civil seja mantida. Este artigo procura examinar o modo como esta questão foi tratada e desenvolvida no pensamento de John Locke, um dos pais do liberalismo. Palavras-chave: Liberdade, consciência, lei natural, tolerância. Abstract One of the greatest issues of political liberalism is to deal with the plurality of opinions, religious and moral doctrines which are formed within civil society. A liberal theory cannot have as a principle the establishment of one single point of view as the true one. Rather, it is about keeping the peaceful coexistence of that diversity of thoughts and actions, because political liberalism seeks to recognize the plurality of views as a natural result of the free exercise of human reason. Each person, choosing one or other belief, acts in accordance with it, and, to the extent that the same belief is accepted by a group and rejected by another, there come to be the conflicts which can turn into moral and physical violence; violence that political liberalism opposes and tries to eliminate from civil society. The question then is how to establish and ensure the rights of individual conscience, outlining its limits, so that without denying freedom of conscience, civil order is kept. The purpose of this paper is to show how John Locke, one of the fathers of political liberalism, addressed and developed this question. Keywords Freedom, conscience, natural law, tolerance. Universidade Federal de Santa Catarina2013-02-13info:eu-repo/semantics/articleinfo:eu-repo/semantics/publishedVersionArtigo avaliado pelos Paresapplication/pdfhttps://ojs.sites.ufsc.br/index.php/peri/article/view/871PERI; v. 4 n. 2: Temática Locke; 35 - 502175-1811reponame:Periinstname:Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC)instacron:UFSCporhttps://ojs.sites.ufsc.br/index.php/peri/article/view/871/374Copyright (c) 2015 Fabio Antonio Bruminfo:eu-repo/semantics/openAccessBrum, Fabio Antonio2015-03-16T11:17:12Zoai:ojs.sites.ufsc.br:article/871Revistahttp://www.nexos.ufsc.br/index.php/periPUBhttp://www.nexos.ufsc.br/index.php/peri/oaidanielschiochett@gmail.com || revistaperi@contato.ufsc.br2175-18112175-1811opendoar:2015-03-16T11:17:12Peri - Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC)false
dc.title.none.fl_str_mv Liberdade de consciência e ordem civil em John Locke
title Liberdade de consciência e ordem civil em John Locke
spellingShingle Liberdade de consciência e ordem civil em John Locke
Brum, Fabio Antonio
liberdade
consciência
lei natural
tolerância.
title_short Liberdade de consciência e ordem civil em John Locke
title_full Liberdade de consciência e ordem civil em John Locke
title_fullStr Liberdade de consciência e ordem civil em John Locke
title_full_unstemmed Liberdade de consciência e ordem civil em John Locke
title_sort Liberdade de consciência e ordem civil em John Locke
author Brum, Fabio Antonio
author_facet Brum, Fabio Antonio
author_role author
dc.contributor.author.fl_str_mv Brum, Fabio Antonio
dc.subject.por.fl_str_mv liberdade
consciência
lei natural
tolerância.
topic liberdade
consciência
lei natural
tolerância.
description  Resumo Um dos grandes problemas do liberalismo político é administrar a pluralidade de opiniões, de doutrinas religiosas e morais que se formam no interior da sociedade civil. Uma teoria liberal não pode ter como princípio a instauração de um único ponto de vista como o verdadeiro. Ao contrário, trata-se de manter a coexistência pacífica daquela diversidade de pensamentos e ações, até mesmo porque o liberalismo busca reconhecer a pluralidade de opiniões como o resultado natural do exercício livre da razão humana. Tal pluralidade tem sua origem na liberdade de consciência individual. Cada indivíduo, adotando esta ou aquela crença, age em conformidade com ela, e, na medida em que a mesma crença é admitida por um grupo e repudiada por outro, surgem os conflitos que podem aumentar em intensidade até se tornarem violência física e moral, violência que o liberalismo procura combater e eliminar da sociedade civil. A questão então é como estabelecer e assegurar os direitos da consciência individual, delineando seus limites e sua esfera de atuação, para que, sem que a liberdade de consciência seja negada, a ordem civil seja mantida. Este artigo procura examinar o modo como esta questão foi tratada e desenvolvida no pensamento de John Locke, um dos pais do liberalismo. Palavras-chave: Liberdade, consciência, lei natural, tolerância. Abstract One of the greatest issues of political liberalism is to deal with the plurality of opinions, religious and moral doctrines which are formed within civil society. A liberal theory cannot have as a principle the establishment of one single point of view as the true one. Rather, it is about keeping the peaceful coexistence of that diversity of thoughts and actions, because political liberalism seeks to recognize the plurality of views as a natural result of the free exercise of human reason. Each person, choosing one or other belief, acts in accordance with it, and, to the extent that the same belief is accepted by a group and rejected by another, there come to be the conflicts which can turn into moral and physical violence; violence that political liberalism opposes and tries to eliminate from civil society. The question then is how to establish and ensure the rights of individual conscience, outlining its limits, so that without denying freedom of conscience, civil order is kept. The purpose of this paper is to show how John Locke, one of the fathers of political liberalism, addressed and developed this question. Keywords Freedom, conscience, natural law, tolerance. 
publishDate 2013
dc.date.none.fl_str_mv 2013-02-13
dc.type.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/article
info:eu-repo/semantics/publishedVersion
Artigo avaliado pelos Pares
format article
status_str publishedVersion
dc.identifier.uri.fl_str_mv https://ojs.sites.ufsc.br/index.php/peri/article/view/871
url https://ojs.sites.ufsc.br/index.php/peri/article/view/871
dc.language.iso.fl_str_mv por
language por
dc.relation.none.fl_str_mv https://ojs.sites.ufsc.br/index.php/peri/article/view/871/374
dc.rights.driver.fl_str_mv Copyright (c) 2015 Fabio Antonio Brum
info:eu-repo/semantics/openAccess
rights_invalid_str_mv Copyright (c) 2015 Fabio Antonio Brum
eu_rights_str_mv openAccess
dc.format.none.fl_str_mv application/pdf
dc.publisher.none.fl_str_mv Universidade Federal de Santa Catarina
publisher.none.fl_str_mv Universidade Federal de Santa Catarina
dc.source.none.fl_str_mv PERI; v. 4 n. 2: Temática Locke; 35 - 50
2175-1811
reponame:Peri
instname:Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC)
instacron:UFSC
instname_str Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC)
instacron_str UFSC
institution UFSC
reponame_str Peri
collection Peri
repository.name.fl_str_mv Peri - Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC)
repository.mail.fl_str_mv danielschiochett@gmail.com || revistaperi@contato.ufsc.br
_version_ 1799940525843808256