O exame de urina no diagnóstico das doenças glomerulares: o papel do dismorfismo eritrocitário

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Tholl, Júlia
Data de Publicação: 2020
Tipo de documento: Trabalho de conclusão de curso
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFSC
Texto Completo: https://repositorio.ufsc.br/handle/123456789/212809
Resumo: TCC(graduação) - Universidade Federal de Santa Catarina. Centro de Ciências da Saúde. Farmácia.
id UFSC_14260cdb4d24cc1b8ecb2790e4f15136
oai_identifier_str oai:repositorio.ufsc.br:123456789/212809
network_acronym_str UFSC
network_name_str Repositório Institucional da UFSC
repository_id_str 2373
spelling Universidade Federal de Santa CatarinaTholl, JúliaColle, Dirleise2020-09-13T23:52:18Z2020-09-13T23:52:18Z2020-08-19https://repositorio.ufsc.br/handle/123456789/212809TCC(graduação) - Universidade Federal de Santa Catarina. Centro de Ciências da Saúde. Farmácia.As doenças renais são classificadas como doenças glomerulares, tubulares, intersticiais ou vasculares. Os principais sinais das doenças glomerulares são a proteinúria e a hematúria, e são identificados através do exame de urina. Desde 1979 diversos autores sugerem que quando a hematúria é de origem glomerular, algumas hemácias podem apresentar alterações morfológicas e estas são classificadas como hemácias dismórficas. A presença de hemácias dismórficas e de acantócitos (hemácias em formato de rosca com protrusões citoplasmáticas vesiculares) na urina é um indicativo de patologias glomerulares. Porém, não existe um consenso na literatura sobre o valor de referência para dismorfismo eritrocitário e acantócitos para determinar a origem da hematúria. Esta revisão narrativa da literatura teve como objetivo analisar o papel do dismorfismo eritrocitário no diagnóstico das doenças glomerulares. Foram incluídos doze artigos nas línguas inglesa e portuguesa publicados nos últimos vinte anos. A maioria dos artigos incluídos utilizaram a microscopia de contraste de fase como metodologia para identificar eritrócitos dismórficos no sedimento urinário. Entretanto, também foram empregadas a automação e a microscopia de campo claro, realizada em amostras de urina a fresco ou coradas. Os pontos de corte ideais, ou seja, a porcentagem de hemácias dismórficas para diagnóstico de hematúria glomerular, empregados pelos estudos variaram de >6,7% a >80%. Para esses valores, a sensibilidade e a especificidade variaram conforme a metodologia utilizada, de 20,4% a 100% e de 30% a 100%, respectivamente, indicando que a porcentagem de hemácias dismórficas costuma ser mais específica do que sensível. Para acantócitos o ponto de corte variou de ≥1% a ≥7%, cuja sensibilidade e especificidade variaram de 46% a 100% e de 82% a 100%, respectivamente. Nesta revisão, não foi encontrado um valor de referência específico para dismorfismo eritrocitário. Os trabalhos concluíram que o dismorfismo eritrocitário e a presença de acantócitos têm capacidade de diferenciar hematúria glomerular de não glomerular. Estes parâmetros devem ser correlacionados com outros resultados do exame de urina, visto que a presença de cilindros hemáticos e proteinúria também são relevantes nessas doenças. Os