Qualidade das Águas Subterrâneas de Consumo Humano nas Comunidades Rurais da Bacia Hidrográfica do Rio Jacutinga, Oeste de Santa Catarina.

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Testa, E. H.
Data de Publicação: 2017
Tipo de documento: Trabalho de conclusão de curso
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFSC
Texto Completo: https://repositorio.ufsc.br/handle/123456789/200406
Resumo: O crescimento socioeconômico da Região Oeste de Santa Catarina, principalmente por conta dos avanços das atividades agropecuárias, tem degradado a integridade das águas superficiais. Desse modo, houve um expressivo aumento da explotação dos reservatórios subterrâneos, principalmente do Sistema Aquífero Serra Geral (SASG). Nesse aspecto, a escassez de estudos acerca da qualidade dessas águas colabora com a manutenção do estigma de que estas são totalmente seguras. A área de estudo aqui contemplada, que compreende a Bacia Hidrográfica do Rio Jacutinga e Sub-bacias Contíguas, é um exemplo desse cenário. Nesse contexto, a utilização de indicadores, como o Índice de Qualidade das Águas Subterrâneas (IQAS), é muito recomendada, pois esses são sucintos e eficazes. O objetivo geral deste trabalho foi caracterizar e discutir a qualidade das águas subterrâneas destinadas ao consumo humano das comunidades rurais desta bacia. Além disso, buscou-se classificar essas águas quanto a sua qualidade, analisar as características construtivas dos poços amostrados, debater sobre eventuais problemas de contaminação, bem como propor outras formas de captação de água, visando uma gestão integrada. Para isso, utilizou-se de um banco de dados, cedido Comitê do Rio Jacutinga, composto por análises físico-químicas e bacteriológicas realizadas em 100 poços comunitários da zona rural da bacia durante 2013 e 2015. A primeira etapa consistiu na elaboração de um IQAS exclusivo para esse contexto, baseado em trabalhos realizados em outras regiões do Brasil. Fotografias dos poços também foram úteis na observação dos aspectos construtivos. Em complementação, realizou-se uma investigação de campo a fim de compreender melhor as realidades locais, principalmente onde a qualidade da água foi considerada ruim. Os resultados do IQAS indicaram o predomínio de águas de boa qualidade para consumo humano, com uma significativa melhora do quadro para o último ano. De qualquer forma, em ambos os anos, 10 % dos poços foram enquadrados na pior classe. Nestes casos, os principais fatores limitantes foram: a presença de coliformes totais e Escherichia coli; as elevadas concentrações de ferro e manganês; e o pH muito alcalino. Além disso, observou-se uma grande quantidade de irregularidades construtivas nos poços. A recorrência desses problemas, aliada aos impactos causados pelas atividades potencialmente poluidoras, alerta para a suscetibilidade de contaminação por agentes externos, como evidenciado pelas características bacteriológicas. Porém, os demais parâmetros problemáticos parecem estar mais relacionados com a geoquímica dos aquíferos. Na etapa de campo, foi verificada a utilização e as potencialidades hídricas de cada lugar como, por exemplo, o uso das nascentes e da água da chuva. Destaca-se que o IQAS se mostrou uma importante ferramenta de caracterização da qualidade das águas subterrâneas dessa região. Conclui-se também, que apesar da vulnerabilidade inerente e do risco à contaminação, as águas do SASG ainda têm sua qualidade preservada no contexto da bacia. Porém, a ocorrência de águas de qualidade ruim, associada aos problemas de saúde que estas podem causar, já mostra indícios de mudança dessa condição favorável. Por fim, ressalta-se que a melhor maneira de solucionar essa problemática, como observado em algumas comunidades visitadas, é a prática de gestão integrada das águas.
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