Conhecimento ecológico local e estrutura populacional de Schizolobium parahyba (Vell.) Blake em comunidades de pesca artesanal

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Orofino, Gabriela Guimarães
Data de Publicação: 2017
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFSC
Texto Completo: https://repositorio.ufsc.br/xmlui/handle/123456789/176918
Resumo: Dissertação (mestrado) - Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Ciências Biológicas, Programa de Pós-Graduação em Ecologia, Florianópolis, 2017.
id UFSC_1a8701fe8c980260cc45b865d88b6ebc
oai_identifier_str oai:repositorio.ufsc.br:123456789/176918
network_acronym_str UFSC
network_name_str Repositório Institucional da UFSC
repository_id_str 2373
spelling Universidade Federal de Santa CatarinaOrofino, Gabriela GuimarãesHanazaki, NatáliaPeroni, Nivaldo2017-07-04T04:04:29Z2017-07-04T04:04:29Z2017346668https://repositorio.ufsc.br/xmlui/handle/123456789/176918Dissertação (mestrado) - Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Ciências Biológicas, Programa de Pós-Graduação em Ecologia, Florianópolis, 2017.No litoral sul e sudeste brasileiro uma das principais espécies usadas para confecção de canoas artesanais de-um-tronco-só é o garapuvu, Schizolobium parahyba (Vell.) Blake var. parahyba. Em Santa Catarina, a espécie tem importância histórica para a pesca artesanal, que ainda é realizada com auxílio de canoas em diversas localidades. Entretanto, a confecção de embarcações artesanais está em declínio, o que pode afetar o conhecimento tradicional relacionado às plantas utilizadas nesta atividade. Além disso, pouco se sabe sobre como a interação ao longo do tempo entre populações humanas e seu ambiente configuraram as paisagens do litoral. Assim, buscamos compreender aspectos ecológicos e de escolha de S. parahyba através do olhar de artesãos e de outros moradores de comunidades de pesca artesanal, bem como compreender os efeitos de atividades antrópicas na distribuição da espécie. A dissertação está estruturada em dois artigos. No primeiro, foi abordado o conhecimento ecológico local (CEL) sobre S. parahyba, com ênfase em aspectos relacionados à confecção de canoas. Foram entrevistados 31 artesãos que constroem e/ou reparam canoas em comunidades de pesca artesanal da Grande Florianópolis e 12 moradores da Costa da Lagoa em Florianópolis (SC). O segundo artigo teve como objetivo compreender como o uso de S. parahyba e da paisagem podem ter influenciado na distribuição e abundância da espécie na Costa da Lagoa. Especificamente, objetivou-se, identificar práticas de manejo da paisagem e unidades de paisagem (UP) de ocorrência de S. parahyba a partir do conhecimento ecológico local e avaliar a estrutura populacional de S. parahyba nas UP identificadas. Nesta etapa realizamos mapeamento participativo e foi usado questionário semiestruturado com 15 moradores, inclusive artesãos. Foi utilizada imagem aérea atual de um local da Costa da Lagoa, feita por um veículo aéreo não tripulado (VANT), para identificação: das UP com base nas informações do CEL, dos locais de ocorrência de S. parahyba e dos sítios para alocação de parcelas para avaliação da estrutura populacional da espécie. Os entrevistados reconhecem seis tipos de garapuvu e os distinguem principalmente pela cor e qualidade da madeira. Estes aspectos são conhecidos com maior detalhe por artesãos do que por moradores não artesãos. Foram citados locais em que há maior ocorrência de árvores da espécie, e também os critérios de escolha para a confecção de canoas. As canoas são feitas com pouca frequência atualmente e podem durar por 100 anos ou mais. Na etapa de mapeamento participativo, foram identificadas três UP, que receberam manejo distinto: a ?Mata fechada? (pelo menos 60 anos de pousio de agricultura itinerante); o ?Capoeirão? (pelo menos 30 anos); e a ?Chácara? (cultivo de espécies perenes em sistema agroflorestal). Não houve diferença significativa na densidade de indivíduos e na média das variáveis dentrométricas de S. parahyba entre as UP, e sim, na distribuição de diâmetro e altura total. Os menores tamanhos de fuste foram registrados na UP Capoeirão, enquanto que as UP Mata e Chácara tiveram semelhanças na estrutura das populações. As variáveis ambientais não diferiram significativamente entre as unidades de paisagem, o que sugere que os aspectos da estrutura populacional