O gênero entrevista pingue-pongue: reenunciação, enquadramento e valoração do discurso do outro

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Silva, Nívea Rohling da
Data de Publicação: 2007
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFSC
Texto Completo: http://repositorio.ufsc.br/xmlui/handle/123456789/90539
Resumo: Dissertação (mestrado) - Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Comunicação e Expressão. Programa de Pós-Graduação em Lingüística.
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spelling O gênero entrevista pingue-pongue: reenunciação, enquadramento e valoração do discurso do outroLinguisticaLinguistica aplicadaEntrevistas (Jornalismo)Dissertação (mestrado) - Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Comunicação e Expressão. Programa de Pós-Graduação em Lingüística.O objetivo desta pesquisa é elaborar uma análise interpretativa do gênero do discurso entrevista pingue-pongue do jornalismo de revista. A fundamentação teórico-medotodológica insere-se na linha dialógica da linguagem e dos gêneros do Círculo de Bakhtin. Os dados de pesquisa são compostos por todas as 52 (cinqüenta e duas) entrevistas pingue-pongues, publicadas em três revistas semanais de circulação nacional, CartaCapital, ISTOÉ e Veja, no período de 4 de outubro a 8 de novembro de 2006, época de cobertura do segundo turno das eleições presidenciais no Brasil. A metodologia de análise e de apresentação dos dados baseou-se em Rodrigues (2001), que propõe duas grandes categorias de análise interligadas entre si: a dimensão social e a dimensão verbal do gênero pesquisado. Na dimensão social do gênero, consideramos como elementos relevantes as particularidades da esfera sócio-discursiva do jornalismo e jornalismo de revista (segmentação da esfera do jornalismo) e a situação de interação discursiva que se estabelece entre autor e leitor, mediada pela esfera jornalística. A autoria do gênero é de responsabilidade da esfera do jornalismo e ocorre em uma relação de co-autoria entre jornalista e editoria. O interlocutor previsto corresponde ao leitor da revista; sendo este um leitor de revista semanal de informação que tem interesse pelos diversos acontecimentos sociais da atualidade. Já a partir da análise da dimensão verbal, podemos dizer que o gênero entrevista pingue-pongue constitui-se em um enunciado citado da entrevista face a face e, mais que isso, em uma reenunciação dessa na qual ocorre um enquadramento do discurso do entrevistado, que é valorado na entrevista pingue-pongue. Destacamos as regularidades ligadas ao horizonte temático do gênero, que permitiram o seguinte agrupamento das entrevistas: a) entrevistas pingue-pongues cujo objeto do discurso é o próprio entrevistado; b) entrevistas pingue-pongues cujo objeto do discurso é o conjunto dos acontecimentos sociais. Apesar desse agrupamento, consideramos que o efetivo conteúdo temático da entrevista centraliza-se no entrevistado e seu discurso, o que justifica a acentuada valoração axiológica nesse gênero, uma vez que esse "homem" (o entrevistado) já vem envolvido em um "fundo" aperceptivo dos discursos alheios. Assim, o horizonte valorativo se sobressai aos demais horizontes (temporal, espacial e temático), o que equivale a dizer que é a valoração axiológica que está "orquestrando" a entrevista pingue-pongue; ela permite o gênero de "movimentar" na edição. A valoração axiológica se semiotiza no gênero a partir de índices sociais de valor que são: o lugar de ancoragem na revista, o papel social do entrevistado, a extensão textual do gênero e o conteúdo semântico objetal das perguntas e das respostas. A partir do lugar de ancoragem na revista foi possível agrupar as entrevistas em: a) entrevistas pingue-pongues nucleares; b) entrevistas pingue-pongues nucelares satélites. As entrevistas nucleares são publicadas nas páginas vermelhas e nas seções principais da revista ISTOÉ, nas páginas amarelas e seções principais da revista Veja e em qualquer seção na CartaCapital. São as entrevistas que mantêm independência temática e ocupam os espaços mais privilegiados nas edições das revistas. As entrevistas satélites, a seu turno, são publicadas em seções diversas como, por exemplo, as seções destinadas a colunismo social (Holofote (Veja) e Gente (Veja)), nas seções dedicadas a discutir os "bastidores" da política nacional (Brasil Confidencial (ISTOÉ)) e nas seções que discutem comportamento, profissão, saúde, etc. (Seção GUIA Veja (Veja)). As entrevistas satélites, não raras vezes, cumprem a tarefa de "completar" e/ou "reafirmar" um "já-dito" na edição da revista, e ainda caracterizam-se por "disputar espaço" com outros gêneros dentro de uma mesma página, o que significa dizer que têm um lugar menos privilegiado na revista. Em síntese, a análise dos índices sociais de valor mostrou que o "fio condutor" do gênero pesquisado é o entrevistado e o seu discurso, que é "encharcado" de valoração, é "desacreditado", é "contestado" ou "enaltecido", a partir de seu papel social validado pelas "opiniões" sociais e pelos já-ditos sobre esse objeto (entrevistado e seu discurso).Florianópolis, SCRodrigues, Rosangela HammesUniversidade Federal de Santa CatarinaSilva, Nívea Rohling da2012-10-23T12:10:36Z2012-10-23T12:10:36Z20072007info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesis237 f.| ils.application/pdf245444http://repositorio.ufsc.br/xmlui/handle/123456789/90539porreponame:Repositório Institucional da UFSCinstname:Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC)instacron:UFSCinfo:eu-repo/semantics/openAccess2013-05-02T03:10:58Zoai:repositorio.ufsc.br:123456789/90539Repositório InstitucionalPUBhttp://150.162.242.35/oai/requestopendoar:23732013-05-02T03:10:58Repositório Institucional da UFSC - Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC)false
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