Dinâmica relacional de famílias que vivenciaram abuso sexual infanto-juvenil: o olhar materno
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2016 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional da UFSC |
Texto Completo: | https://repositorio.ufsc.br/xmlui/handle/123456789/174706 |
Resumo: | Dissertação (mestrado) - Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Filosofia e Ciências Humanas, Programa de Pós-Graduação em Psicologia, Florianópolis, 2016. |
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Dinâmica relacional de famílias que vivenciaram abuso sexual infanto-juvenil: o olhar maternoPsicologiaCrime sexual contra as criançasAspectos psicológicosFamíliaAspectos psicológicosMae e filhosAspectos psicológicosDissertação (mestrado) - Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Filosofia e Ciências Humanas, Programa de Pós-Graduação em Psicologia, Florianópolis, 2016.O abuso sexual infanto-juvenil é um fenômeno de elevada prevalência epidemiológica, causando sérios prejuízos para o desenvolvimento das vítimas. Ocorrendo em meio a uma dinâmica familiar específica, o processo da violência se constrói e se sustenta em uma trama relacional em que todos os envolvidos se afetam recursivamente. O presente estudo teve como base epistemológica o pensamento complexo e objetivou compreender a dinâmica relacional de famílias que vivenciaram abuso sexual infanto-juvenil, na perspectiva das mães. A pesquisa foi realizada com famílias atendidas em dois CREAS de um município da região sul do Brasil. Participaram 12 mães que estavam em atendimento psicossocial e que tiveram filhos abusados sexualmente. A coleta de dados foi realizada por meio de entrevista semiestruturada e construção de Genograma, e os dados obtidos foram organizados e analisados utilizando os princípios da Teoria Fundamentada nos Dados, por meio dos softwares Atlas-ti 7.5.7 e Genopro 3.0.0.5. Os resultados revelaram que houve alterações nos padrões de relacionamentos de todas as famílias participantes, especialmente entre as mães e crianças ou adolescentes abusados sexualmente, passando a haver superenvolvimento ou distanciamento entre filhos e mães. Foram também identificados, após a revelação, coalizões dos autores da violência e suas companheiras contra as crianças, conflitos conjugais, conflitos entre as mães e a família do autor da violência, rompimentos do núcleo familiar com o autor da violência e as pessoas tidas como coniventes, distanciamentos da família extensa, alianças e triangulações. Constatou-se que mães que apresentaram reações negativas frente à revelação do abuso significam esta violência de forma ambígua, responsabilizando a criança/adolescente pela situação. Observou-se no discurso materno contradição ao significar como perigosos os contatos afetivos entre homens e crianças, enquanto ignoram indicativos consistentes da situação de abuso sexual em seu contexto familiar. Evidenciou-se que o apoio das instituições de atendimento, apoio da família, dos amigos e da comunidade atuaram como facilitadores do enfrentamento materno. Observou-se que o conhecimento de que outras famílias também vivenciaram o fenômeno, a sobrevivência da criança ao abuso e convivência com os filhos também surgiram como aspectos facilitadores, da mesma forma que a crença religiosa e de ?um sentido oculto? por trás da violência, os cuidados com a própria saúde e o envolvimento em atividades laborais. Quanto aos aspectos que dificultaram o enfrentamento da violência, mencionou-se o isolamento, a negação do fenômeno, falta de apoio familiar e restrição do assunto da violência sexual ao âmbito doméstico. Conclui-se sobre a importância da intervenção profissional reconhecer o componente intergeracional com relação aos padrões abusivos e considerar as relações entre significados do abuso sexual infanto-juvenil e reações maternas, avaliando também os fatores que atuam como preditores de credibilidade ou descredibilidade frente à revelação do abuso. Além disso, sugere-se que os profissionais que atuam nesta área incluam e fortaleçam nos acompanhamentos psicossociais tanto as redes sociais significativas destas mães, como as institucionais, visando promover comportamentos e atitudes protetivas com relação a seus filhos.<br>Abstract : Child and adolescent sexual abuse is a phenomenon of high epidemiological prevalence, causing substantial harm to the victim?s development. Occurring in the midst of a specific familiar dynamic, the process of violence hatches and sustains itself in a relational plot in which all involved interact recursively. This study had the complex thought as its epistemological basis and aims to comprehend, from the mother?s perspective, the relational dynamics of families? victim of child and adolescent sexual abuse. The research was realized with families treated in two CREAS (Specialized Reference Center of Social Assistance) located in a municipality in the south region of Brazil. 12 mothers whose children were victims of abuse took part in the study. All were under psico-social treatment at the time. The data collection was realized by means of a semi-structured interview and Genogram development. The data gathered was organized and analyzed according to the principles of Grounded Theory using the software Atlas-ti 7.5.7 and Genopro 3.0.0.5. Results revealed changes in the relationship patterns in all participant families, mainly between the mothers and children or adolescents sexually abused, which relationship progressed to an overinvolvement or distancing between mother and child. Other findings after the revelations where coalitions of the violence perpetrators and their partners against the children, conjugal conflicts, conflicts between mothers and the family of the violator, rupture from the nuclear family with the violator and accessary people, estrangement from the extended family, triangulations and alliances. It was found that mothers that presented negative reactions towards the revelation of the abuse comprehend the violence ambiguously, holding the child/adolescent responsible for the situation. Contradiction was seen on the maternal speech when recognizing the danger of affective relationships between men and children, while ignoring consistent indications of the presence of sexual abuse in their familial context. Evidence was found on the importance of care centers, family, friends and community support as facilitators for the maternal coping. It was noticed that having knowledge of other families that undergone the phenomenon, children survival of abuse and spending time together with the children also played as facilitators. Likewise, religious belief and on ?greater scheme? behind the violence, care with their own health and focus on the laboral activities helped on maternal coping. As hampering factors, isolation, negation, lack of familial support and restriction of the sexual violence subject to the domestic environment were mentioned. An important finding is the need for professional intervention to recognize the intergenerational component with relation to the abuse patterns. Likewise, the relationship between the meanings of child sexual abuse and the maternal reaction must be considered, taking into account factors that may act as predictors of credibility or incredibility towards the abuse revelation. Furthermore, it is recommended that professionals practicing in this area include and emphasize the social and institutional support network of such mothers on their psico-social care, aiming to promote a protective behavior and attitude towards their children.Moré, Carmen Leontina Ojeda OcampoUniversidade Federal de Santa CatarinaSufredini, Francieli2017-04-11T04:16:50Z2017-04-11T04:16:50Z2016info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesis110 p.| il.application/pdf344475https://repositorio.ufsc.br/xmlui/handle/123456789/174706porreponame:Repositório Institucional da UFSCinstname:Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC)instacron:UFSCinfo:eu-repo/semantics/openAccess2017-04-11T04:16:51Zoai:repositorio.ufsc.br:123456789/174706Repositório InstitucionalPUBhttp://150.162.242.35/oai/requestopendoar:23732017-04-11T04:16:51Repositório Institucional da UFSC - Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC)false |
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