podem ser explicados pelas práticas de manejo e tempo de pousio agrícola que estas áreas estão submetidas. Historicamente, S. parahyba possui importância cultural e econômica para as comunidades de pesca artesanal pesquisadas e isto se reflete no conhecimento que as pessoas tem sobre a espécie. A ação conjunta do uso para confecção de canoas e do manejo da paisagem pela agricultura itinerante promoveram a ocorrência S. parahyba. Considera-se que a continuidade da atividade artesanal de confecção de canoas e a transmissão do conhecimento relacionado à espécie dependem de estratégias de conservação que possibilitem a utilização de S. parahyba, bem como de ações de salvaguarda do patrimônio cultural.<br>Abstract : On the south and southeastern coast of Brazil, one of the main species used to build dugout canoes is Schizolobium parahyba (Vell.) Blake, also named ?garapuvu?. This specie has historical importance for traditional fishing at Santa Catarina (SC) state, once dugout canoes are still used in many communities. However, artisanal boat construction is in decline, and it can affect the traditional knowledge related to plants used for this purpose. In addition, little is known about how the interaction over time between human population and environment had shaped coastal landscapes. Thus, our goals were to understand ecological aspects and selection reasons of S. parahyba by artisans and other inhabitants of small-scale fishing communities. We also seek to understand the effects of human activities at S. parahyba distribution. This dissertation is organized in two articles. The first brings the local ecological knowledge (LEK) about S. parahyba, especially related to dugout canoes construction. We interviewed 31 artisans with experience in building or repairing dugout canoes in traditional fishing communities at Grande Florianópolis, and 12 inhabitants of Costa da Lagoa, Florianópolis (SC). The objective of the second article was to understand how the S. parahyba use and landscape use may have affected the species distribution at Costa da Lagoa. Furthermore, this article aims to identify management practices and landscape units (LU) where S. parahyba occurs based on LEK and to evaluate the population structure of S. parahyba inside each LU identified. It was used participatory mapping and semi-structured questionnaire with 15 inhabitants, including artisans. It was also used a current aerial image of Costa da Lagoa taken by an unmanned aerial vehicle (UAV) to identify: each LU based on LEK information, places where S. parahyba occurs and sites for allocating plots to assess S. parahyba population structure. The interviewees recognize six types of S. parahyba and distinguish them mainly by the colour and quality of the wood. These aspects are recognized with more details by artisans when compared with inhabitants non-artisans. It has been cited specific places where the is more occurrence of S. parayba trees, as well the criteria of choice of this specie for canoe construction. Currently, dugout canoes are made with low frequency and it can last for 100 years or more. Three LU that received distinct management are identified: ?Mata Fechada? (forest with at least 60 years of fallow of swidden agriculture), ?Capoeirão? (at least 30 years), and ?Chácara? (cultivation of perennial species in an agroforestry system). No differences were observed at S. parahyba density or at dendrometric parameters between LU. There were differences in the distribution of diameter and height classes between LU: the smallest trees were observed at LU ?Capoeirão?, whereas LU ?Forest? and ?Chácara? had similarities in the structure of populations. There were no differences in the environmental variables between the landscape units, which suggest that the aspects of population structure can be explained by management practices and by the period of fallow of these areas. Historically, S. parahyba has cultural and economic importance for the researched fishing communities and it is reflected in the knowledge that people have about this specie. The use of S. parahyba for canoe making and landscape management by swidden agriculture had conjunct effects in promoting the occurrence of S. parahyba. It is considered that the continuity of the artisanal canoe-making and the transmission of knowledge of S. parahyba depend on conservation strategies that allow the use of S. parahyba, as well as depend on actions to safeguard the cultural heritage.126 p.