O papel explanatório da distinção argumento-adjunto: adjuntos segregados e adjuntos integrados

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Miliorini, Rafaela
Data de Publicação: 2021
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFSC
Texto Completo: https://repositorio.ufsc.br/handle/123456789/226840
Resumo: Tese (doutorado) - Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Comunicação e Expressão, Programa de Pós-Graduação em Linguística, Florianópolis, 2021.
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spelling O papel explanatório da distinção argumento-adjunto: adjuntos segregados e adjuntos integradosLinguísticaLíngua portuguesaTese (doutorado) - Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Comunicação e Expressão, Programa de Pós-Graduação em Linguística, Florianópolis, 2021.Esta tese tem como objetivo investigar o papel explanatório da distinção argumento?adjunto na sintaxe por meio da análise de diferentes fenômenos os quais ela é chamada a explicar ? o foco da análise serão PPs simples que são dominados por VPs e estão em relação de dominância imediata com sintagmas nominais ([PP P DP]). Ao longo dos capítulos, são discutidos os seguintes fenômenos: opcionalidade, subcategorização, s-seleção, acarretamento, retomada anafórica, movimento e elipse de VP, distribuição de expressões recíprocas, antirreconstrução, focalização e extração de ilhas fracas negativas e wh. Um capítulo específico é integralmente dedicado a este último fenômeno, no qual apresento diferentes teorias que tentam explicar dependências de longa distância que cruzam ilhas fracas por meio de Referencialidade (RIZZI, 1990), Minimalidade Relativizada de traços (VILLATA; RIZZI; FRANCK, 2016) e Estranheza da pressuposição (KROCH, 1989). Divido o tratamento dado à adjunção nas teorias linguísticas em duas categorias: adjuntos segregados e adjuntos integrados. A primeira delas considera que adjuntos compõem uma categoria à parte e que, por isso, devem aparecer segregados da estrutura da sentença principal. Dentro dessa corrente, analiso a proposta de adjunção-C da Teoria da Regência e Ligação (CHOMSKY, 1981) e sua atualização no Programa Minimalista (CHOMSKY, 1995; HORNSTEIN, 2008), na proposta de Hornstein e Nunes (2008), que oferecem um tratamento via rotulagem. A segunda categoria de análise é aquela que integra os adjuntos na estrutura da sentença, buscando acomodá-los harmoniosamente com os complementos. Como representante desta corrente, apresento a proposta cartográfica (CINQUE; RIZZI, 2008) de especificador funcional elaborada por Cinque (2006), que defende que os PPs não são adjuntos, mas especificadores de núcleos funcionais específicos que seguem um ordenamento rígido. A partir de propostas minhas e de outros autores, mostro que a distinção argumento?adjunto não explica nenhum dos fenômenos analisados nesta tese. De fato, a maior parte da literatura atual concorda com a conclusão de que esses fenômenos podem ser analisados em termos que não invocam a distinção. Quanto aos adjuntos segregados, mostro que tanto a proposta de adjunção-C quanto a sua atualização via rotulagem apresentam problemas conceituais e empíricos, e, por isso, não são capazes de sustentar o poder explicativo da distinção entre argumentos e adjuntos. Quanto aos adjuntos integrados, apresento contraexemplos a muitos dos dados analisados por Cinque (2006), indicando que parece não haver, de fato, sustentação empírica para propor uma ordem rígida entre os PPs funcionais ligados a VP. A conclusão natural que decorre de toda a análise é adotar a hipótese nula, assumindo que adjuntos e argumentos se projetam em uma mesma estrutura sintagmática integrada, embora sem hierarquia rígida entre os constituintes. Acoplada à proposta sintática, ofereço um tratamento semântico simples, que adota uma versão generalizada da semântica de eventos neo-davidsoniana (PARSONS, 1990; BORER, 2005b). A ideia é que todos os elementos sejam combinados com o verbo por meio de predicados temáticos, sem diferenciação entre argumentos e adjuntos.Abstract: This thesis aims to investigate the explanatory role of the argument/adjunct distinction in syntax through an analysis of different phenomena usually explained by it, focusing on simple PPs that are dominated by VPs and stand in an immediate dominance relationship with noun phrases ([PP P DP]). Throughout the chapters, the following phenomena will be discussed: optionality, subcategorization, s-selection, entailment, do so anaphora, VP movement and ellipsis, the distribution of reciprocal expressions, anti-reconstruction, focus, and extraction from weak negative islands and wh-islands. A specific chapter is wholly devoted to the latter, where I present different theories that try to explain long-distance dependencies that cross weak islands through Referentiality (RIZZI, 1990), feature Relativized Minimality (VILLATA; RIZZI; FRANCK, 2016) and Presupposition oddity (KROCH, 1989). I divide the treatment of adjunction in linguistic theories into two categories: segregated adjuncts and integrated adjuncts. The former considers adjuncts to be a separate category and, therefore, that they must appear segregated from the main clause structure. Within this approach, I analyze the C-adjunction proposal of the Government and Binding Theory (CHOMSKY, 1981) and its update in the Minimalist Program (CHOMSKY, 1995; HORNSTEIN, 2008), with the proposal of Hornstein and Nunes (2008), which offer treatment for adjunction via labeling. The second category of analyses is the one that integrates adjuncts into the structure of the clause, seeking to harmoniously accommodate them with the complements. As a representative of this approach, I present the cartographic proposal (CINQUE; RIZZI, 2008) of functional specifiers elaborated by Cinque (2006), who argues that PPs are not adjuncts, but rigidly ordered specifiers of dedicated functional heads. Building on proposals made by me and other authors, I show that the distinction between arguments and adjuncts does not explain any of the phenomena analyzed in this thesis. In fact, most of the current literature concurs with the conclusion that these phenomena can be analyzed in terms which do not invoke the distinction. Regarding the segregated adjuncts, I show that both the C-adjunction proposal and its updating via labeling present conceptual and empirical problems, and, therefore, are not able to sustain the explanatory power of the distinction between arguments and adjuncts. As for the integrated adjuncts, I present counterexamples to many of the data analyzed by Cinque (2006), indicating that there does not seem to be empirical support to propose a rigid order among functional PPs linked to VP. The natural conclusion that arises from the whole analysis is to adopt the null hypothesis, assuming that adjuncts and arguments project to the same integrated phrase structure configuration, but without a rigid hierarchy between the constituents. Coupled with the syntactic proposal, I offer a simple semantic treatment, based on a generalized version of neo-Davidsonian event semantics (PARSONS, 1990; BORER, 2005b). The idea is that all elements are combined with the verb through thematic predicates, without differentiating between arguments and adjuncts.Moura, Heronides Maurilio de MeloCulicover, Peter W.Universidade Federal de Santa CatarinaMiliorini, Rafaela2021-08-23T14:03:52Z2021-08-23T14:03:52Z2021info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesis218 p.| il.application/pdf372795https://repositorio.ufsc.br/handle/123456789/226840porreponame:Repositório Institucional da UFSCinstname:Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC)instacron:UFSCinfo:eu-repo/semantics/openAccess2021-08-23T14:03:52Zoai:repositorio.ufsc.br:123456789/226840Repositório InstitucionalPUBhttp://150.162.242.35/oai/requestopendoar:23732021-08-23T14:03:52Repositório Institucional da UFSC - Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC)false
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