Resumos de Dissertações e Teses: O processo de escolha de áreas de especialidade dos recém-graduados em Terapia Ocupacional

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Hahn, Michelle
Data de Publicação: 2010
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Cadernos Brasileiros de Terapia Ocupacional
Texto Completo: https://www.cadernosdeterapiaocupacional.ufscar.br/index.php/cadernos/article/view/243
Resumo: O presente estudo tem como proposta a verificação dos diferentes fatores que influenciam e determinam a opção e a escolha de uma determinada área de especialidade clínica por parte dos terapeutas ocupacionais recém-formados. Para pesquisar esses fatores elegemos um universo de profissionais no estado de São Paulo que, ao longo do ano de 1997, estavam cursando algum tipo de curso formal e oficial de aprimoramento e/ou equivalente tal como residências ou outro tipo de especialização. Do ponto de vista metodológico recorremos a vários procedimentos respaldados teoricamente nos conceitos dos métodos de pesquisa tanto de análises quantitativas quanto de análises qualitativas. Utilizamo-nos da técnica de elaboração, aplicação em um projeto piloto, reelaboração e posterior realização de entrevistas individuais com cada um dos trinta e dois sujeitos pesquisados. Procedemos a uma análise dos perfis curriculares de cada um dos cursos de graduação de origem desses profissionais para investigar seus conteúdos programáticos no geral, com ênfase na área escolhida, no caso a psiquiatria e saúde mental. Também nos utilizamos do farto material quantitativo disponível sobre aprimoramentos em terapia ocupacional e de quatro outras categorias profissionais afins para uma análise documental comparativa e retrospectiva. Ao iniciarmos o trabalho tínhamos três pressupostos básicos que poderiam nos conduzir a caminhos que indicassem como, quando, e por quê as escolhas de área de especialidade são feitas. Nos interessava particularmente como se dava essa trajetória na área de psiquiatria e saúde mental. Essas premissas eram: 1) aparentemente existiria uma quantidade maior de oportunidades nesta área específica, se comparada às outras áreas possíveis para uma educação continuada desta natureza; 2) poderia haver um ou mais determinantes de origem acadêmica formal que influenciassem este processo decisório, ou seja, o ensino de graduação tanto teórico quanto prático poderia ser mais ou menos direcionado para cada uma das áreas; 3) os aspectos relacionados a motivações pessoais prévias e/ou concomitantes que exerceriam algum tipo de predomínio sobre as opções realizadas ao longo do percurso de formação profissional. Após a exploração destes pressupostos este trabalho apresenta os seguintes resultados: 1) existe de fato um número maior de possibilidades de aprimoramento profissional na área de psiquiatria e saúde mental, que na sua essência está vinculado às rápidas transformações das políticas e modelos de atenção aos portadores de sofrimento psíquico e da conseqüente ampliação e capacitação de recursos humanos na área, inserindo a terapia ocupacional enquanto modalidade terapêutica fundamental e valorizando as ações deste profissional; 2) o principal determinante acadêmico para a escolha de uma determinada área de especialidade é o modelo adquirido a partir da experiência prática, geralmente um estágio, no qual houve possibilidade de atuação bem sucedida, tanto na aprendizagem quanto na intervenção junto à clientela; 3) as motivações pessoais com relação à opção por um aperfeiçoamento profissional exercem um papel fundamental do ponto de vista de influências, não tendo casualidade única, podendo estar ligadas ao fato de as terapeutas ocupacionais recém-graduadas, na maioria das vezes, não se sentirem ainda suficientemente preparadas para enfrentar as exigências do mercado de trabalho, aliado a diversas vivências familiares anteriores (apenas o grau de parentesco e/ou a convivência com algum tipo de patologia), e também ao interesse específico adquirido a partir das experiências práticas já mencionadas. Estas percepções nos apontam a necessidade de atenção constante na elaboração e reformulação de perfis curriculares e seus respectivos conteúdos programáticos, no sentido de cada vez mais oferecer ao futuro profissional a idéia e a prática de diversas formas de educação continuada e permanente, pois estes são elementos para uma construção melhor de sua identidade profissional, seja ela especializada em uma ou mais áreas.
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Procedemos a uma análise dos perfis curriculares de cada um dos cursos de graduação de origem desses profissionais para investigar seus conteúdos programáticos no geral, com ênfase na área escolhida, no caso a psiquiatria e saúde mental. Também nos utilizamos do farto material quantitativo disponível sobre aprimoramentos em terapia ocupacional e de quatro outras categorias profissionais afins para uma análise documental comparativa e retrospectiva. Ao iniciarmos o trabalho tínhamos três pressupostos básicos que poderiam nos conduzir a caminhos que indicassem como, quando, e por quê as escolhas de área de especialidade são feitas. Nos interessava particularmente como se dava essa trajetória na área de psiquiatria e saúde mental. Essas premissas eram: 1) aparentemente existiria uma quantidade maior de oportunidades nesta área específica, se comparada às outras áreas possíveis para uma educação continuada desta natureza; 2) poderia haver um ou mais determinantes de origem acadêmica formal que influenciassem este processo decisório, ou seja, o ensino de graduação tanto teórico quanto prático poderia ser mais ou menos direcionado para cada uma das áreas; 3) os aspectos relacionados a motivações pessoais prévias e/ou concomitantes que exerceriam algum tipo de predomínio sobre as opções realizadas ao longo do percurso de formação profissional. 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