| il., gráfs., tabs.porEcologiaFlorestas tropicaisCanoas e canoagemPesca artesanalConhecimento ecológico local e estrutura populacional de Schizolobium parahyba (Vell.) Blake em comunidades de pesca artesanalinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisreponame:Repositório Institucional da UFSCinstname:Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC)instacron:UFSCinfo:eu-repo/semantics/openAccessORIGINAL346668.pdfapplication/pdf7184793https://repositorio.ufsc.br/bitstream/123456789/176918/1/346668.pdf3f3a94e783b7e144f2b3bea09f6f905bMD51123456789/1769182017-07-04 01:04:29.522oai:repositorio.ufsc.br:123456789/176918Repositório de PublicaçõesPUBhttp://150.162.242.35/oai/requestopendoar:23732017-07-04T04:04:29Repositório Institucional da UFSC - Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC)false
dc.title.pt_BR.fl_str_mv Conhecimento ecológico local e estrutura populacional de Schizolobium parahyba (Vell.) Blake em comunidades de pesca artesanal
title Conhecimento ecológico local e estrutura populacional de Schizolobium parahyba (Vell.) Blake em comunidades de pesca artesanal
spellingShingle Conhecimento ecológico local e estrutura populacional de Schizolobium parahyba (Vell.) Blake em comunidades de pesca artesanal
Orofino, Gabriela Guimarães
Ecologia
Florestas tropicais
Canoas e canoagem
Pesca artesanal
title_short Conhecimento ecológico local e estrutura populacional de Schizolobium parahyba (Vell.) Blake em comunidades de pesca artesanal
title_full Conhecimento ecológico local e estrutura populacional de Schizolobium parahyba (Vell.) Blake em comunidades de pesca artesanal
title_fullStr Conhecimento ecológico local e estrutura populacional de Schizolobium parahyba (Vell.) Blake em comunidades de pesca artesanal
title_full_unstemmed Conhecimento ecológico local e estrutura populacional de Schizolobium parahyba (Vell.) Blake em comunidades de pesca artesanal
title_sort Conhecimento ecológico local e estrutura populacional de Schizolobium parahyba (Vell.) Blake em comunidades de pesca artesanal
author Orofino, Gabriela Guimarães
author_facet Orofino, Gabriela Guimarães
author_role author
dc.contributor.pt_BR.fl_str_mv Universidade Federal de Santa Catarina
dc.contributor.author.fl_str_mv Orofino, Gabriela Guimarães
dc.contributor.advisor1.fl_str_mv Hanazaki, Natália
dc.contributor.advisor-co1.fl_str_mv Peroni, Nivaldo
contributor_str_mv Hanazaki, Natália
Peroni, Nivaldo
dc.subject.classification.pt_BR.fl_str_mv Ecologia
Florestas tropicais
Canoas e canoagem
Pesca artesanal
topic Ecologia
Florestas tropicais
Canoas e canoagem
Pesca artesanal
description Dissertação (mestrado) - Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Ciências Biológicas, Programa de Pós-Graduação em Ecologia, Florianópolis, 2017.
publishDate 2017
dc.date.accessioned.fl_str_mv 2017-07-04T04:04:29Z
dc.date.available.fl_str_mv 2017-07-04T04:04:29Z
dc.date.issued.fl_str_mv 2017
dc.type.status.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/publishedVersion
dc.type.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/masterThesis
format masterThesis
status_str publishedVersion
dc.identifier.uri.fl_str_mv https://repositorio.ufsc.br/xmlui/handle/123456789/176918
dc.identifier.other.pt_BR.fl_str_mv 346668
identifier_str_mv 346668
url https://repositorio.ufsc.br/xmlui/handle/123456789/176918
dc.language.iso.fl_str_mv por
language por
dc.rights.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/openAccess
eu_rights_str_mv openAccess
dc.format.none.fl_str_mv 126 p.| il., gráfs., tabs.
dc.source.none.fl_str_mv reponame:Repositório Institucional da UFSC
instname:Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC)
instacron:UFSC
instname_str Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC)
instacron_str UFSC
institution UFSC
reponame_str Repositório Institucional da UFSC
collection Repositório Institucional da UFSC
bitstream.url.fl_str_mv https://repositorio.ufsc.br/bitstream/123456789/176918/1/346668.pdf
bitstream.checksum.fl_str_mv 3f3a94e783b7e144f2b3bea09f6f905b
bitstream.checksumAlgorithm.fl_str_mv MD5
repository.name.fl_str_mv Repositório Institucional da UFSC - Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC)
repository.mail.fl_str_mv
_version_ 1766805369793806336