autores continuam recomendando a utilização do dismorfismo eritrocitário para auxílio no processo diagnóstico das glomerulopatias mesmo não havendo uma padronização dos valores de referência. Para implementar esta análise na rotina laboratorial, deve ser considerada a metodologia que será empregada (microscopia de campo claro, microscopia de contraste de fase ou automação), para então determinar o valor de referência a ser utilizado.Kidney diseases are classified as glomerular, tubular, interstitial or vascular diseases. The main signs of glomerular diseases are proteinuria and hematuria, and are identified through urine examination. Since 1979, several authors have suggested that when hematuria is of glomerular origin, some red blood cells may show morphological changes and these are classified as dysmorphic red blood cells. The presence of dysmorphic red blood cells and acanthocytes (donut-shaped red blood cells with vesicular cytoplasmic protrusions) in the urine is indicative of glomerular pathologies. However, there is no consensus in the literature on the reference value for erythrocyte dysmorphism and acanthocytes to determine the origin of hematuria. This narrative review of the literature aimed to analyze the role of erythrocyte dysmorphism in the diagnosis of glomerular diseases. Twelve articles in English and Portuguese published in the last twenty years were included. Most of the articles included used phase contrast microscopy as a methodology to identify dysmorphic erythrocytes in the urine sediment. However, automation and bright field microscopy, performed on fresh or stained urine samples, were also employed. The ideal cutoff points, that is, a percentage of dysmorphic red blood cells for the diagnosis of glomerular hematuria, used by studies are ranging from >6.7% to >80%. For these values, sensitivity and specificity varied according to the methodology used, from 20.4% to 100% and from 30% to 100%, respectively, indicating that the percentage of dysmorphic red blood cells is usually more specific than sensitive. For acanthocytes, the cutoff points varied from ≥1% to ≥7%, whose sensitivity and specificity varied from 46% to 100% and from 82% to 100%, respectively. In this review, no specific reference value for erythrocyte dysmorphism was found. The studies concluded that erythrocyte dysmorphism and the presence of acanthocytes are able to differentiate glomerular and non-glomerular hematuria. These parameters must be correlated with other results of the urinalysis, since the presence of erythrocyte casts and proteinuria are also relevant for these diseases. The authors continue to recommend the use of erythrocyte dysmorphism to assist the diagnostic process of glomerulopathies even though there is no standardization of reference values. To implement this analysis in the laboratory routine, the methodology that will be used (bright field microscopy, phase contrast microscopy or automation) must be considered, and then determine the reference value to be used.55 f.Florianópolis, SCDoenças glomerularesExame de urinaDismorfismo eritrocitárioHemácias dismórficasAcantócitosGlomerular diseasesUrinalysisErythrocyte dysmorphismDysmorphic red blood