Refletindo sobre o Campo Científico da Administração e a Atuação do Pesquisador
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2011 |
Outros Autores: | |
Tipo de documento: | Artigo |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional da UFSC |
Texto Completo: | http://repositorio.ufsc.br/xmlui/handle/123456789/32877 |
Resumo: | O objetivo deste trabalho é o de apresentar uma discussão teórica em torno do campo científico e da atuação do pesquisador neste campo. Mais especificamente como funciona o campo científico e o quanto seus pesquisadores são influenciados pelo contexto em que estão inseridos. Assim, inicialmente são apresentados os conceitos e abordagens de campo científico segundo a concepção de Merton (1979) e Bourdieu (1994), cujas características são discutidas por Martin (2001). Na sequência é discutida a atuação do pesquisador no campo científico, tomando por base as contribuições de Dortier (2005), que discute de forma crítica a atuação daqueles que denomina “profissionais do saber”; Berry (1995) e Gingras et al (2001) que relacionam o pesquisador ao homem de negócios; Dortier (2001) que chama a atenção para as várias facetas da atividade do pesquisador; e Louvel (2005) e Leclerc (2005) os quais discorrem sobre a importância dos relacionamentos do pesquisador no campo. Na sessão seguinte, faz-se uma discussão em torno da produção e difusão do conhecimento no campo da Administração, considerando os trabalhos de Charle (1998) e Dortier (1998), ambos de abordagem crítica. Ainda nesta seção remete-se ao trabalhos de Audet (1986) que propõe um quadro conceitual para o desenvolvimento de uma epistemologia da administração em que discute o campo e a atuação dos pesquisadores desta área do conhecimento; e aos trabalhos de Serva (1990, 1992) em que aborda o campo de atuação do administrador no Brasil. Há uma menção ainda à Bertero (2006) que converge em alguns aspectos com os trabalhos daquele autor. Levando-se em consideração os aspectos tratados pelos autores supracitados, faz-se uma reflexão que mostra o quanto o ethos da ciência proposto por Merton (2001) tem aparecido de forma distorcida quando se parte para a análise da atuação dos pesquisadores no campo científico da Administração, utilizando como base o caso brasileiro. Assim, são discutidas essas distorções com base em cada um dos quatro passos ou normas desse ethos, quais sejam: o universalismo, o comunismo, a falta de desinteresse e o ceticismo organizado. Essa reflexão abrange também a relação entre o campo científico e o mercado, destacando-se o quanto aquele parece reproduzir as desigualdades deste. Por fim, destaca-se o quanto a atuação dos pesquisadores no campo administrativo brasileiro tem se submetido às práticas do chamado mainstream anglo-saxão, as quais são tomadas como modelos. Conclui-se que há no campo científico – especialmente da Administração – uma longa jornada a se percorrer em busca de uma ciência de fato: com a consciência de que a verdade será sempre uma busca infinita. Porque quando a verdade existir, não existirá mais ciência. |
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