Resistência e visibilidade lésbica na redemocratização: uma análise interseccional do boletim ChanacomChana (1981-1987)
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Data de Publicação: | 2022 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional da UFSC |
Texto Completo: | https://repositorio.ufsc.br/handle/123456789/247488 |
Resumo: | Dissertação (mestrado) - Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Filosofia e Ciências Humanas, Programa de Pós-Graduação em História, Florianópolis, 2022. |
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Resistência e visibilidade lésbica na redemocratização: uma análise interseccional do boletim ChanacomChana (1981-1987)HistóriaLésbicasImprensa e políticaResistência ao governoInterseccionalidadeDissertação (mestrado) - Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Filosofia e Ciências Humanas, Programa de Pós-Graduação em História, Florianópolis, 2022.Durante a década de 1980, no estado de São Paulo, um grupo de lésbicas fundou o Grupo de Ação Lésbico Feminista (GALF), com interesse em debater a ?dupla opressão? que mulheres homossexuais sofriam em suas vivências. Organizavam-se, dessa maneira, pela necessidade de combater o preconceito e os estigmas dirigidos aos grupos marginalizados na sociedade. Por conta disso, tornaram-se pioneiras da Imprensa Lésbica no Brasil, quando começaram a editar o boletim ChanacomChana (1981-1987), com o intuito de criar uma rede de informação e apoio para lésbicas e simpatizantes à causa, abordando temas como a sociabilidade lésbica, as teorias acerca da sexualidade, temas da conjuntura e relatos sobre as atividades do grupo. Sendo assim, no boletim estão registradas vivências e pautas das mulheres lésbicas inseridas no contexto da ditadura civil-militar (1964-1985), possibilitando a investigação as intersecções entre a luta contra lesbofobia, machismo e racismo com a luta democrática. Destarte, o regime militar desenvolveu um sofisticado aparato de repressão política e moral que enquadrava as sexualidades e identidades de gênero dissidentes como algo a ser corrigido ou eliminado, motivando o grupo a se somar nas lutas contra o regime autoritário. Tanto para essas mulheres quanto para o conjunto do movimento homossexual, havia a compreensão de que a verdadeira luta democrática deveria romper com os estigmas sociais que marginalizam indivíduos e o enfrentamento ao autoritarismo poderia servir de instrumento para ampliar na sociedade o debate contra a discriminação de lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais. As contribuições teóricas e analíticas da interseccionalidade são utilizados neste trabalho com a pretensão de discutir, a partir da análise do boletim ChanacomChana, a simultaneidade entre as lutas em defesa das liberdades democráticas e pela livre expressão da sexualidade, que marcaram este momento do movimento LGBTQIA+ no Brasil. A interseccionalidade é uma perspectiva teórica que busca investigar a simultaneidade de opressões provocadas pelas estruturas sociais, patriarcais e coloniais sobre corpos e sujeitos, gerando experiências variáveis que depende do cruzamento entre as categorias de gênero, raça, classe, sexualidade, identidade de gênero, entre outras variáveis procurando, também, refletir nos processos de resistência encampadas por esses grupos subalternizados. Neste sentido, o presente trabalho procura abordar a política sexual estabelecida durante a ditadura civil-militar, o desenvolvimento do movimento lésbico e seu engajamento nas lutas contra o regime e a reflexão sobre direitos democráticos e a liberdade sexual.Abstract: During the 1980s, in the state of São Paulo, a group of lesbians founded the Grupo de Ação Lésbico Feminista (GALF), with an interest in debating the ?double oppression? that homosexual women suffered in their experiences. They were organized, in this way, by the need to combat prejudice and stigmas directed at marginalized groups in society. As a result, they became pioneers of the Lesbian Press in Brazil, when they began editing the bulletin ChanacomChana (1981-1987), with the aim of creating an information and support network for lesbians and those who support the cause, addressing topics such as sociability lesbian, theories about sexuality, current issues and reports on the group's activities. Thus, the bulletin records the experiences and agendas of lesbian women inserted in the context of the civil-military dictatorship (1964-1985), enabling the investigation of the intersections between the fight against lesbophobia, sexism and racism with the democratic struggle. Thus, the military regime developed a sophisticated apparatus of political and moral repression that framed dissident sexualities and gender identities as something to be corrected or eliminated, motivating the group to join in the struggles against the authoritarian regime. Both for these women and for the homosexual movement as a whole, there was an understanding that the true democratic struggle should break with the social stigmas that marginalize individuals and the confrontation with authoritarianism could serve as an instrument to broaden the debate in society against discrimination against lesbians , gays, bisexuals, transvestites and transsexuals. The theoretical and analytical contributions of intersectionality are used in this work with the intention of discussing, based on the analysis of the ChanacomChana bulletin, the simultaneity between the struggles in defense of democratic freedoms and for the free expression of sexuality, which marked this moment of the LGBTQIA+ movement in the Brazil. Intersectionality is a theoretical perspective that seeks to investigate the simultaneity of oppression caused by social, patriarchal and colonial structures on bodies and subjects, generating variable experiences that depend on the intersection between the categories of gender, race, class, sexuality, gender identity, among others. other variables also seeking to reflect on the resistance processes embraced by these subaltern groups. In this sense, the present work seeks to address the sexual policy established during the civil-military dictatorship, the development of the lesbian movement and its engagement in the struggles against the regime and the reflection on democratic rights and sexual freedom.Silva, Janine Gomes daUniversidade Federal de Santa CatarinaFrança, Fanny Spina2023-06-28T18:25:41Z2023-06-28T18:25:41Z2022info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesis168 p.| il.application/pdf381663https://repositorio.ufsc.br/handle/123456789/247488porreponame:Repositório Institucional da UFSCinstname:Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC)instacron:UFSCinfo:eu-repo/semantics/openAccess2023-06-28T18:25:41Zoai:repositorio.ufsc.br:123456789/247488Repositório InstitucionalPUBhttp://150.162.242.35/oai/requestopendoar:23732023-06-28T18:25:41Repositório Institucional da UFSC - Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC)false |
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