Intersubjetividade e solipsismo nas Meditações Cartesianas de Husserl

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Vieira, Allan J.
Data de Publicação: 2014
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Peri
Texto Completo: https://ojs.sites.ufsc.br/index.php/peri/article/view/911
Resumo: Resumo:O presente artigo visa discutir a temática do solipsismo a partir da leitura das Meditações cartesianas de Husserl. A questão que emerge é referente ao estatuto da fenomenologia enquanto idealismo transcendental, tal como exposto nas Meditações, e, a partir daí, à irrupção do solipsismo. Com efeito, ao praticar a redução fenomenológica e identificar a fenomenologia com uma egologia, o próprio Husserl adverte para o surgimento de um “solipsismo aparente”. E, após construir o itinerário que, ao longo das quatro primeiras meditações, o conduz à afirmação de que a fenomenologia deve ser um novo tipo de idealismo transcendental, Husserl inicia a quinta meditação, dedicada ao tema da intersubjetividade, colocando explicitamente a questão relativa à objeção do solipsismo que poderia ser dirigida contra a fenomenologia. Mas, se, tal como é apontado nas Meditações, a redução não altera em nada o sentido que o mundo tem para o ego transcendental, ficando, desse modo, suspensa apenas a tese geral da atitude natural relativa à existência fática do mundo, não deveria a esfera intersubjetiva ser mantida, na qualidade de puro correlato noemático? A redução já não se revela, desde o princípio, como intersubjetiva? Assim, o problema que se pretende investigar é o sentido que o solipsismo possui na fenomenologia, tendo como ponto de partida as Meditações cartesianas. O objetivo é buscar estabelecer de que maneira esse solipsismo pode encontrar um sentido legítimo dentro da fenomenologia transcendental e de que modo Husserl procura ultrapassar essa questão. Palavras-chave: Fenomenologia. Intersubjetividade. Solipsismo. Husserl. Abstract: This present article aims to discuss the solipsism theme from the reading of Husserl's Cartesian Meditations. The question that emerges is related to the status of phenomenology as a transcendental idealism, as exposed in the Meditations, and, from there, the inrush of solipsism. Indeed, by doing the phenomenological reduction and identifying the phenomenology as egology, Husserl himself warns of the emergence of an ";;;apparent solipsism";;;. And after building the itinerary that over the first four meditations, leads it to the assertion, that the phenomenology must be a new kind of transcendental idealism, Husserl begins the fifth meditation dedicated to the theme of intersubjectivity, explicitly placing the issue related to the objection of solipsism that could be directed against phenomenology. However, as it is pointed out in the Meditations, the reduction doesn’t alter the sense that the world has for the transcendental ego, being thus, suspended only the general thesis of the natural attitude on the factual existence of the world, shouldn’t the intersubjective sphere be maintained as pure noematic correlate? The reduction doesn’t reveal itself, since the beginning, as intersubjective? Thus, the problem being investigated is the sense that solipsism has phenomenology, taking as its point of departure the Cartesian Meditations. The aim is to seek to establish how this solipsism could find a legitimate sense in the transcendental phenomenology and how Husserl seeks to overcome this issue. Keywords: Phenomenology. Intersubjectivity. Solipsism. Husserl.
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