Pessoais abecedários: Nenhum corpo é elementar
Autor(a) principal: | |
---|---|
Data de Publicação: | 2022 |
Outros Autores: | |
Tipo de documento: | Artigo |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional da UFSC |
Texto Completo: | https://repositorio.ufsc.br/handle/123456789/240148 |
Resumo: | Cada vez mais, com o passar dos anos, a poesia de Eugenio De Signoribus pode ser lida a partir da ideia da santidade do acolhimento ao peregrino e ao expatriado (mas note-se que as terras da epígrafe são smante, abertas e ao mesmo tempo despojadas) e, outro lado da mesma moeda, do incessante empenho no desmascaramento e na denúncia do mal. Eugenio De Signoribus (Cupra Marittima, 1947) é (e não só) um poeta civil, considerado o maior de sua geração[1], e político, pelo seu alarmado testemunho, que acolhe razões do protesto anticapitalista, numa tradição que conta nomes como Rebora, Fortini, Volponi[2] e, certamente, Pasolini. Em tempos que nos parecem atingir o cume das violações de toda e qualquer humanidade, De Signoribus se apresenta como “testemunha do humano contra o desumano”[3], expondo intensamente seu “assíduo estado de estupor moral”[4] diante dos horrores da história contemporânea. Seu olhar é amplo, mas é um olhar de perto, do mundo interior e da experiência do quotidiano – que inclui, evidentemente, o assédio de telas, telões e jornais – um olhar bem ilustrado pelos versos de Boris Pasternak: “Meus caros, qual milênio / está agora no nosso quintal?”, versos que o poeta escolheu como epígrafe do seu Istmi e chiuse [Istmos e barragens]. É a história contemporânea que temos diante dos olhos, mas há também a clara visão de um tempo maior, o tempo do “ignóbil século dos séculos”, ou seja, o horror de sempre - pois a história é “um escândalo que dura há dez mil anos”, como diz um título de Elsa Morante. Pode-se, em outra perspectiva, “ignorar o coro temporâneo / e escutar o inverno subterrâneo”[5], de todas as gerações, dos vivos e dos mortos. |
id |
UFSC_0766c51796323d0546e7e4f5be21e382 |
---|---|
oai_identifier_str |
oai:repositorio.ufsc.br:123456789/240148 |
network_acronym_str |
UFSC |
network_name_str |
Repositório Institucional da UFSC |
repository_id_str |
2373 |
spelling |
Pessoais abecedários: Nenhum corpo é elementarEugenio De Signoribuspoesia italiananovecento italianoCada vez mais, com o passar dos anos, a poesia de Eugenio De Signoribus pode ser lida a partir da ideia da santidade do acolhimento ao peregrino e ao expatriado (mas note-se que as terras da epígrafe são smante, abertas e ao mesmo tempo despojadas) e, outro lado da mesma moeda, do incessante empenho no desmascaramento e na denúncia do mal. Eugenio De Signoribus (Cupra Marittima, 1947) é (e não só) um poeta civil, considerado o maior de sua geração[1], e político, pelo seu alarmado testemunho, que acolhe razões do protesto anticapitalista, numa tradição que conta nomes como Rebora, Fortini, Volponi[2] e, certamente, Pasolini. Em tempos que nos parecem atingir o cume das violações de toda e qualquer humanidade, De Signoribus se apresenta como “testemunha do humano contra o desumano”[3], expondo intensamente seu “assíduo estado de estupor moral”[4] diante dos horrores da história contemporânea. Seu olhar é amplo, mas é um olhar de perto, do mundo interior e da experiência do quotidiano – que inclui, evidentemente, o assédio de telas, telões e jornais – um olhar bem ilustrado pelos versos de Boris Pasternak: “Meus caros, qual milênio / está agora no nosso quintal?”, versos que o poeta escolheu como epígrafe do seu Istmi e chiuse [Istmos e barragens]. É a história contemporânea que temos diante dos olhos, mas há também a clara visão de um tempo maior, o tempo do “ignóbil século dos séculos”, ou seja, o horror de sempre - pois a história é “um escândalo que dura há dez mil anos”, como diz um título de Elsa Morante. Pode-se, em outra perspectiva, “ignorar o coro temporâneo / e escutar o inverno subterrâneo”[5], de todas as gerações, dos vivos e dos mortos.Literatura Italiana TraduzidaUniversidade Federal de Santa CatarinaNúcleo de Estudos Contemporâneos de Literatura Italiana (NECLIT)Literatura Italiana TraduzidaWataghin, Lucia2022-09-24T18:43:41Z2022-09-24T18:43:41Z2022-08-26info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/articleapplication/pdfWATAGHIN, Lucia. "'Pessoais abecedários: Nenhum corpo é elementar de Eugenio de Signoribus", v. 3, n. 2, mai-ago, 2022.267543632675-4363https://repositorio.ufsc.br/handle/123456789/240148info:eu-repo/semantics/openAccessporreponame:Repositório Institucional da UFSCinstname:Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC)instacron:UFSC2022-09-24T18:43:41Zoai:repositorio.ufsc.br:123456789/240148Repositório InstitucionalPUBhttp://150.162.242.35/oai/requestopendoar:23732022-09-24T18:43:41Repositório Institucional da UFSC - Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC)false |
