0 sujeito pronominal no português falado e escrito
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 1988 |
Tipo de documento: | Artigo |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Ilha do Desterro |
Texto Completo: | https://periodicos.ufsc.br/index.php/desterro/article/view/8921 |
Resumo: | Lira (1982) estudou um aspecto morfo-sintático do português -- a variaçãoo entre o sujeito pronominal e o sujeito zero. Este e um tópico de interesse nas línguas românicas, pouco estudado até hoje, podemos exemplificar esta variação com as seguintes sentenças tiradas de gravações com falantes nativos do português: (1) Nos curtimo o namoro, mas legal mesmo: 0 Ia pro Parque Lage, 0 escrevia naquelas pedras nosso nome. Olha: 0 Ficou lá anos. Eu panhava lata de tinta do meu pai, $ levava dentro da bolsa e pincel, ai 0 pintava nosso nome lá. (MC 12 A/200) Cunha (1972:204) afirma que os pronomes sujeitos são normalmente omitidos no português pois as desinências verbais bastam para indicar a pessoa a que se refere o predicado como também o número gramatical. Ele argumenta que a referência do sujeito é clara na flexão sujeito-verbo e que o uso do pronome é devido as seguintes razões: ênfase; para opor duas pessoas diferentes; para diferenciar duas formas morfológicamente ambígüas. Quicoli (1976) em um enfoque gerativo-tansformacional discute a regra que ele chama de apagamento do sujeito pronominal em português. Ele argumenta que esta regra apaga somente pronomes sujeitos que são redundantes, não-enfáticos, não-contrastivos. Entretanto uma análise da fala de 30 falantes - 15 minutos de cada falante - mostrou a seguinte situação: |
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