Linguagem universal e universalidade da língua: dois modos de dar-se de sentido

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Picoli, Adriano
Data de Publicação: 2018
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFSC
Texto Completo: https://repositorio.ufsc.br/handle/123456789/189921
Resumo: Tese (doutorado) - Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Filosofia e Ciências Humanas, Programa de Pós-Graduação em Filosofia, Florianópolis, 2018.
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spelling Linguagem universal e universalidade da língua: dois modos de dar-se de sentidoFilosofiaLingua universalLinguagemSentidoTese (doutorado) - Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Filosofia e Ciências Humanas, Programa de Pós-Graduação em Filosofia, Florianópolis, 2018.O ponto de partida desta investigação filosófica é a insatisfação gerada pela unificação de língua e linguagem de fórmulas através do uso do conceito de linguagem como medium universal por Jaakko Hintikka (a partir de Frege s hidden semantics , de 1979) e por Martin Kusch (Linguagem como cálculo versus linguagem como meio universal, de 1989) para subsumir as distintas concepções filosóficas de linguagens desenvolvidas tanto por Frege (Conceitografia, de 1879) quanto por Gadamer (Verdade e Método, de 1960) sob a alegação principal da inefabilidade da semântica, esta pensada como impossibilidade de uma semântica completa. Analisamos os respectivos conceitos de linguagens defendidos nessas concepções, o da linguagem de fórmulas como linguagem universal a partir de Frege, e o da língua como medium universal da experiência hermenêutica a partir de Gadamer, explicitando como cada uma dessas perspectivas dá conta da expressabilidade de sentido. Constatamos que, para essas concepções de linguagens, o conceito de linguagem como medium universal torna-se vago para abarcá-las como um mesmo tipo, pois em ambas se separa nitidamente língua e linguagens lógicas. Em cada uma delas se busca a expressabilidade de sentido via modos distintos, na gadameriana concebendo a língua como condição indispensável do próprio plano humano, característica que se sustentaria na constante produtividade e inabarcabilidade da língua, o que a torna semanticamente inefável em seu todo, mas não parcialmente; e na concepção fregeana tanto a língua quanto a linguagem de fórmulas são concebidas como instrumentos limitados, a última apenas se caracteriza como um meio incrementável, aqui a inefabilidade da semântica se dá quando entendemos o conceito de inefabilidade da semântica como impossibilidade da autorreferência das fórmulas e também quando a compreendemos como inefabilidade conteudística devido ao caráter inexpressável em palavras de uma língua ou de outra linguagem instrumental de parte dos conteúdos com os quais lida o lógico. Como uma alternativa à submissão realizada por J. Hintikka e por Kusch, indicamos que caso quisermos encontrar um ponto de contato entre estas concepções filosóficas de linguagens temos que perceber que ambas operam com o mesmo conceito de fundo, o de sentido, e sob o pressuposto de sua expressabilidade intersubjetiva. Por mais que o viés metafísico de linguagem universal seja rechaçado por Gadamer, vimos através de Frege que uma linguagem universal como um construto humano na verdade é, em certo sentido, complementar às línguas, à proporção que uma linguagem de fórmulas apenas pode ser introduzida direta ou indiretamente a partir de uma língua, sendo aquela criada para corrigir as lacunas e limites desta para a expressão de pensamentos. Tanto as concepções fregeanas de língua e linguagem de fórmulas quanto a gadameriana de língua se sustentam na tese de que ser compreendido é ser expressável por via de uma linguagem, sendo a expressabilidade de sentido a condição mínima de uma linguagem, chegamos assim na defesa de um conceito minimal de linguagem como modo de dar-se de sentido, de doação de sentido.Abstract : The point of departure for this philosophical inquiry is the dissatisfaction generated by the unification of tongue and language of formulas through the use of the concept of language as universal medium by Jaakko Hintikka (from Frege s hidden semantics , of 1979) and Martin Kusch (Language as calculus vs. language as universal medium, of 1989) to subsume the different philosophical conceptions of languages developed by both Frege (Begriffsschrift, 1879) and by Gadamer (Truth and Method, 1960) under the main claim of the ineffability of semantics, this thought as the impossibility of a complete semantics. We analyze the respective concepts of languages defended in these conceptions, the language of formulas as universal language from Frege, and that of tongue as universal medium of the hermeneutic experience from Gadamer, explaining how each of these perspectives gives account of the expressibility of meaning. We find that for these conceptions of languages the concept of language as universal medium becomes vague to encompass them as one and the same type, since tongue and logical languages are clearly separated in both. In each one of them the expressibility of meaning is sought through different modes, in the Gadamerian tongue being conceived as an indispensable condition of the human plane itself, a characteristic that would be sustained in the constant productivity and inabarcability of the tongue, which makes it semantically ineffable in its entirety, but not partially; and in the Fregean conception both the tongue and the language of formulas are conceived as limited instruments, the latter is only characterized as an incremental means, here the ineffability of semantics occurs when we understand the concept of ineffability of semantics as impossibility of self-reference of formulas and also when we understand it as content ineffability due to the inexpressible character in words of a tongue or other instrumental language of part of the contents with which the logician deals. As an alternative to the submission by J. Hintikka and Kusch, we indicate that if we want to find a point of contact between these philosophical conceptions of languages we have to realize that both operate with the same background concept, meaning, and under the assumption of its intersubjective expressibility. As much as the metaphysical bias of universal language is rejected by Gadamer, we have seen through Frege that a universal language as a human construct in truth is in a sense complementary to tongues, to the extent that a language of formulas can only be introduced directly or indirectly from a tongue, the one created to correct the gaps and limits of this for the expression of thoughts. Both the Fregean conceptions of tongue and language of formulas as well as the tongue Gadamerian are based on the thesis that to be understood is to be expressible through a language, the expressiveness of meaning being the minimum condition of a language, we thus arrive at the defense of a minimal concept of language as a way of giving meaning.Braida, Celso ReniUniversidade Federal de Santa CatarinaPicoli, Adriano2018-09-15T04:45:08Z2018-09-15T04:45:08Z2018info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesis265 p.application/pdf354282https://repositorio.ufsc.br/handle/123456789/189921porreponame:Repositório Institucional da UFSCinstname:Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC)instacron:UFSCinfo:eu-repo/semantics/openAccess2018-09-15T04:45:09Zoai:repositorio.ufsc.br:123456789/189921Repositório InstitucionalPUBhttp://150.162.242.35/oai/requestopendoar:23732018-09-15T04:45:09Repositório Institucional da UFSC - Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC)false
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