dc.title.none.fl_str_mv |
Pessoais abecedários: Nenhum corpo é elementar |
title |
Pessoais abecedários: Nenhum corpo é elementar |
spellingShingle |
Pessoais abecedários: Nenhum corpo é elementar Literatura Italiana Traduzida Eugenio De Signoribus poesia italiana novecento italiano |
title_short |
Pessoais abecedários: Nenhum corpo é elementar |
title_full |
Pessoais abecedários: Nenhum corpo é elementar |
title_fullStr |
Pessoais abecedários: Nenhum corpo é elementar |
title_full_unstemmed |
Pessoais abecedários: Nenhum corpo é elementar |
title_sort |
Pessoais abecedários: Nenhum corpo é elementar |
author |
Literatura Italiana Traduzida |
author_facet |
Literatura Italiana Traduzida Wataghin, Lucia |
author_role |
author |
author2 |
Wataghin, Lucia |
author2_role |
author |
dc.contributor.none.fl_str_mv |
Universidade Federal de Santa Catarina Núcleo de Estudos Contemporâneos de Literatura Italiana (NECLIT) |
dc.contributor.author.fl_str_mv |
Literatura Italiana Traduzida Wataghin, Lucia |
dc.subject.por.fl_str_mv |
Eugenio De Signoribus poesia italiana novecento italiano |
topic |
Eugenio De Signoribus poesia italiana novecento italiano |
description |
Cada vez mais, com o passar dos anos, a poesia de Eugenio De Signoribus pode ser lida a partir da ideia da santidade do acolhimento ao peregrino e ao expatriado (mas note-se que as terras da epígrafe são smante, abertas e ao mesmo tempo despojadas) e, outro lado da mesma moeda, do incessante empenho no desmascaramento e na denúncia do mal. Eugenio De Signoribus (Cupra Marittima, 1947) é (e não só) um poeta civil, considerado o maior de sua geração[1], e político, pelo seu alarmado testemunho, que acolhe razões do protesto anticapitalista, numa tradição que conta nomes como Rebora, Fortini, Volponi[2] e, certamente, Pasolini. Em tempos que nos parecem atingir o cume das violações de toda e qualquer humanidade, De Signoribus se apresenta como “testemunha do humano contra o desumano”[3], expondo intensamente seu “assíduo estado de estupor moral”[4] diante dos horrores da história contemporânea. Seu olhar é amplo, mas é um olhar de perto, do mundo interior e da experiência do quotidiano – que inclui, evidentemente, o assédio de telas, telões e jornais – um olhar bem ilustrado pelos versos de Boris Pasternak: “Meus caros, qual milênio / está agora no nosso quintal?”, versos que o poeta escolheu como epígrafe do seu Istmi e chiuse [Istmos e barragens]. É a história contemporânea que temos diante dos olhos, mas há também a clara visão de um tempo maior, o tempo do “ignóbil século dos séculos”, ou seja, o horror de sempre - pois a história é “um escândalo que dura há dez mil anos”, como diz um título de Elsa Morante. Pode-se, em outra perspectiva, “ignorar o coro temporâneo / e escutar o inverno subterrâneo”[5], de todas as gerações, dos vivos e dos mortos. |
publishDate |
2022 |
dc.date.none.fl_str_mv |
2022-09-24T18:43:41Z 2022-09-24T18:43:41Z 2022-08-26 |
dc.type.status.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/publishedVersion |
dc.type.driver.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/article |
format |
article |
status_str |
publishedVersion |
dc.identifier.uri.fl_str_mv |
WATAGHIN, Lucia. "'Pessoais abecedários: Nenhum corpo é elementar de Eugenio de Signoribus", v. 3, n. 2, mai-ago, 2022. 26754363 2675-4363 https://repositorio.ufsc.br/handle/123456789/240148 |
identifier_str_mv |
WATAGHIN, Lucia. "'Pessoais abecedários: Nenhum corpo é elementar de Eugenio de Signoribus", v. 3, n. 2, mai-ago, 2022. 26754363 2675-4363 |
url |
https://repositorio.ufsc.br/handle/123456789/240148 |
dc.language.iso.fl_str_mv |
por |
language |
por |
dc.rights.driver.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/openAccess |
eu_rights_str_mv |
openAccess |
dc.format.none.fl_str_mv |
application/pdf |
dc.publisher.none.fl_str_mv |
Literatura Italiana Traduzida |
publisher.none.fl_str_mv |
Literatura Italiana Traduzida |
dc.source.none.fl_str_mv |
reponame:Repositório Institucional da UFSC instname:Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) instacron:UFSC |
instname_str |
Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) |
instacron_str |
UFSC |
institution |
UFSC |
reponame_str |
Repositório Institucional da UFSC |
collection |
Repositório Institucional da UFSC |
repository.name.fl_str_mv |
Repositório Institucional da UFSC - Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) |
repository.mail.fl_str_mv |
|
_version_ |
1808652309420310528 |