Influência das características do ambiente social na associação entre discriminação interpessoal e pressão arterial
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Data de Publicação: | 2019 |
Tipo de documento: | Tese |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional da UFSC |
Texto Completo: | https://repositorio.ufsc.br/handle/123456789/215657 |
Resumo: | Tese (doutorado) - Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Ciências da Saúde, Programa de Pós-Graduação em Saúde Coletiva, Florianópolis, 2019 |
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Influência das características do ambiente social na associação entre discriminação interpessoal e pressão arterialSaúde públicaSaúde coletivaPressão arterialDiscriminação em cuidados médicosSistema cardiovascularTese (doutorado) - Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Ciências da Saúde, Programa de Pós-Graduação em Saúde Coletiva, Florianópolis, 2019A discriminação interpessoal pode ser definida por tratamentos injustos perpetrados contra indivíduos ou grupos sociais específicos, em função de variados marcadores de desigualdade. A literatura epidemiológica vem examinando os efeitos patogênicos da discriminação sobre diferentes condições de saúde física e mental e, em particular, pesquisas sugerem que alterações nos níveis de pressão arterial também podem estar relacionados com as experiências de discriminação e racismo sofridos ao longo da vida. Por outro lado, a consistência desses achados é ainda questionável, havendo a necessidade de examinar em que circunstâncias o efeito da discriminação sobre a pressão arterial tem maior potencial de manifestar. Este estudo teve como objetivo a análise da discriminação interpessoal como fator de risco para o aumento da pressão arterial por meio de uma revisão sistemática da literatura sobre o assunto e, além disso, verificar a influência das características do ambiente social sobre essa associação por meio de um estudo empírico longitudinal realizado com adultos de 20 a 59 anos de Florianópolis, Brasil. A revisão sistemática que se refere a uma atualização da revisão de Couto, Goto e Bastos (2012) buscou estudos que avaliaram a associação entre discriminação interpessoal e pressão arterial na base de dados Pubmed consultadas em agosto de 2018. Foram selecionados 12 estudos, sendo que os 22 resultados da associação entre experiências discriminatórias e desfechos de pressão arterial analisados se mostraram discrepantes, porém na sua maioria indicaram associações positivas e estatisticamente significativas. No estudo empírico longitudinal foram avaliados dados de 834 adultos de 20 a 59 anos da zona urbana de Florianópolis/SC. Os níveis de pressão arterial sistólica e diastólica foram registrados em três momentos distintos (2009, 2012 e 2014), sendo que a variável independente principal foram as experiências discriminatórias ao longo da vida avaliadas por meio da Escala de Discriminação Explícita. Também foram analisadas informações sobre a percepção das desordens sociais no bairro de moradia (2009) e coesão social (2014). A análise estatística incluiu modelos multiníveis de regressão linear com o primeiro nível representado pelas medidas repetidas dos indivíduos ao longo do tempo, o segundo referente aos indivíduos e o terceiro, pelos setores censitários. Termos de interação entre discriminação interpessoal e os tercis de percepção de desordens sociais e coesão social foram investigados. Resultados: Foi identificada uma média de pressão arterial sistólica 11,8 mmHg (IC95% -20,75; -2,84 p=0,001) menor para as pessoas pertencentes ao escore 3+ de discriminação e que residiam em um setor censitário com maior coesão social. Não foi verificado efeito de interação das desordens sociais. Conclusão: Um efeito modificador da coesão social na relação entre discriminação e pressão arterial foi verificado no presente estudo. Sugere-se que os formuladores de políticas busquem combater a discriminação e garantir um ambiente favorável para que a saúde mental e física dos indivíduos seja melhorada, ou pelo menos mantida em um nível saudável.Abstract: Interpersonal discrimination can be defined by unfair treatments perpetrated against individuals or specific social groups, due to varied markers of inequality. The epidemiological literature has been examining the pathogenic effects of discrimination on different physical and mental health conditions and, in particular, research suggests that changes in blood pressure levels may also be related to experiences of discrimination and racism suffered throughout life. On the other hand, the consistency of these findings is still questionable, and it is necessary to examine in what circumstances the effect of discrimination on blood pressure has greater potential to manifest itself. This study aimed at the analysis of interpersonal discrimination as a risk factor for blood pressure increase through a systematic review of the literature on the subject and, in addition, verified the influence of the characteristics of the social environment on this association by means of a longitudinal empirical study conducted with adults aged 20 to 59 years from Florianópolis, Brazil. The systematic review that refers to an update of the review of Couto, Goto and Bastos (2012) sought studies that assessed the association between interpersonal discrimination and blood pressure in the Pubmed database consulted in August 2018. Twelve studies were selected, and the 22 results of the association between discriminatory experiences and blood pressure outcomes analyzed were discrepant, but most indicated positive and statistically significant associations. In the longitudinal empirical study, data from 834 adults aged 20 to 59 years old from the urban area of Florianópolis / SC were evaluated. The systolic and diastolic blood pressure levels were recorded at three different times (2009, 2012 and 2014), considering that the main independent variable was the discriminatory life-long experiences evaluated through the Explicit Discrimination Scale as well as the information on to the perception of social disorders in the neighborhood (2009) and social cohesion (2014). The statistic analysis included multilevel linear regression models with the first level represented by the individuals repeated measures over time, the second referring to individuals and the third by census tracts. Terms of interaction between interpersonal discrimination and the perception tercis of social disorders and social cohesion were investigated. Results: It was identified an average of systolic blood pressure of 11.8 mmHg (95% CI -20.75; -2.84 p = 0.001) being lower in those people belonging to the 3+ score ofdiscrimination and those who lived in a census section with more social cohesion. There was no statistically significant interaction effect of social disorders. Conclusion: A modifying effect of social cohesion on the relationship between discrimination and blood pressure was verified in the present study. It is suggested that policy makers seek ways to combat discrimination and ensure a favorable environment so that the mental and physical health of individuals (particularly those vulnerable to discrimination) is improved or at least maintained at a healthy level.Bastos, João Luiz DornellesGiehl, Maruí Weber CorseuilUniversidade Federal de Santa CatarinaZanelatto, Carla2020-10-21T21:19:03Z2020-10-21T21:19:03Z2019info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesis244 p.| il., gráfs., tabs.application/pdf362388https://repositorio.ufsc.br/handle/123456789/215657porreponame:Repositório Institucional da UFSCinstname:Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC)instacron:UFSCinfo:eu-repo/semantics/openAccess2020-10-21T21:19:04Zoai:repositorio.ufsc.br:123456789/215657Repositório InstitucionalPUBhttp://150.162.242.35/oai/requestopendoar:23732020-10-21T21:19:04Repositório Institucional da UFSC - Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC)false |
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