Resumo de Teses e Dissertações: Identificação precoce de autismo: a aplicabilidade do instrumento CHAT e levantamento das necessidades de pediatras para capacitação
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2010 |
Tipo de documento: | Artigo |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Cadernos Brasileiros de Terapia Ocupacional |
Texto Completo: | https://www.cadernosdeterapiaocupacional.ufscar.br/index.php/cadernos/article/view/216 |
Resumo: | Considerando os estudos sobre a possibilidade de identificar sinais de risco para autismo em bebês, a responsabilidade do pediatra em suspeitar destes sinais, utilizar instrumentos de triagem relacionados ao autismo e a necessidade de preparo deste profissional para realizar tal tarefa, este estudo teve como objetivos: (1) em uma primeira etapa, verificar a aplicabilidade do instrumento CHAT (Checklist for Autism in Toddlers) e de itens de sinais de alerta para atraso de desenvolvimento para levantar sinais indicadores de autismo em crianças de 20 a 47 meses e (2) em uma segunda etapa verificar a conduta de pediatras para avaliar atraso de desenvolvimento relacionado a sinais de autismo em crianças desta faixa etária, e ainda, identificar sua disposição em receber informações sobre este tema. Para tanto, na primeira etapa da pesquisa foi aplicado o CHAT e os itens de sinais de alerta em uma população composta por 50 crianças de 20 a 47 meses de creche e posto de saúde. Os resultados obtidos indicaram que: considerando os critérios do CHAT estabelecidos em 2000, nenhuma criança apresentou todos os sinais indicativos de autismo. Contudo, duas crianças (4%) apresentaram falhas em três itens-chave, seis crianças (12%) falharam em dois itens-chave, sete crianças (14%) falharam em um item-chave e 13 crianças (26%) apresentaram baixo risco para autismo ou atraso global de desenvolvimento. E considerando os critérios de avaliação do CHAT de 1992, duas crianças apresentaram tal risco. Foi possível concluir que: tanto o instrumento CHAT como os itens de sinais de alerta para atraso de desenvolvimento foram facilmente aplicados junto à amostra; o número de crianças selecionadas para o estudo parece ter sido insuficiente para a detecção de casos de risco para autismo nesta população; o CHAT foi capaz de identificar sinais de risco para autismo na amostra, embora as crianças não tenham atingido todos os critérios estabelecidos pelos autores no estudo de 2000; os itens que apontam sinais de alerta para atraso de desenvolvimento se mostraram eficazes em detectar tais sinais em 20% da amostra; as berçaristas e mães participantes do estudo se mostraram capazes de verbalizar diferenças no desenvolvimento das crianças, entretanto, não parecem ter subsídios para realizar encaminhamentos; os serviços de educação e saúde pública parecem não identificar crianças de risco para atrasos e tampouco encaminhar para avaliações. Diante dos resultados, parece importante utilizar a rota de supervisão em desenvolvimento e investigação do autismo proposta pelos autores em serviços de atenção primária à saúde infantil e capacitar berçaristas e mães para compreenderem o desenvolvimento da criança e conseguirem realizar o rápido encaminhamento a serviços de avaliação e estimulação. Na segunda etapa do estudo, participaram seis pediatras e foram realizadas entrevistas abordando sua conduta ao avaliar atraso de desenvolvimento relacionado a sinais de autismo em crianças de 20 a 47 meses. Os resultados indicaram que os pediatras utilizavam basicamente o exame clínico em sua rotina de atendimento, e enfocavam aspectos do desenvolvimento neuropsicomotor. Quando a mãe apresentava queixas em relação a atraso de desenvolvimento da criança os pediatras realizavam o próprio exame clínico mais detalhado e encaminhavam ao neuropediatra. Os participantes relataram ter pouco ou nenhum conhecimento sobre autismo e tiveram dificuldade em defini-lo. Conclui-se que os pediatras deveriam ter acesso a informações por meio de uma capacitação que lhes fornecesse embasamento para o reconhecimento precoce e a triagem de casos de autismo. Com base nestes resultados, propõe-se para futuros estudos, a elaboração de um curso com o objetivo de capacitar pediatras a reconhecerem sinais de autismo em bebês. |
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Para tanto, na primeira etapa da pesquisa foi aplicado o CHAT e os itens de sinais de alerta em uma população composta por 50 crianças de 20 a 47 meses de creche e posto de saúde. Os resultados obtidos indicaram que: considerando os critérios do CHAT estabelecidos em 2000, nenhuma criança apresentou todos os sinais indicativos de autismo. Contudo, duas crianças (4%) apresentaram falhas em três itens-chave, seis crianças (12%) falharam em dois itens-chave, sete crianças (14%) falharam em um item-chave e 13 crianças (26%) apresentaram baixo risco para autismo ou atraso global de desenvolvimento. E considerando os critérios de avaliação do CHAT de 1992, duas crianças apresentaram tal risco. Foi possível concluir que: tanto o instrumento CHAT como os itens de sinais de alerta para atraso de desenvolvimento foram facilmente aplicados junto à amostra; o número de crianças selecionadas para o estudo parece ter sido insuficiente para a detecção de casos de risco para autismo nesta população; o CHAT foi capaz de identificar sinais de risco para autismo na amostra, embora as crianças não tenham atingido todos os critérios estabelecidos pelos autores no estudo de 2000; os itens que apontam sinais de alerta para atraso de desenvolvimento se mostraram eficazes em detectar tais sinais em 20% da amostra; as berçaristas e mães participantes do estudo se mostraram capazes de verbalizar diferenças no desenvolvimento das crianças, entretanto, não parecem ter subsídios para realizar encaminhamentos; os serviços de educação e saúde pública parecem não identificar crianças de risco para atrasos e tampouco encaminhar para avaliações. Diante dos resultados, parece importante utilizar a rota de supervisão em desenvolvimento e investigação do autismo proposta pelos autores em serviços de atenção primária à saúde infantil e capacitar berçaristas e mães para compreenderem o desenvolvimento da criança e conseguirem realizar o rápido encaminhamento a serviços de avaliação e estimulação. Na segunda etapa do estudo, participaram seis pediatras e foram realizadas entrevistas abordando sua conduta ao avaliar atraso de desenvolvimento relacionado a sinais de autismo em crianças de 20 a 47 meses. Os resultados indicaram que os pediatras utilizavam basicamente o exame clínico em sua rotina de atendimento, e enfocavam aspectos do desenvolvimento neuropsicomotor. Quando a mãe apresentava queixas em relação a atraso de desenvolvimento da criança os pediatras realizavam o próprio exame clínico mais detalhado e encaminhavam ao neuropediatra. Os participantes relataram ter pouco ou nenhum conhecimento sobre autismo e tiveram dificuldade em defini-lo. Conclui-se que os pediatras deveriam ter acesso a informações por meio de uma capacitação que lhes fornecesse embasamento para o reconhecimento precoce e a triagem de casos de autismo. Com base nestes resultados, propõe-se para futuros estudos, a elaboração de um curso com o objetivo de capacitar pediatras a reconhecerem sinais de autismo em bebês. 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