Visibilizar histórias outras da Antropologia: gerações de antropólogos e antropólogas em Moçambique pós-colonial
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2020 |
Tipo de documento: | Tese |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional da UFSC |
Texto Completo: | https://repositorio.ufsc.br/handle/123456789/219358 |
Resumo: | Tese (doutorado) - Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Filosofia e Ciências Humanas, Programa de Pós-Graduação em Antropologia Social, Florianópolis, 2020. |
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Visibilizar histórias outras da Antropologia: gerações de antropólogos e antropólogas em Moçambique pós-colonialAntropologia socialAntropólogosAfricanosAntropologiaTese (doutorado) - Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Filosofia e Ciências Humanas, Programa de Pós-Graduação em Antropologia Social, Florianópolis, 2020.O principal objetivo deste trabalho é compreender o percurso da Antropologia em Moçambique, com atenção ao contexto pós-colonial. Para o efeito, baseei-me na pesquisa documental e bibliográfica, na participação observante e nas entrevistas narrativas junto às e aos protagonistas moçambicanos/as do campo antropológico acadêmico. A pesquisa teve a duração de aproximadamente doze meses. Sustento que o desenvolvimento da Antropologia em Moçambique reflete a dinâmica histórica complexa e contraditória do país, que ela própria ajudou a construir, e também por ela foi constituída. Neste trabalho identifico quatro gerações de antropólogos/as em Moçambique. Centro-me na descrição das trajetórias de vida, de formação, redes de relações intelectuais, institucionais, afetivas e de amizade das duas primeiras gerações, que contemplam o período que vai da crise e marginalização da Antropologia à sua revitalização, principal foco da tese. Demonstro que durante a vigência do colonialismo no país, o poder oficial instrumentalizou a Antropologia e a colocou a seu serviço, embora houvesse antropólogos e missionários (sobretudo, protestantes) que foram severamente críticos ao poder colonial. Nesse sentido, sustento que as fronteiras entre a Antropologia e o colonialismo em Moçambique são ambíguas. Discuto ainda a relativa marginalização da Antropologia no período pós-independência, situação que ocorreu em muitos outros países africanos, porque conotada como arma de arremesso do poder colonial e entendida como estudo das ?sociedades tradicionais?, num contexto em que se pretendia construir sociedades e Estados-Nações modernos (o Homem Novo, no caso moçambicano). Argumento que a revitalização da Antropologia em Moçambique resulta do fracasso dos projetos de desenvolvimento socialistas, quando ela é novamente instrumentalizada para auxiliar na compreensão dos obstáculos colocados a esses projetos. Na atualidade a Antropologia é cada vez mais convocada para compreender os complexos processos socioculturais, políticos e econômicos no âmbito do desenvolvimento do país. Essa demanda tem com objetivo de produzir conhecimento e supostamente ajudar a promover a igualdade, o bem-estar e justiça social, num contexto de profundas desigualdades sociais, resultantes das escolhas políticas e econômicas do período socialista e capitalista, da guerra civil e das múltiplas e cíclicas crises (econômicas, políticomilitares, sanitárias) que perduram no país ao longo da sua história recente. Procuro com este trabalho visibilizar histórias outras, atrizes e atores moçambicanas/os da Antropologia e contribuir para a promoção de uma perspectiva crítica e plural da história de nossa disciplina, desafio que permanece aberto a novas abordagens.Abstract: The main objective of this work is to understand the path of Anthropology in Mozambique, with attention to the post-colonial context. To this end, I relied on documentary and bibliographic research, observant participation and narrative interviews with Mozambican actors in the academic anthropological field. The research lasted approximately twelve months. I maintain that the development of Anthropology in Mozambique reflects the complex and contradictory historical dynamics of the country, which it itself helped to build and was constituted by it too. I identify four generations of anthropologists in Mozambique. I focus on describing the trajectories of life, formation, networks of intellectual, institutional, affective and friendship relationships of the first two generations. It contemplates the period from the crisis and marginalization of Anthropology to its revitalization, focus of the thesis. I demonstrate that during the period of Portuguese colonialism in the country, the official power instrumentalized Anthropology and placed it at its service, although there were anthropologists and missionaries (especially, Protestants) who were severely critical of colonial power actions. In this sense, I maintain that the boundaries between Anthropology and colonialism in Mozambique are ambiguous. I also discuss the relative marginalization of Anthropology in the postindependence period, a situation that occurred in many other African countries, because the Anthropology was being connoted as a weapon to throw colonial power and understood as a study of ?traditional societies?, in a context in which it was intended to build societies and Modern nation-states (the New Man, in the Mozambican case). I argue that the revitalization of Anthropology in Mozambique results from the failure of socialist development projects is again summons to help in understanding the obstacles posed to these projects. Currently, Anthropology is call to understand the complex socio-cultural, political and economic processes within the scope of the country's development. This demand has the objective of producing knowledge and supposedly helping to promote equality, well-being and social justice, in a context of profound social inequalities resulting from the political and economic choices of the socialist and capitalist periods, the civil war and also the multiple and cyclical crises (economic, political-military, health) that have persisted in the country throughout its recent history. With this work, I seek to make other Mozambican stories, actors of Anthropology visible and contribute to the promotion of a critical and plural perspective on the history of our National discipline, a challenge that remains open to new approaches.Tassinari, Antonella Maria ImperatrizUniversidade Federal de Santa CatarinaAmâncio, Hélder Pires2021-01-14T18:08:24Z2021-01-14T18:08:24Z2020info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesis441 p.| il.application/pdf370545https://repositorio.ufsc.br/handle/123456789/219358porreponame:Repositório Institucional da UFSCinstname:Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC)instacron:UFSCinfo:eu-repo/semantics/openAccess2021-01-14T18:08:24Zoai:repositorio.ufsc.br:123456789/219358Repositório InstitucionalPUBhttp://150.162.242.35/oai/requestopendoar:23732021-01-14T18:08:24Repositório Institucional da UFSC - Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC)false |
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