Cultura escrita feminina no século XVI: formato, publicidade e seu arquivo no estabelecimento de um estado "das letras"
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Data de Publicação: | 2019 |
Tipo de documento: | Tese |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional da UFSC |
Texto Completo: | https://repositorio.ufsc.br/handle/123456789/215148 |
Resumo: | Tese (doutorado) - Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Filosofia e Ciências Humanas, Programa de Pós-Graduação em História, Florianópolis, 2019. |
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Cultura escrita feminina no século XVI: formato, publicidade e seu arquivo no estabelecimento de um estado "das letras"HistóriaRelações de gêneroMulheresTese (doutorado) - Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Filosofia e Ciências Humanas, Programa de Pós-Graduação em História, Florianópolis, 2019.Este trabalho apresenta as relações entre cultura escrita e mulheres durante o século XVI, em que, justamente, com o engendramento do Estado Moderno centralizado, a prensa e os lugares de conservação da memória passam a ser reforçados como de interesse ?público? na organização social. As mulheres são partícipes e, em parte, convidadas no letramento, porém, nesses convites, constam prescrições tácitas a serem respeitadas, não podendo adentrar inteiramente, mesmo as de grupos sociais privilegiados, no ?resultado? da construção da literatura francesa desse período, ocorrendo um processo de invisibilização. Isso levou-nos a refletir sobre a relação entre materialidade e escrita, a partir de Roger Chartier, e sobre como essa relação se processa para as mulheres, não só naquela narrativa, como na sua construção a partir do arquivo, no qual as diversas temporalidades se entrelaçam, mas selecionam e descartam o que lhes convenha (Jacques Derrida) e sobrecarrega-se sendo atravessado pelas relações de poderes desiguais quanto ao gênero, como lembra-nos Joan Scott. Para tal estudo, utilizamos as duas bibliotecas dos autores François de la Croix du Maine (p.1584) e Antoine du Verdier (p.1585), bem como os textos e a observação dos suportes adotados pelas autoras Anne de Graville (o.~1520-~1540), Hélisenne de Crenne (p.~1530 a 1541), Louise Labé (p. 1555), Madeleine e Catherine des Roches (p. ~1570-1586), Marie de Romieu (p.~1570-1581) e Nicole Estienne (p.~1570-~1610). Analisamos, através dessas fontes, a relação entre materialidade, discurso e arquivo, tomando-se a ligação desses aspectos com as possibilidades de circulação e inserção dessas mulheres, através dos manuscritos e livros impressos literários, percebendo uma cultura escrita diferenciada, bem como dinâmica, em que as autoras produzem uma heterogeneidade de formações, produções e enunciados, competindo, excluindo e/ou infiltrando-se nas porosidades da esfera erudita. Essas autoras, que não são nem cânones, nem submissas, utilizaram-se das vias tradicionais, mas formularam desvios nas argumentações, nos ritos e nos exercícios do pensar, nos meios teológico, erudito ou político e os transformaram, ainda que sua contribuição tenha sido dissipada ou soterrada pelos arcontes e historiadores, sejam antigos, sejam atuais. Com a prensa houve uma dinamização do letramento e uma visibilidade maior de algumas autoras, mas outras tantas sofreram uma difração de sua ?luz? pelo impresso, dado que as relações políticas que são promovidas entre arquivos, suportes e discursos balizam-se em saberes culturalmente construídos sobre a categoria gênero, percebendo-se que as trajetórias sinuosas de alguns de seus materiais sofreram, justamente por se manterem manuscritos ou outros suportes.<br>Abstract : This work presents the relations between written culture and women during the 16th century, in which, precisely with the creation of the centralized Modern State, the press and places of memory conservation are reinforced as of ?public? interest in social organization. Women are participants and, in part, invited, but in these invitations there are tacit prescriptions to be respected, and they cannot fully enter, even those of privileged social groups, in the ?result? of the construction of French literature of this period, occurring a process of invisibility. This led us to reflect on the relationship between materiality and writing, with Roger Chartier, and about how this relationship is processed for women, not only in the historic narrative, but also in its construction from the archive, in which the various temporalities intertwine (Jacques Derrida) and it is overloaded by unequal gender relations, as Joan Scott reminds us. For this study, we use the two libraries of the authors François de la Croix du Maine (p.1584) and Antoine du Verdier (p.1585), as well as the texts and the observation of the supports adopted by the female authors Anne de Graville (o. 1520-1540), Hélisenne de Crenne (pp. 1530-1541), Louise Labé (p.1555), Madeleine and Catherine des Roches (p.1570-1586), Marie de Romieu (p.1570-1581) and Nicole Estienne (p. 1570-1610). Through these sources, we analyze the relationship between materiality, discourse and archive, taking the connection of these aspects with the possibilities of circulation and insertion of these women, through manuscripts and printed books, realizing a differentiated written culture, as well as dynamics, in which the female authors produce a heterogeneity of formations, productions and statements, competing, excluding and / or infiltrating in the porosities of the erudite sphere. These female authors, who are neither canons nor submissives, used the traditional ways, but formulated deviations in the arguments, rites and exercises of thinking, in theological, scholarly or political means and transformed them, even though their contribution was made dispelled or buried by archons and historians, whether ancient or current. With the press, there was a dynamization of written culture and greater visibility of some female authors, but many others suffered a diffraction of their \"light\" by the print, given that the political relations that are promoted between archives, medias and speeches are based on the genre category, and on the consequent of their materials choices.Souza, Rogério Luiz deUniversidade Federal de Santa CatarinaMotta, Luiane Soares2020-10-21T21:13:34Z2020-10-21T21:13:34Z2019info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesis291 p.| il.application/pdf364355https://repositorio.ufsc.br/handle/123456789/215148porreponame:Repositório Institucional da UFSCinstname:Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC)instacron:UFSCinfo:eu-repo/semantics/openAccess2020-10-21T21:13:34Zoai:repositorio.ufsc.br:123456789/215148Repositório InstitucionalPUBhttp://150.162.242.35/oai/requestopendoar:23732020-10-21T21:13:34Repositório Institucional da UFSC - Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC)false |
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