Resumo de Dissertações e Teses: Características familiares de usuários de uma associação civil para a reabilitação psicossocial.

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: RIBEIRO, MARLI B. S.
Data de Publicação: 2010
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Cadernos Brasileiros de Terapia Ocupacional
Texto Completo: https://www.cadernosdeterapiaocupacional.ufscar.br/index.php/cadernos/article/view/208
Resumo: Este trabalho tem como objetivo estudar características familiares de pessoas com transtornos mentais da Associação Arte e Convívio (AAC) do município de Botucatu – SP e, também, refletir sobre uma nova práxis assistencial, política e social desenvolvida por esta entidade.  Para tanto, faz uma breve revisão da origem da família numa perspectiva econômica, histórica e psicológica até os dias atuais. Revisa, também, a reforma psiquiátrica desde a passagem da loucura para a doença mental, a reforma nos países industrializados e a situação da pessoa com transtorno mental no Brasil atualmente, enfatizando os movimentos sociais, dentre eles, a participação dos familiares e das associações de usuários e familiares. No processo de construção da metodologia utilizada, primeiramente foi descrita a construção da AAC, seu funcionamento para, em seguida, apresentar o problema: a falta de participação dos familiares nas atividades da referida associação, justificativa do estudo. A metodologia constou de duas etapas: primeiramente, realizou-se um inquérito domiciliar para a caracterização sócio-econômica dos pacientes e seus grupos familiares; posteriormente, mediante a metodologia de história oral, quatro representantes dos tipos de famílias, previamente, identificados foram entrevistados, com o que se buscou conhecer a interpretação que faziam sobre assuntos pertinentes ao estudo, como: sobrecarga econômica, emocional e social; suporte social; mudanças ocorridas na família após o adoecimento e após a participação do usuário na AAC. Pôde-se constatar que as famílias compõem-se de muitos membros, encontrando-se em condições de precariedade, com o poder aquisitivo abaixo do mínimo necessário à sobrevivência, situação que é agravada pela presença da pessoa com transtorno mental em idade produtiva sem emprego e alguns necessitando dos cuidados de um familiar. Constatou-se, também, que a rede de suporte social é pequena, restringindo-se a poucos parentes próximos, sendo identificada sobrecarga emocional por isso e pela convivência com o usuário, bem como sobrecarga social decorrente do preconceito que vivenciam em suas relações cotidianas. Conclui-se que para a AAC superar as dificuldades existentes em envolver familiares em suas atividades será preciso dar atenção a essas questões de fundo econômico e social. Para tanto, recomenda-se uma atuação política e social em auxílio à necessidade de organização dos usuários e familiares, para que possam ser parceiros do processo de construção de políticas públicas para sua inclusão cidadã.
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