cellsAcanthocytesO exame de urina no diagnóstico das doenças glomerulares: o papel do dismorfismo eritrocitárioinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/bachelorThesisinfo:eu-repo/semantics/openAccessporreponame:Repositório Institucional da UFSCinstname:Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC)instacron:UFSCLICENSElicense.txtlicense.txttext/plain; charset=utf-81383https://repositorio.ufsc.br/bitstream/123456789/212809/3/license.txt11ee89cd31d893362820eab7c4d46734MD53ORIGINALTCC.pdfTCC.pdfTCCapplication/pdf900724https://repositorio.ufsc.br/bitstream/123456789/212809/1/TCC.pdf91045c77e1b764cfa3d69d5c6f875041MD51ATA.pdfATA.pdfEMBARGOapplication/pdf728872https://repositorio.ufsc.br/bitstream/123456789/212809/2/ATA.pdf952c878e47c7251d8c1791c5b7c14847MD52123456789/2128092020-09-13 20:52:21.236oai:repositorio.ufsc.br:123456789/212809Vm9jw6ogdGVtIGEgbGliZXJkYWRlIGRlOiBDb21wYXJ0aWxoYXIg4oCUIGNvcGlhciwgZGlzdHJpYnVpciBlIHRyYW5zbWl0aXIgYSBvYnJhLiBSZW1peGFyIOKAlCBjcmlhciBvYnJhcyBkZXJpdmFkYXMuClNvYiBhcyBzZWd1aW50ZXMgY29uZGnDp8O1ZXM6IEF0cmlidWnDp8OjbyDigJQgVm9jw6ogZGV2ZSBjcmVkaXRhciBhIG9icmEgZGEgZm9ybWEgZXNwZWNpZmljYWRhIHBlbG8gYXV0b3Igb3UgbGljZW5jaWFudGUgKG1hcyBuw6NvIGRlIG1hbmVpcmEgcXVlIHN1Z2lyYSBxdWUgZXN0ZXMgY29uY2VkZW0gcXVhbHF1ZXIgYXZhbCBhIHZvY8OqIG91IGFvIHNldSB1c28gZGEgb2JyYSkuIFVzbyBuw6NvLWNvbWVyY2lhbCDigJQgVm9jw6ogbsOjbyBwb2RlIHVzYXIgZXN0YSBvYnJhIHBhcmEgZmlucyBjb21lcmNpYWlzLgpGaWNhbmRvIGNsYXJvIHF1ZTogUmVuw7puY2lhIOKAlCBRdWFscXVlciBkYXMgY29uZGnDp8O1ZXMgYWNpbWEgcG9kZSBzZXIgcmVudW5jaWFkYSBzZSB2b2PDqiBvYnRpdmVyIHBlcm1pc3PDo28gZG8gdGl0dWxhciBkb3MgZGlyZWl0b3MgYXV0b3JhaXMuIERvbcOtbmlvIFDDumJsaWNvIOKAlCBPbmRlIGEgb2JyYSBvdSBxdWFscXVlciBkZSBzZXVzIGVsZW1lbnRvcyBlc3RpdmVyIGVtIGRvbcOtbmlvIHDDumJsaWNvIHNvYiBvIGRpcmVpdG8gYXBsaWPDoXZlbCwgZXN0YSBjb25kacOnw6NvIG7Do28gw6ksIGRlIG1hbmVpcmEgYWxndW1hLCBhZmV0YWRhIHBlbGEgbGljZW7Dp2EuIE91dHJvcyBEaXJlaXRvcyDigJQgT3Mgc2VndWludGVzIGRpcmVpdG9zIG7Do28gc8OjbywgZGUgbWFuZWlyYSBhbGd1bWEsIGFmZXRhZG9zIHBlbGEgbGljZW7Dp2E6IExpbWl0YcOnw7VlcyBlIGV4Y2XDp8O1ZXMgYW9zIGRpcmVpdG9zIGF1dG9yYWlzIG91IHF1YWlzcXVlciB1c29zIGxpdnJlcyBhcGxpY8OhdmVpczsgT3MgZGlyZWl0b3MgbW9yYWlzIGRvIGF1dG9yOyBEaXJlaXRvcyBxdWUgb3V0cmFzIHBlc3NvYXMgcG9kZW0gdGVyIHNvYnJlIGEgb2JyYSBvdSBzb2JyZSBhIHV0aWxpemHDp8OjbyBkYSBvYnJhLCB0YWlzIGNvbW8gZGlyZWl0b3MgZGUgaW1hZ2VtIG91IHByaXZhY2lkYWRlLiBBdmlzbyDigJQgUGFyYSBxdWFscXVlciByZXV0aWxpemHDp8OjbyBvdSBkaXN0cmlidWnDp8Ojbywgdm9jw6ogZGV2ZSBkZWl4YXIgY2xhcm8gYSB0ZXJjZWlyb3Mgb3MgdGVybW9zIGRhIGxpY2Vuw6dhIGEgcXVlIHNlIGVuY29udHJhIHN1Ym1ldGlkYSBlc3RhIG9icmEuIEEgbWVsaG9yIG1hbmVpcmEgZGUgZmF6ZXIgaXNzbyDDqSBjb20gdW0gbGluayBwYXJhIGVzdGEgcMOhZ2luYS4KTGljZW7Dp2EgQ3JlYXRpdmUgQ29tbW9ucyAtIGh0dHA6Ly9jcmVhdGl2ZWNvbW1vbnMub3JnL2xpY2Vuc2VzL2J5LW5jLzMuMC9ici8KRepositório de PublicaçõesPUBhttp://150.162.242.35/oai/requestopendoar:23732020-09-13T23:52:21Repositório Institucional da UFSC - Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC)false
dc.title.pt_BR.fl_str_mv O exame de urina no diagnóstico das doenças glomerulares: o papel do dismorfismo eritrocitário
title O exame de urina no diagnóstico das doenças glomerulares: o papel do dismorfismo eritrocitário
spellingShingle O exame de urina no diagnóstico das doenças glomerulares: o papel do dismorfismo eritrocitário
