Dinâmica de transmissão e caracterização molecular da epidemia de HIV-1 em pacientes em falha terapêutica de Santa Catarina, Brasil: uma abordagem filogenética

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Fritsch, Hegger Machado
Data de Publicação: 2020
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFSC
Texto Completo: https://repositorio.ufsc.br/handle/123456789/216698
Resumo: Dissertação (mestrado) - Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Ciências Biológicas, Programa de Pós-Graduação em Biotecnologia e Biociências, Florianópolis, 2020.
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spelling Dinâmica de transmissão e caracterização molecular da epidemia de HIV-1 em pacientes em falha terapêutica de Santa Catarina, Brasil: uma abordagem filogenéticaBiotecnologiaHIV (Vírus)AIDS (Doença)Dissertação (mestrado) - Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Ciências Biológicas, Programa de Pós-Graduação em Biotecnologia e Biociências, Florianópolis, 2020.A epidemia de HIV-1 no sul do Brasil é predominantemente causada pelo HIV-1C, com co-circulação de subtipos B, F1 e formas recombinantes. O estado de Santa Catarina apresenta elevadas taxas de detecção, mortalidade e incidência, sendo Florianópolis a capital com o pior cenário epidemiológico. Os fatores que contribuem para as contrastantes diferenças observadas na epidemiologia de HIV/aids nessa região ainda não são bem compreendidos, contudo podem estar relacionadas ao comportamento de risco diferenciado desta população ou pela diversidade molecular única encontrada nessa região. Embora diversos estudos tenham procurado descrever a diversidade molecular, os dados coletados focaram nos maiores centros afetados pelo HIV, não descrevendo a população do estado como um todo. Esse trabalho tem por objetivo descrever a diversidade genética do HIV-1 em Santa Catarina em amostras coletadas de pacientes em falha terapêutica, detalhando variações de prevalência no tempo e espaço territorial, além de associações com dados epidemiológicos, tentando elucidar as redes de transmissão intermunicipais, interestaduais e internacionais envolvidas na disseminação da epidemia utilizando-se, para isso, abordagem filogenética. O HIV-1C mostrou-se como a forma viral mais relevante na epidemia em Santa Catarina, com significativo aumento de prevalência ao longo dos anos, se sobrepondo a formas virais mais raras. Esse estudo indicou também que HIV-1C e B circulam em populações epidemiologicamente distintas, sendo a infecção por subtipo C mais associada ao gênero feminino e indivíduos com baixa escolaridade, enquanto o B mostrou-se mais presente em homens e indivíduos com maior grau educacional. O aumento evidenciado para esse subtipo pode estar associado a introdução do HIV-1C em grupos HSH (homens que fazem sexo com homens), visto que, embora tenha-se evidenciado forte associação entre HIV-1B e indivíduos possivelmente HSH, o subtipo C foi encontrado em alta proporção nesses indivíduos, indicando uma intercomunicação das redes de transmissão. Foi observado também uma distribuição heterogênea de subtipos pelas regiões intermediárias do estado, podendo esse fato estar associado as redes de disseminação virais, fluxos migratórios, regiões de fronteira e turismo. O subtipo C apresentou as maiores taxas de clusterização quando comparado aos outros subtipos, além de maior número, tamanho e distância entre os membros contidos nos agrupamentos identificados, sugerindo que as redes de transmissão onde esse subtipo circula é mais abrangente e a epidemia mais disseminada. Somado a isso, esse subtipo apresentou maior relevância em interações epidemiológicas internacionais e interestaduais, indicando que as redes de transmissão atuantes em Santa Catarina podem contribuir para a disseminação de subtipo C para outras localidades. Em conclusão, esse estudo corrobora a importância epidemiológica do subtipo C para o estado de Santa Catarina, bem como indica que as redes de transmissão atuantes no estado podem contribuir para o potencial expansivo dessa epidemia, principalmente, em outras regiões do país.Abstract: The HIV-1 epidemic in southern Brazil is mostly caused by HIV-1C, with co-circulation of subtype B, F1 and recombinant forms. The Santa Catarina state presents high detection, mortality and incidence rates, with Florianópolis being the national capital with the worst epidemiological scenario. The factors that trigger the contrasting differences observed in the epidemiology of HIV /AIDS in this region are not well understood yet, and may be related to the differentiated risk behavior of the population or the unique HIV molecular diversity. Although other studies have aimed to describe the molecular diversity, data collection has focused on the major cities affected by HIV, not describing the state population as a whole. This work aims to describe the genetic diversity of HIV-1 in the state of Santa Catarina, detailing the variations in time and space and associations with demographical features, as well as trying to elucidate the intrastate, interstate and external transmission networks involved in the spread of the epidemic using phylogenetic approach. HIV-1C proved to be the most relevant viral form in the Santa Catarina epidemic, with a significant increase in prevalence over the years overlapping with rarer viral forms. This study also indicated that HIV-1C and B circulate in epidemiologically distinct populations, with subtype C infection being more associated with females and individuals with low education, while B was more present in men and individuals with higher educational level. The increase seen for this subtype may be associated with the introduction of HIV-1C in MSM groups, although although there was a strong association between HIV-1B and possibly MSM individuals, subtype C was found in high proportion in these individuals, indicating an intercommunication of the transmission networks. It was also observed a heterogeneous distribution of subtypes across the intermediate regions of the state, which may be associated with viral dissemination networks, migratory flows, border regions and tourism. The subtype C presented the highest clustering rates when compared to the other subtypes, besides the larger number, size and distance between the limbs contained in the identified clusters, suggesting that the transmission networks where this subtype circulates is broader and the epidemic more widespread. In addition, this subtype was more relevant in international and interstate epidemiological interactions, indicating that the transmission networks operating in Santa Catarina may contribute to the dissemination of subtype C to other locations. In conclusion, this study corroborates the epidemiological importance of subtype C for the state of Santa Catarina, as well as indicates that the transmission networks operating in the state may contribute to the expansive potential of this epidemic, especially in other regions of the country.Pinto, Aguinaldo RobertoGräf, TiagoUniversidade Federal de Santa CatarinaFritsch, Hegger Machado2020-10-21T21:32:56Z2020-10-21T21:32:56Z2020info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesis128 p.| il., gráfs.application/pdf370278https://repositorio.ufsc.br/handle/123456789/216698porreponame:Repositório Institucional da UFSCinstname:Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC)instacron:UFSCinfo:eu-repo/semantics/openAccess2020-10-21T21:32:56Zoai:repositorio.ufsc.br:123456789/216698Repositório InstitucionalPUBhttp://150.162.242.35/oai/requestopendoar:23732020-10-21T21:32:56Repositório Institucional da UFSC - Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC)false
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