Tubarões arqueológicos : ecologia trófica e uso de habitat de tubarões no sul do Brasil, o que mudou?

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Mayer, Guilherme Burg
Data de Publicação: 2019
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFSC
Texto Completo: https://repositorio.ufsc.br/handle/123456789/215311
Resumo: Dissertação (mestrado) - Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Ciências Biológicas, Programa de Pós-Graduação em Ecologia, Florianópolis, 2019
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spelling Tubarões arqueológicos : ecologia trófica e uso de habitat de tubarões no sul do Brasil, o que mudou?EcologiaTubarão (Peixe)Isótopos estáveisNicho (Ecologia)Dissertação (mestrado) - Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Ciências Biológicas, Programa de Pós-Graduação em Ecologia, Florianópolis, 2019As Reconstruções das teias tróficas do Holoceno podem fornecer informações sobre os distúrbios e mudanças em sua estrutura e topologia, e informar sobre padrões alimentares e de uso de habitat (nicho isotópico/ecológico) integrantes. Para tanto, as análises de isótopos estáveis (AIE) de carbono 13C e nitrogênio 15N são eficientes nas reconstruções tróficas de elementos faunísticos datando de centenas de anos atrás. Dentes de tubarões do Holoceno tardio são prevalentes em sítios arqueológicos do litoral sul do Brasil. Portanto, com AIE em colágeno desses dentes, reconstruímos duas teias tróficas sob a ótica de predadores de topo, uma delas é teia trófica do Holoceno (comunidade arqueológica) que data de 724-542 anos atrás, e uma atual (comunidade moderna). Este é o primeiro estudo a utilizar esta abordagem em dentes de tubarão. Entre a comunidade arqueológica e moderna, Analisamos majoritariamente um grupo de espécies (do gênero Carcharhinus) e outras três espécies. Secundariamente, incluímos espécies consideradas raras atualmente para inferir padrões de uso de habitat. Investigamos especificamente: 1) Diferenças nos valores de d13C e d15N entre espécies dentro de cada comunidade, indicativos de uso de habitat e posição trófica; 2) padrões de sobreposição de nicho entre as espécies, através da sobreposição da área da elipse isotópica e de comparações com trabalhos de dieta; 3) diferenças topológicas entre comunidades, e.g. redundância e diversidade trófica, através de métricas de Layman; 4) análise de posição trófica padronizada por tamanho para uma espécie, e padrões de uso de habitat para espécies consideradas raras. Nossos resultados mostraram um alto grau de sobreposição de nicho entre espécies da comunidade do Holoceno e uma respectiva maior redundância trófica, quando comparado a comunidade moderna. Além disso, encontramos maior posição trófica do tubarão Carcharias taurus na comunidade moderna. A diferença na topologia entre comunidades segue um padrão encontrado em estudos similares, e, portanto, sugerem que padrões de alta sobreposição de nicho e/ou redundância trófica poderiam ser comuns antigamente. Sugerimos que diferenças observadas nas comunidades podem ser causadas por impactos antrópicos indicativos de sobrepesca, mas não ocorrem através de simplificação da cadeia trófica, e sim por mudanças na dinâmica populacional para algumas espécies. Além disso, a presença de espécies raras na costa Sul do Brasil pode ter sido facilitada por períodos de mudança climática natural para Negaprion brevirostris e pela presença de pinípedes para Carcharodon carcharias. Enquanto que para a espécie oceânica plena Isurus paucus, encontramos evidência de uso costeiro, indo ao encontro das predições para essa espécie. Futuros estudos podem se beneficiar da metodologia aqui empregada para reconstruções tróficas, uma vez que informações de ambientes marinhos pouco perturbados são escassas, mas podem servir de parâmetros basais para estudos comparativos.Abstract: Reconstructions of Holocene trophic webs can provide information about their resilience to disturbances and changes in their structure and topology, and information on habitat use patterns (isotopic / ecological niche). For this purpose, stable isotope analyzes (SIA) of 13C carbon and 15N nitrogen are an efficient option for trophic reconstructions in faunal elements dating back hundreds of years. Late Holocene shark teeth are prevalent in archaeological sites on the southern coast of Brazil. Therefore, through EIA in collagen of shark teeth, this study reconstructed two trophic webs from the top predator perspective, a Holocene trophic web (archaeological community) dating from 724-542 years ago, and a current (modern community). This is the first study to use this approach in shark teeth. We analyzed mainly three species and one group of species (from Carcharhinus genus) among those communities, and secondarily we included species considered rare today to infer patterns of habitat use. We investigated specifically: 1) Differences in the values of d13C and d15N between species within each community, indicative of habitat use and trophic position; 2) patterns of niche overlap among species, by analyzing overlaps of area of the standard ellipse area and comparisons with dietary work; 3) topological differences between communities, e.g. redundancy and trophic diversity, through Layman metrics; 4) standard size trophic position analysis for one species, and habitat use patterns for species considered rare nowadays. Our results showed a high degree of niche overlap between species of the Holocene community and a corresponding higher trophic redundancy when compared to the modern community. In addition, we found a higher trophic position of Carcharias taurus shark in the modern community. Our results show that the difference in the topology between communities follows a pattern found in similar studies, and therefore suggest that patterns of high niche overlap and / or trophic redundancy could be common before. We suggest that observed differences in communities may be caused by anthropic impacts indicative of overfishing, but not by simplification of the food chain, but by changes in population dynamics for some species. In addition, the presence of rare species on the southern coast of Brazil may have been facilitated by periods of natural climate change for Negaprion brevirostris and by the abundance of pinnipeds as prey for Carcharodon carcharias. While for the full oceanic species Isurus paucus, we found evidence of coastal use, corroborating predictions for this species. Future studies may benefit from the methodology used here for trophic reconstructions, since information about past marine environments is scarce, but may serve as baseline parameters for comparative studies.Freitas, Renato Hajenius Aché deUniversidade Federal de Santa CatarinaMayer, Guilherme Burg2020-10-21T21:15:18Z2020-10-21T21:15:18Z2019info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesis116 p.| il., gráfs., tabs.application/pdf364448https://repositorio.ufsc.br/handle/123456789/215311porreponame:Repositório Institucional da UFSCinstname:Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC)instacron:UFSCinfo:eu-repo/semantics/openAccess2020-10-21T21:15:18Zoai:repositorio.ufsc.br:123456789/215311Repositório InstitucionalPUBhttp://150.162.242.35/oai/requestopendoar:23732020-10-21T21:15:18Repositório Institucional da UFSC - Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC)false
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