Tholl, Júlia
Doenças glomerulares
Exame de urina
Dismorfismo eritrocitário
Hemácias dismórficas
Acantócitos
Glomerular diseases
Urinalysis
Erythrocyte dysmorphism
Dysmorphic red blood cells
Acanthocytes
title_short O exame de urina no diagnóstico das doenças glomerulares: o papel do dismorfismo eritrocitário
title_full O exame de urina no diagnóstico das doenças glomerulares: o papel do dismorfismo eritrocitário
title_fullStr O exame de urina no diagnóstico das doenças glomerulares: o papel do dismorfismo eritrocitário
title_full_unstemmed O exame de urina no diagnóstico das doenças glomerulares: o papel do dismorfismo eritrocitário
title_sort O exame de urina no diagnóstico das doenças glomerulares: o papel do dismorfismo eritrocitário
author Tholl, Júlia
author_facet Tholl, Júlia
author_role author
dc.contributor.pt_BR.fl_str_mv Universidade Federal de Santa Catarina
dc.contributor.author.fl_str_mv Tholl, Júlia
dc.contributor.advisor1.fl_str_mv Colle, Dirleise
contributor_str_mv Colle, Dirleise
dc.subject.por.fl_str_mv Doenças glomerulares
Exame de urina
Dismorfismo eritrocitário
Hemácias dismórficas
Acantócitos
Glomerular diseases
Urinalysis
Erythrocyte dysmorphism
Dysmorphic red blood cells
Acanthocytes
topic Doenças glomerulares
Exame de urina
Dismorfismo eritrocitário
Hemácias dismórficas
Acantócitos
Glomerular diseases
Urinalysis
Erythrocyte dysmorphism
Dysmorphic red blood cells
Acanthocytes
description TCC(graduação) - Universidade Federal de Santa Catarina. Centro de Ciências da Saúde. Farmácia.
publishDate 2020
dc.date.accessioned.fl_str_mv 2020-09-13T23:52:18Z
dc.date.available.fl_str_mv 2020-09-13T23:52:18Z
dc.date.issued.fl_str_mv 2020-08-19
dc.type.status.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/publishedVersion
dc.type.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/bachelorThesis
format bachelorThesis
status_str publishedVersion
dc.identifier.uri.fl_str_mv https://repositorio.ufsc.br/handle/123456789/212809
url https://repositorio.ufsc.br/handle/123456789/212809
dc.language.iso.fl_str_mv por
language por
dc.rights.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/openAccess
eu_rights_str_mv openAccess
dc.format.none.fl_str_mv 55 f.
dc.publisher.none.fl_str_mv Florianópolis, SC
publisher.none.fl_str_mv Florianópolis, SC
dc.source.none.fl_str_mv reponame:Repositório Institucional da UFSC
instname:Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC)
instacron:UFSC
instname_str Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC)
instacron_str UFSC
institution UFSC
reponame_str Repositório Institucional da UFSC
collection Repositório Institucional da UFSC
bitstream.url.fl_str_mv https://repositorio.ufsc.br/bitstream/123456789/212809/3/license.txt
https://repositorio.ufsc.br/bitstream/123456789/212809/1/TCC.pdf
https://repositorio.ufsc.br/bitstream/123456789/212809/2/ATA.pdf
bitstream.checksum.fl_str_mv 11ee89cd31d893362820eab7c4d46734
91045c77e1b764cfa3d69d5c6f875041
952c878e47c7251d8c1791c5b7c14847
bitstream.checksumAlgorithm.fl_str_mv MD5
MD5
MD5
repository.name.fl_str_mv Repositório Institucional da UFSC - Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC)
repository.mail.fl_str_mv
_version_ 1766805143125229568