Resumos de Teses e Dissertações: HERMENÊUTICA GESTÁLTICA DO ABUSO SEXUAL PARA UMA ADOLESCENTE
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2010 |
Tipo de documento: | Artigo |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Cadernos Brasileiros de Terapia Ocupacional |
Texto Completo: | https://www.cadernosdeterapiaocupacional.ufscar.br/index.php/cadernos/article/view/135 |
Resumo: | A violência contra a criança, em suas diversas modalidades, é um problema de saúde pública e de relações interpessoais entre família ou cuidador e a criança. Em se tratando do abuso sexual, em que o agressor geralmente é o responsável pelos cuidados primários, há negação pela vítima, agressor e a família, e quase sempre ocorre envolvendo mais de uma modalidade de violência. Mesmo não havendo um consenso entre os autores a maioria destaca os efeitos nocivos desses acontecimentos sobre a saúde psíquica, ocupacional, física e desenvolvimental das vítimas. Esta pesquisa qualitativa de orientação fenomenológica existencial gestáltica procura desvelar alguns significados atribuídos ao fenômeno do abuso sexual intrafamiliar, por meio de um estudo de caso em que a informante, dos 9 aos 11 anos, foi vitimizada pelo pai e ainda hoje, no seu campo existencial, é influenciada pela vivência dessa experiência. Os dados foram coletados na ONG República de Emaús, abrangendo leitura de documentos, relatos informais, observação participante e entrevista com a adolescente, sendo esta última, a principal fonte de apreciação. A análise da entrevista conjugou, na medida do possível, a teoria da interpretação de Ricoeur por meio dos atos do discurso (locucionário, ilocucionário e perlocucionário), alguns conceitos da gestalt-terapia como o de contato, figura-fundo e nutrição psicológica; e da Terapia Ocupacional, como áreas, componentes e os contextos de desempenho. Da entrevista foram criadas algumas unidades de significação que nortearam as reflexões acerca dos significados do discurso da adolescente, como: a) a dificuldade em falar da sua vivência do abuso sexual; b) sentimentos em relação ao agressor; c) consciência dos sentimentos; d) a família “reconstruída”; e) expansão das fronteiras de contato, etc. As reflexões sobre essas unidades apontaram que a perspectiva fenomenológica não nos forneceu resultados preditivos ou generalizáveis, mas desvelamentos baseados na descrição e compreensão do vivido pela adolescente no seu campo existencial que reflete na sua forma de ser-no-mundo e nas interações que estabelece consigo e com seus pares. Alguns resultados são: apresentação do peso da vivência do abuso sexual ora como figura ora como fundo; repercussões disfuncionais de auto-contato e contato com o outro; na auto-imagem, auto-estima e em algumas sub-áreas de desempenho como socialização e atividades educacionais. O ajustamento criativo pode ser identificado na abertura em revelar a experiência, o que sugere expansão de suas fronteiras de contato. Uma conclusão que o estudo apontou foi sobre a relação da adolescente com o pai que ainda destaca-se enquanto uma gestalt aberta. |
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