O acolhimento a imigrantes na perspectiva de agentes comunitárias de saúde em Florianópolis

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Lopes, Júlia de Souza
Data de Publicação: 2021
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFSC
Texto Completo: https://repositorio.ufsc.br/handle/123456789/229275
Resumo: Dissertação (mestrado) - Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Filosofia e Ciências Humanas, Programa de Pós-Graduação em Psicologia, Florianópolis, 2021.
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spelling O acolhimento a imigrantes na perspectiva de agentes comunitárias de saúde em FlorianópolisPsicologiaAgentes comunitários de saúdeEmigração e imigraçãoAcolhimentoAtenção primária à saúdeAtenção básicaDissertação (mestrado) - Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Filosofia e Ciências Humanas, Programa de Pós-Graduação em Psicologia, Florianópolis, 2021.Todos os dias milhares de pessoas migram, transitando entre territórios e cruzando fronteiras para buscar algo que não podem mais ou que nunca puderam encontrar onde estavam. O fenômeno migratório, por sua complexidade, independentemente de sua causa ou tempo de duração, tem importantes efeitos na vida dos sujeitos. Portanto, foram focos deste estudo tanto a imigração voluntária quanto a involuntária. Diante dos impactos biopsicossociais da imigração, vínculos positivos com profissionais de serviços de saúde podem contribuir para integração do imigrante no país de acolhida. Assim, o objetivo desta pesquisa foi compreender o acolhimento realizado por Agentes Comunitárias de Saúde (ACS) a imigrantes na cidade de Florianópolis. Optou­-se por uma abordagem qualitativa, com objetivos de caráter exploratório­-descritivo e entrevistas semiestruturadas como instrumento. As entrevistas foram realizadas nos Centros de Saúde onde trabalham as 15 participantes da pesquisa. Os relatos orais foram transcritos, categorizados e analisados por meio da técnica de análise de conteúdo. Os resultados foram discutidos a partir de uma revisão de literatura integrativa sobre o processo de acolhimento a imigrantes na perspectiva de trabalhadores da saúde e também da Etnopsiquiatria, disciplina que fundamentou esta pesquisa. Os resultados demonstraram, a respeito dos significados da migração para as ACS, que os imigrantes não têm um perfil definido, apesar de serem identificados como diferentes dos brasileiros. Além disso, boa parte das entrevistadas considera que o processo migratório representa riscos não apenas aos imigrantes, mas também para a sociedade que os acolhe. Elas consideram que as condições de acesso aos serviços de saúde pública para imigrantes são influenciadas por múltiplos fatores. A organização e as características do SUS, por exemplo, operam tanto como barreiras quanto como facilitadores para tal. A dificuldade dos imigrantes em entender seu funcionamento pode representar importantes empecilhos para seu acesso; no entanto, a gratuidade, universalidade e qualidade de seus serviços são fatores que possibilitam sua utilização. As demandas de cuidado dos imigrantes são tanto de ordem física quanto psicossociais. Para as ACS, não são as patologias que tornam as demandas dos imigrantes complexas, mas sim o que eles passaram e passam para estar fora de seu país. Assim, as práticas de acolhimento a imigrantes realizadas pelas ACS são inúmeras. Tais práticas são influenciadas tanto pelas experiências individuais de quem as realiza, quanto pelo contexto onde acontecem. Estas variáveis vão determinar os desafios, estratégias e possibilidades para que o acolhimento aconteça ou não. Conclui­-se que, como uma postura ética definida pela Política Nacional de Humanização, o acolhimento a imigrantes é realizado pela maioria das ACS entrevistadas. No entanto, o Estado não oferece condições adequadas para o acolhimento de imigrantes em suas especificidades; nessa falta, profissionais e imigrantes se juntam para tentar superar as barreiras. Portanto, torna­-se evidente a necessidade de o Estado investir em formações constantes para os profissionais que atuam nos serviços da Atenção Primária para que eles possam lidar com os constantes desafios deste nível de atenção.Abstract: Every day thousands of people migrate, transiting between territories and crossing borders in search of something they can no longer or could never find where they were. The migratory phenomenon, due to its complexity, regardless of its cause or duration, has important effects on the lives of those who migrate. Therefore, both voluntary and involuntary immigration were focuses of this study. Given the biopsychosocial impacts of immigration, positive links with health service professionals can contribute to the integration of the immigrant in the host country. That said, the aim of this research was to understand the reception carried out by Community Health Workers (CHW) to immigrants in the city of Florianópolis. A qualitative approach was chosen, with exploratory­descriptive objectives. Semi­structured interviews were used as instrument. The interviews were conducted at the Health Centers where the 15 research participants worked. Oral reports were transcribed, categorized and analyzed using the content analysis technique. The results were discussed based on an integrative literature review about the process of welcoming immigrants from the perspective of health workers. In addition, Ethnopsychiatry, the theory that underlies this research, was also used. The results showed, regarding the meanings of migration for the CHW, that immigrants do not have a defined profile, despite being identified as different from Brazilians. In addition, most of the interviewees believe that the migration process represents risks not only for immigrants, but also for the society that welcomes them. They consider that the conditions of access to public healthcare services for immigrants are influenced by multiple factors. The organization and characteristics of the SUS, for example, operate both as barriers and as facilitators for this. Immigrants' difficulty in understanding how they work can represent na important obstacle to their access; however, the gratuity, universality and quality of its services are factors that enable its use. Immigrant care demands are both physical and psychosocial. For the CHW, it is not the pathologies itselves that make the demands of immigrants complex, but what they went through and still go through to be outside their country. Therefore, the strategies carried out by the CHW for welcoming immigrants are countless. Such practices are influenced both by the individual experiences of those who carry them out, and by the context in which they take place. These variables will determine the challenges, strategies and possibilities for the reception to happen or not. It is concluded that, as an ethical posture defined by the National Humanization Policy, the reception of immigrants is carried out by the majority of the CHW interviewed. However, the State does not offer adequate conditions for the reception of immigrants in their specificities; in this absence, professionals and immigrants come together to try to overcome barriers. Therefore, the need for the State to invest in constant training for professionals working in Primary Care services is evident, so that they can deal with the constant challenges of this level of care.Borges, Lucienne MartinsUniversidade Federal de Santa CatarinaLopes, Júlia de Souza2021-10-14T19:31:28Z2021-10-14T19:31:28Z2021info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesis128 p.| il., tabs.application/pdf373276https://repositorio.ufsc.br/handle/123456789/229275porreponame:Repositório Institucional da UFSCinstname:Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC)instacron:UFSCinfo:eu-repo/semantics/openAccess2021-10-14T19:31:28Zoai:repositorio.ufsc.br:123456789/229275Repositório InstitucionalPUBhttp://150.162.242.35/oai/requestopendoar:23732021-10-14T19:31:28Repositório Institucional da UFSC - Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC)false
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