Efeito do tráfego de embarcações no comportamento do boto-da-tainha, Tursiops truncatus, durante a interação com pescadores no sul do Brasil

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Pellegrini, Andrea Yanina
Data de Publicação: 2018
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFSC
Texto Completo: https://repositorio.ufsc.br/handle/123456789/193256
Resumo: Dissertação (mestrado) - Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Ciências Biológicas, Programa de Pós-Graduação em Ecologia, Florianópolis, 2018.
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spelling Efeito do tráfego de embarcações no comportamento do boto-da-tainha, Tursiops truncatus, durante a interação com pescadores no sul do BrasilEcologiaGolfinho nariz-de-garrafaPescadoresDissertação (mestrado) - Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Ciências Biológicas, Programa de Pós-Graduação em Ecologia, Florianópolis, 2018.Em Laguna, sul do Brasil, uma parcela de uma pequena população de botos-da-tainha (Tursiops truncatus) interage com pescadores artesanais em uma tática de forrageio, que aparentemente traz benefícios para ambas as partes envolvidas. Múltiplas atividades antrópicas podem afetar negativamente esta população de cetáceos, sendo o crescente tráfego de embarcações observado no local uma das mais preocupantes, porém ainda não estudada. Assim, este trabalho avalia possíveis alterações no comportamento de forrageio dos botos em cooperação com pescadores, quando expostos à presença de embarcações, analisando tanto respostas comportamentais de superfície quanto variações no comportamento acústico dos indivíduos. A coleta de dados foi realizada desde ponto fixo, entre setembro de 2016 e maio de 2017. O comportamento de superfície, avaliado através de Modelos Lineares Generalizados (GLMs) para a variável distanciamento e Testes do Chi-quadrado para coesão do grupo, não evidenciou alterações significativas na presença de embarcações. Para testar a hipótese de que as embarcações provocam mudanças na comunicação acústica dos indivíduos, parâmetros acústicos dos assobios foram avaliados utilizando Análise de Função Discriminante (DFA) e Análise de Variância Multivariada (MANOVA). Estes parâmetros não mostraram diferenças quando comparados na presença e ausência de embarcações. Porém, as taxas de emissão de assobios e cliques de ecolocalização foram significativamente menores na presença de barcos. Modelos Lineares Generalizados (GLMs) foram utilizados para explorar a influência das variáveis relacionadas às embarcações (tipo de barco, número de barcos e velocidade) sobre os parâmetros acústicos dos assobios, assim como nas taxas de emissão de assobios e cliques de ecolocalização. Incorporou-se também nesses modelos o tamanho do grupo e presença de filhotes como covariáveis explanatórias. O número de embarcações presentes na área amostrada teve influência sobre as frequências final e máxima, aumentando os valores destas variáveis conforme o aumento na quantidade de barcos. Quanto ao tipo de barco, a frequência final dos assobios foi menor na presença de lanchas em relação a embarcações de tipo pesca. Velocidades maiores provocaram diminuição na quantidade de pontos de inflexão e na duração dos assobios. A frequência final aumentou conforme o aumento no tamanho do grupo. Na presença de embarcações, grupos com filhotes emitiram assobios de frequências final e mínima maiores do que grupos sem filhotes. Em relação às taxas de emissão de sons, embarcações se deslocando a velocidade média provocaram uma diminuição na quantidade de assobios emitidos. O tamanho do grupo teve uma influência positiva sobre ambas as taxas, aumentando o número de assobios e cliques de ecolocalização conforme aumenta o número de indivíduos no grupo. O incremento na quantidade e velocidade das embarcações aumenta os níveis de ruído subaquático, e interfere na comunicação acústica dos indivíduos. A importância da interação boto-pescador, combinada ao alto grau de residência e pequeno tamanho da população de botos, faz com que seja necessário considerar a informação aqui apresentada para a elaboração de planos de manejo que tentem mitigar o impacto do distúrbio não letal gerado pelas embarcações.Abstract : In Laguna, southern Brazil, a subset of a small population of bottlenose dolphins (Tursiops truncatus) interacts with artisanal fishermen in a foraging tactic, which apparently benefits both parties involved. Multiple anthropic activities may negatively affect this cetacean population. The intense vessel traffic is one of the major concerns, but its potential impact has not been studied yet. Thus, this work evaluates possible changes in foraging behavior of dolphins cooperating with fishermen in the presence of vessels, analyzing both surface and acoustic behaviors. Data were collected from a fixed point between September 2016 and May 2017. The surface behavior, assessed through the variables distancing and cohesion of the group, did not show significant changes in the presence of vessels. To test the hypothesis that the vessels cause changes in the acoustic communication of dolphins, acoustic parameters of the whistles were evaluated using Discriminant Function Analysis (DFA) and Multivariate Analysis of Variance (MANOVA). Acoustic parameters of whistles were similar both in the presence and in the absence of vessels. However, the emission rates of whistles and echolocation clicks were significantly lower in the presence of vessels. Generalized Linear Models (GLMs) were used to explore the influence of vessel related variables (vessel type, number of boats and vessel speed) on acoustic parameters of whistles, as well as the emission rates of whistles and echolocation clicks. The size of the group and presence of calves were also included in these models as explanatory covariates. The number of vessels in the sampled area had a strong influence on the final and maximum frequencies, increasing the values of these variables as the number of vessels increased. Regarding the type of vessel, the final frequency of whistles was lower in the presence of motorboats than in the presence of artisanal vessels. Higher speeds caused a decrease in the number of inflection points and in the duration of the whistles. Whistles final frequency increased as group size increased. In the presence of vessels, groups with calves emitted whistles of final and minimum frequencies higher than groups without calves. Concerning the emission rates of sounds, vessels moving at medium speed caused a decrease in the amount of whistles emitted. The size of the group had a positive influence on both rates, increasing the number of whistles and echolocation clicks as the number of individuals in the group increased. The increase in the quantity and speed of vessels increases the levels of underwater noise and interferes in the acoustic communication of dolphins. The importance of this dolphin-human interaction, combined with the site fidelity and small size of this dolphin population, makes it necessary to consider the information presented here for the elaboration of management plans that attempt to mitigate the impact of the non-lethal disturbance generated by vessels.Daura-Jorge, Fábio GonçalvesUniversidade Federal de Santa CatarinaPellegrini, Andrea Yanina2019-02-09T03:02:04Z2019-02-09T03:02:04Z2018info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesis78 p.| il., gráfs., tabs.application/pdf355877https://repositorio.ufsc.br/handle/123456789/193256porreponame:Repositório Institucional da UFSCinstname:Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC)instacron:UFSCinfo:eu-repo/semantics/openAccess2019-02-09T03:02:05Zoai:repositorio.ufsc.br:123456789/193256Repositório InstitucionalPUBhttp://150.162.242.35/oai/requestopendoar:23732019-02-09T03:02:05Repositório Institucional da UFSC - Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC)false
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