Editorial
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2016 |
Outros Autores: | , |
Tipo de documento: | Artigo |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Cadernos Brasileiros de Terapia Ocupacional |
Texto Completo: | https://www.cadernosdeterapiaocupacional.ufscar.br/index.php/cadernos/article/view/1535 |
Resumo: | A Revista “Cadernos de Terapia Ocupacional da UFSCar”, ao produzir esse dossiê temático sobre cultura e diversidade, pretende divulgar textos qualificados, apresentar práticas e reflexões, e promover o diálogo sobre a cultura, a diversidade e a diversidade cultural, a partir da terapia ocupacional, para os leitores da Revista e demais interessados.Cultura é um tema transversal. As reflexões sobre o impacto dos processos da globalização no campo cultural, que movimentam debates internacionais, provocam discussões sobre assimilação, hibridismo, interculturalidade, entre outras, tão presentes e com desdobramentos impactantes, como os que temos assistido neste início de século XXI.A questão da identidade no mundo pós-moderno fez com que o debate em torno dos processos culturais se tornasse fundamental e as relações entre o global e o local mobilizam gestores e movimentos sociais da área cultural, na implementação de novas ações. Estas, quando comprometidas com a democracia e pautadas pela diversidade, buscam promover mais do que acesso à criação, fruição, produção e gestão cultural. Para além das manifestações estéticas e artísticas, as questões de identidade, território e diversidade se inserem nas pautas das políticas públicas, sobretudo culturais. A Agenda 21 da Cultura (BARCELONA, 2004) e a Convenção sobre a Proteção e Promoção da Diversidade das Expressões Culturais da UNESCO (2005) ‒ da qual o Brasil é signatário desde 2007 ‒ são exemplos de fóruns e documentos orientadores deste novo paradigma das políticas culturais.Na perspectiva de fomentar e garantir a respeitabilidade das culturas de todos os povos e, de forma horizontal, entre os mesmos, os conceitos de diversidade cultural, de maneira mais ampliada, e cidadania cultural, de modo mais focalizado, inauguram compromissos e esforços entre todos os envolvidos no processo, desde comunidades até gestores públicos de cultura de diferentes níveis, ao reorganizarem suas pautas de investimento e de fomento no campo.Acompanhando e colaborando com a implementação das atuais políticas culturais do país, atualmente temos um número significativo de terapeutas ocupacionais que vêm realizando ações vinculadas à temática da cultura e da diversidade. Nas aproximações e nas “intersetorialidades” da terapia ocupacional brasileira, entre os setores de assistência social, saúde, educação, trabalho, arte e cultura, encontramos, em grande maioria, o uso das atividades artísticas culturais na lógica da reabilitação ou como elemento aglutinador e de suporte - instrumento de aproximação e de manutenção de outras políticas sociais e de assistência junto às populações em situações de vulnerabilidade.Entretanto, atualmente e cada vez mais, para além dos usos das artes como instrumento ou estratégia nas práticas terapêuticas ocupacionais, vemos o aprofundamento da cultura, em distintos processos terapêuticos ocupacionais, em suas dimensões simbólicas, compreendidas como elementos constitutivos dos cotidianos e impregnados nos fazeres humanos. Vemos também a valorização de sua dimensão cidadã, considerando a cultura como direito, seja de expressão, de fruição, de produção ou de participação em processos culturais. Há, ainda, sua dimensão econômica, cujo trabalho e sua problematização numa perspectiva macrossocial se apresentam como fundamentais para o desenvolvimento social de forma humana, sustentável e a partir do respeito à diversidade.É necessário nos apropriarmos dos avanços conquistados com o aporte da noção de cidadania cultural e de seus direitos correlatos. Ampliar a atuação da terapia ocupacional para além dos eixos arte-saúde-doença ou arte-inclusão-social, implica em reconhecer que o eixo da cidadania cultural pode promover outras potências emancipatórias, tanto para os sujeitos envolvidos como para a profissão. |
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Estas, quando comprometidas com a democracia e pautadas pela diversidade, buscam promover mais do que acesso à criação, fruição, produção e gestão cultural. Para além das manifestações estéticas e artísticas, as questões de identidade, território e diversidade se inserem nas pautas das políticas públicas, sobretudo culturais. A Agenda 21 da Cultura (BARCELONA, 2004) e a Convenção sobre a Proteção e Promoção da Diversidade das Expressões Culturais da UNESCO (2005) ‒ da qual o Brasil é signatário desde 2007 ‒ são exemplos de fóruns e documentos orientadores deste novo paradigma das políticas culturais.Na perspectiva de fomentar e garantir a respeitabilidade das culturas de todos os povos e, de forma horizontal, entre os mesmos, os conceitos de diversidade cultural, de maneira mais ampliada, e cidadania cultural, de modo mais focalizado, inauguram compromissos e esforços entre todos os envolvidos no processo, desde comunidades até gestores públicos de cultura de diferentes níveis, ao reorganizarem suas pautas de investimento e de fomento no campo.Acompanhando e colaborando com a implementação das atuais políticas culturais do país, atualmente temos um número significativo de terapeutas ocupacionais que vêm realizando ações vinculadas à temática da cultura e da diversidade. 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Há, ainda, sua dimensão econômica, cujo trabalho e sua problematização numa perspectiva macrossocial se apresentam como fundamentais para o desenvolvimento social de forma humana, sustentável e a partir do respeito à diversidade.É necessário nos apropriarmos dos avanços conquistados com o aporte da noção de cidadania cultural e de seus direitos correlatos. Ampliar a atuação da terapia ocupacional para além dos eixos arte-saúde-doença ou arte-inclusão-social, implica em reconhecer que o eixo da cidadania cultural pode promover outras potências emancipatórias, tanto para os sujeitos envolvidos como para a profissão. 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