O desafio ético-estético-político do SUS para a formação médica: uma análise do Programa Mais Médicos

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Matias, Maria Claudia Souza
Data de Publicação: 2017
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFSC
Texto Completo: https://repositorio.ufsc.br/handle/123456789/189123
Resumo: Tese (doutorado) - Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Ciências da Saúde, Programa de Pós-Graduação em Saúde Coletiva, Florianópolis, 2017.
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Buscou-se observar também os efeitos dessas forças sobre as práticas de formação e sobre os sujeitos que as vivenciam. Adotou-se uma abordagem qualitativa de pesquisa, fundamentada no método cartográfico e o campo de investigação escolhido foi o processo de criação e desenvolvimento de dois novos cursos, nas regiões Sul e Nordeste do país. Utilizando a prática cartográfica e entrevistas com docentes, discentes e técnicos envolvidos no desenvolvimento desses cursos, foram construídas narrativas que permitiram acompanhar os processos e movimentos que vêm buscando aproximar a formação médica dos desafios colocados pelo Sistema Único de Saúde. Os resultados encontrados mostraram que, nas instituições pesquisadas, os movimentos pela mudança dessa formação são atravessados por forças do instituído, aquelas que estabilizam as práticas histórica e socialmente construídas, e forças instituintes, que desestabilizam e trazem mudança aos modos de fazer, de pensar e de produzir subjetividades. Entre as forças do instituído, algumas têm se configurado como expressões do conservadorismo, por sua fixidez e impermeabilidade aos movimentos de mudança. Entre estas, destacam-se a influência do modelo biomédico, as forças relativas ao mercado de trabalho médico e os movimentos políticos em curso no cenário nacional, que vêm polarizando e acirrando posicionamentos políticos entre a população. Também compõem o jogo de forças aqueles movimentos instituintes, que buscam desestabilizar o conservadorismo, como os empreendidos pelo SUS e pelo campo da saúde coletiva, os movimentos organizados de estudantes e docentes pela mudança na formação médica e os movimentos da Medicina de Família e Comunidade de apoiar a construção de uma formação focada em um perfil generalista desse profissional. Algumas dessas estratégias político-pedagógicas criadas e experimentadas nos cursos têm mostrado potência intercessora, trazendo novos sentidos para a compreensão do processo saúde-doença-atenção e produzindo entre os estudantes, subjetividades protagonistas quanto à própria formação e quanto à disposição de participarem na gestão dos cursos. Em resumo, a configuração do PMM parece operar como dispositivo de interferência na formação médica quando associada a um contexto grupal de construção coletiva e gestão compartilhada do curso e também a práticas e estratégias pedagógicas que coloquem a perspectiva da produção sócio histórica não só para a compreensão do processo saúde-doença-atenção, mas da própria instituição medicina.Abstract : Recent initiatives to change medical education proposed from the training axis of the More Physicians Program (PMM) and the National Curricular Guidelines (DCN) have contributed to narrow the relationship between training and health needs of the population and SUS, seeking to prepare the professional future to act with the most frequent health situations efficiently. In this study, a qualitative research approach was adopted in which the cartographic method guided the mapping production of intervening forces in the implantation process of new medical courses. It was built from the expansion proposal and medical training change posed by the PMM. It was also sought to observe these forces effects on the training practices and subjects who experienced them. The chosen research field was the creation and development of two new courses, in the South and Northeast regions of the country. By using cartographic practice and interviews with teachers, students, and technicians involved in such courses development, some narratives were built to allow monitoring processes and movements trying to bring medical education closer to the challenges posed by the Unified Health System. The results show that movements to change this training are crossed by instituted forces that stabilize historical and socially constructed practices, and also, establishing powers that destabilize and bring change to the ways of doing, thinking and producing subjectivities. Some instituted forces have been configured as expressions of conservatism by their persistence and impermeability to changing movements. It is possible to highlight the biomedical model influence, forces related to the medical labor market and the ongoing political movements in the national scenario, which have polarized and intensified political positions among the population. The set of forces are also composed of instituting movements that seek to destabilize conservatism such as those undertaken by the SUS and collective health field, actions organized by students and teachers to change the medical training and movements of Family Medicine and Community to support the construction of a practice focused on a generalist profile of the professional. Some of these political-pedagogical strategies created and experienced in the courses have shown intercessory power, bringing new meanings to the health-illness-attention process understanding and producing, between the students, protagonist subjectivities regarding their training and willingness to participate in the management of courses. In summary, the PMM configuration seems to operate as an interference device in medical training when associated with a group context of collective construction and shared management of the course, and also, with pedagogical practices and strategies that place the perspective of socio-historical production not only to the understanding of health-disease-care process, but also the medical institution.190 p.| il.porSaúde coletivaEducação médicaPessoal da área médicaAtenção Primária à SaúdeO desafio ético-estético-político do SUS para a formação médica: uma análise do Programa Mais Médicosinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisreponame:Repositório Institucional da UFSCinstname:Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC)instacron:UFSCinfo:eu-repo/semantics/openAccessORIGINALPGSC0203-T.pdfPGSC0203-T.pdfapplication/pdf2434651https://repositorio.ufsc.br/bitstream/123456789/189123/-1/PGSC0203-T.pdf1cd0b4c383a305d1137fd34e147deda9MD5-1123456789/1891232018-08-16 01:04:28.669oai:repositorio.ufsc.br:123456789/189123Repositório de PublicaçõesPUBhttp://150.162.242.35/oai/requestopendoar:23732018-08-16T04:04:28Repositório Institucional da UFSC - Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC)false
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