Efeitos do ambiente enriquecido nos déficits motores, comportamentais e nos níveis de monoaminas no modelo YAC128 da Doença de Huntington

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Welter, Priscilla Gomes
Data de Publicação: 2021
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFSC
Texto Completo: https://repositorio.ufsc.br/handle/123456789/229888
Resumo: Dissertação (mestrado) - Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Ciências Biológicas, Programa de Pós-Graduação em Neurociências, Florianópolis, 2021.
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spelling Efeitos do ambiente enriquecido nos déficits motores, comportamentais e nos níveis de monoaminas no modelo YAC128 da Doença de HuntingtonNeurociênciasDoenças neurodegenerativasEstilo de vidaDoença de HuntingtonDissertação (mestrado) - Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Ciências Biológicas, Programa de Pós-Graduação em Neurociências, Florianópolis, 2021.A Doença de Huntington (DH) é um distúrbio genético neurodegenerativo caracterizado por déficits motores, psiquiátricos, cognitivos e periféricos. O estriado é a região encefálica mais afetada, no entanto outras regiões como o córtex pré-frontal e o hipocampo também estão comprometidas nessa condição. Estudos em humanos e modelos animais têm observado que mesmo antes da degeneração ocorrer, alguns sintomas já estão presentes. Isso implica que outras disfunções devem estar ocorrendo para justificar um fenótipo anterior a degeneração. Apesar de ser uma doença de natureza genética, evidências mostram que o estilo de vida é capaz de modificar a idade de início dos sintomas na DH e a taxa de sua progressão. Neste trabalho, buscou-se avaliar se o ambiente enriquecido (AE), uma analogia para intervenções benéficas ao estilo de vida, poderia atuar de maneira preventiva sobre déficits motores e comportamentais e se os efeitos proporcionados pelo AE no início da vida persistem em idades posteriores. Também avaliamos se o AE apresentava algum efeito sobre os níveis de monoaminas. Para tanto, camundongos machos e fêmeas do tipo selvagem (WT) e YAC128 foram expostos a condições padrão de habitação (AC) ou AE por 39 dias (do dia 21 ao dia 60 pós-natal). Aos 2 meses de idade, uma bateria de testes comportamentais foi aplicada. Após o último teste, o hipocampo, o córtex pré-frontal e o estriado foram dissecados para medir os níveis de monoaminas por cromatografia líquida de alta eficiência (HPLC). Em uma segunda coorte de animais, o AE foi aplicado durante o mesmo período, mas só foram avaliados aos 4 meses quando novamente uma bateria de testes comportamentais foi realizada. Diferenças entre os camundongos YAC128 e WT alojados no AC foram encontradas no peso corporal de machos, no comportamento do tipo-ansioso e no desempenho motor aos 2 meses de idade. O AE foi capaz de prevenir o ganho de peso corporal nos machos, teve efeito ansiolítico nos machos e preveniu os déficits motores. A avaliação dos níveis de monoaminas não mostrou alterações em relação ao genótipo aos 2 meses de idade. No entanto, foi observado que o ambiente foi capaz de diminuir os níveis de monoaminas nas três regiões avaliadas. Interessantemente uma correlação significativa e negativa foi encontrada entre melhor performance motora e menores níveis de monoaminas principalmente no estriado. Em relação aos camundongos analisados aos 4 meses, diferenças genotípicas foram encontradas no comportamento anedônico e o AE intermitente trouxe benefícios parciais. Nossos resultados confirmaram os déficits motores, comportamento do tipo-ansioso, anedônico e ganho de peso corporal em camundongos YAC128 e o AE preveniu ou trouxe benefícios parciais nestas avaliações. Alguns benefícios proporcionados pelo AE podem ter ocorrido, pelo menos em parte, pela modulação dos níveis de monoaminas. Portanto, nossos achados apoiam as intervenções ambientais como uma abordagem terapêutica benéfica para atrasar o início e a sintomatologia da DH.Abstract: Huntington's disease (HD) is a neurodegenerative genetic disorder characterized by motor, psychiatric, cognitive, and peripheral deficits. The striatum is the most affected brain region; however, other areas such as the prefrontal cortex and hippocampus are also compromised in this condition. Studies in humans and animal models have observed that some symptoms are already present even before degeneration occurs, implying that other dysfunctions must be happening to justify a phenotype before degeneration. Despite being a disease of genetic nature, evidence shows that lifestyle can modify the age of onset of symptoms in HD and the rate of its progression. In this work, we sought to assess whether the enriched environment (EE), an analogy for beneficial interventions to lifestyle, could act preventively on motor and behavioral deficits and whether the effects provided by EE in early life persist in later ages. We also assessed whether EE had any effect on monoamine levels. For this purpose, wild-type (WT) and YAC128 male and female mice were exposed to standard housing conditions (CE, control environmental) or EE for 39 days (from postnatal day 21 to postnatal day 60). At 2 months of age, a battery of behavioral tests was applied. After the last test, the hippocampus, prefrontal cortex, and striatum were dissected to measure monoamine levels by high-performance liquid chromatography (HPLC). In the second cohort of animals, the EE was applied during the same period. However, they were only behaviorally evaluated at 4 months of age. Differences between YAC128 and WT mice housed in the CE were found in male body weight, anxiety-like behavior, and motor performance at 2 months of age. The EE was able to prevent body weight gain in males, had anxiolytic effect in males and prevented motor deficits. The evaluation of monoamine levels showed no changes concerning genotype at 2 months of age. However, it was observed that the EE reduced the levels of monoamines in the three regions evaluated. Interestingly, a significant and negative correlation was found between better motor performance and lower levels of monoamines, mainly in the striatum. Genotypic differences were found in anhedonic behavior in mice analyzed at 4 months of age, and intermittent EE exposure showed partial benefits. Our results confirmed the motor deficits, anxiety-like behavior, anhedonia and body weight gain in YAC128 mice and the AE prevented or brought partial benefits to these evaluations. Some benefits provided by EE may have occurred, at least in part, by modulating the levels of monoamines. Therefore, our findings support environmental interventions as a beneficial therapeutic approach to delay the onset and symptomatology of HD.Brocardo, Patrícia de SouzaUniversidade Federal de Santa CatarinaWelter, Priscilla Gomes2021-11-11T19:26:16Z2021-11-11T19:26:16Z2021info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesis97 p.| il., gráfs.application/pdf373585https://repositorio.ufsc.br/handle/123456789/229888porreponame:Repositório Institucional da UFSCinstname:Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC)instacron:UFSCinfo:eu-repo/semantics/openAccess2021-11-11T19:26:16Zoai:repositorio.ufsc.br:123456789/229888Repositório InstitucionalPUBhttp://150.162.242.35/oai/requestopendoar:23732021-11-11T19:26:16Repositório Institucional da UFSC - Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC)false
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