John Donne no Brasil
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 1998 |
Outros Autores: | |
Tipo de documento: | Artigo |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Ilha do Desterro |
Texto Completo: | https://periodicos.ufsc.br/index.php/desterro/article/view/8360 |
Resumo: | O leitor fica sem saber a troco do que John Donne lhe surge de repente, num virar de página, e através de períodos que parecem responder a uma pergunta que não foi formulada.(...) Ninguém, nem o Sr. Afrânio Coutinho falara, até então, de John Donne,(...). Simplesmente, esse trecho, como inúmeros outros (quase todos) do livro, revela que leituras apaixonantes obrigaram o professor Afrânio Coutinho a tomar em seu caderno alguns apontamentos eruditos. (MARTINS 1983 vol.I: 621) A citação acima, extraída de um artigo de Wilson Martins (in O Estado de São Paulo, 25/02/54), ilustra bem a posição reservada a John Donne, até então, por aqueles que, no Brasil, se dedicavam aos estudos de literatura. “A troco do que” - perguntava o autor - deveria ser o leitor de Correntes Cruzadas confrontado com o nome de Donne? Quem, até aquele momento, dele se ocupara? Ninguém, respondia o erudito articulista (nem mesmo o Sr. Afrânio Coutinho), embora reconhecendo que o nome do poeta pudesse ter sido fonte de algumas “leituras apaixonantes” . Interessava-lhe apontar enfaticamente, porém, que a lembrança de Donne surgia de maneira gratuita, desligada de qualquer argumentação ou contexto que a preparas se ou justificasse. Não apenas Afrânio Coutinho silenciara sobre a obra de Donne em seu livro; ninguém, de fato, havia, até aquele momento, dedicado, ao poeta, qualquer atenção mais demorada. Curiosamente, o próprio artigo, assim como o livro nele discutido, atestava, no entanto, que o esquecimento do nome de Donne estava por findar. |
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