REPENSANDO OS CURSOS DE GRADUAÇÃO EM ADMINISTRAÇÃO. SOB UM ENFOQUE MULTI-DISCIPLINAR.

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Reinert, José Nilson
Data de Publicação: 2001
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFSC
Texto Completo: http://repositorio.ufsc.br/xmlui/handle/123456789/26073
Resumo: A análise do curso da Universidade X não é uma crítica ao curso em si. As experiências em trabalhos de validação e revalidação de cursos de outras instituições de ensino superior mostram que a situação não é diferente e quando a diferença existe, muitas vezes é para pior. Infelizmente esta é uma realidade que se pode observar não somente nos cursos de administração, mas em TODOS os cursos de nível superior, com possíveis raras exceções. Fala-se muito em MULTI-DISCIPLINARIDADE porque todos sabem que ela é não só cada vez mais importante, como também, cada vez mais necessária. A realidade, porém, mostra-se, mais uma vez, muito diferente do discurso proferido por grande número dos defensores da mesma. As dificuldades para sua prática não são pequenas. É possível que os atuais gestores dos cursos de graduação estejam ainda muito atrelados a uma mentalidade tecnocrática, que por muito tempo funcionou muito bem, mas que está se mostrando cada vez menos funcional. É aquela velha história, o sucesso do passado pode ser motivo para a falência do presente. As vezes fica a impressão que as dificuldades são colocadas por um insano corporativismo que está ocorrendo dentro dos Departamentos de ensino das Universidades. Se um Departamento acrescenta mais créditos seus na grade curricular de um curso ele terá direito de contratar mais professores. Mais professores pode significar mais poder de barganha junto aos órgãos superiores em geral e às reitorias em particular. Mais verba, mais equipamento, mais espaço físico e, principalmente, mais votos para influenciar os destinos da Universidade, cada vez mais comprometidas (felizmente) com processos democráticos e voto cada vez mais tendente à universal. Também pode ter influência neste processo o (aparente) crescente poder dos Conselhos Profissionais dentro dos Departamentos pretensamente super especializados das Universidades. Há departamentos que tendem a contratar exclusivamente “profissionais” específicos daquela área determinada de conhecimento ao invés de se preocuparem com o conhecimento demonstrado pelo “professor” ou “candidato a professor”. Paul Wolf (22) afirma categoricamente que um professor universitário deve ser acima de tudo um cientista e não um profissional. Uma outra razão bastante plausível é a ignorância da maioria de nós em relação à questão que ora está sendo abordada ou quem sabe a famosa resistência à mudança que crassa dentro de todos nós, sem que na maioria das vezes tenhamos consciência disso. Enfim muitas podem ser as razões para a dificuldade de implantação de um currículo efetivamente multi-disciplinar nos cursos de administração. O importante é que se está formando, ainda que muito lentamente, mas está, uma consciência da necessidade da multi-disciplinaridade nos nossos cursos e este é um fenômeno da mais extrema relevância e pertinência.
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