Transgeracionalidade e dinâmica familiar na perspectiva de mulheres com obesidade mórbida

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Coradini, Aline Orlandi
Data de Publicação: 2017
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFSC
Texto Completo: https://repositorio.ufsc.br/handle/123456789/185492
Resumo: Dissertação (mestrado) - Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Filosofia e Ciências Humanas, Programa de Pós-Graduação em Psicologia, Florianópolis, 2017.
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spelling Universidade Federal de Santa CatarinaCoradini, Aline OrlandiMoré, Carmen Leontina Ojeda Ocampo2018-04-13T19:30:46Z2018-04-13T19:30:46Z2017350545https://repositorio.ufsc.br/handle/123456789/185492Dissertação (mestrado) - Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Filosofia e Ciências Humanas, Programa de Pós-Graduação em Psicologia, Florianópolis, 2017.Na última década a obesidade enquanto fenômeno multideterminado tem se constituído progressivamente em um importante problema de saúde pública. Além de prejuízos à saúde física, a doença também acarreta problemas psicológicos e sociais. Entre as mulheres este fato se torna ainda mais evidente, já que para o sexo feminino a obesidade e as cobranças da sociedade em relação à aparência são considerados fatores causadores de sofrimento psíquico, afetando o modo como estas se percebem, bem como seus relacionamentos afetivos e sociais. Nessa perspectiva, o desenvolvimento da doença ocorre em meio a uma trama de relações que se sustenta em hábitos alimentares da família, envolvendo todos os seus membros. O presente estudo tem por objetivo compreender as relações entre o desenvolvimento da obesidade mórbida e a dinâmica relacional familiar na perspectiva das mulheres. A pesquisa foi realizada em um serviço de cirurgia bariátrica de um hospital-escola da região sul do Brasil. Participaram do estudo 12 mulheres, e a coleta dos dados ocorreu por meio da observação participante de campo, da entrevista semiestruturada e da aplicação do genograma. Os dados obtidos foram organizados e analisados utilizando os princípios da Teoria Fundamentada nos Dados (Grounded Theory), com auxílio do software Atlas-ti 7.5.7 e para a construção gráfica dos genogramas, utilizou-se o software Genopro 3.0.0.7. Os resultados revelaram a escassez de estudos que abordem especificamente a relação entre a história dos vínculos afetivos familiares e o desenvolvimento da obesidade. Identificou-se que para o sexo feminino, as experiências ligadas à maternidade e eventos estressores do ciclo vital, tais como lutos, rupturas de vínculos afetivos, mortes trágicas na família e violência familiar, são fatores importantes no surgimento da doença. Observou-se a dificuldade das mulheres com relação à autopercepção e ao autocuidado, o que pareceu contribuir para a invisibilização do problema, dificultando a adesão ao tratamento. A presença do estigma social e do preconceito com relação à obesidade foi observada tanto em seus relacionamentos afetivo-conjugais, como em seu entorno social. Os resultados do estudo mostraram a estreita relação existente entre o desenvolvimento da obesidade e a dinâmica relacional familiar. Foi possível observar em termos transgeracionais a presença de padrões emaranhados com vínculos de superenvolvimento nas famílias investigadas, evidenciando a dificuldade destas no processo de diferenciação familiar e na busca pela autonomia de seus membros. Conclui-se sobre a necessidade de se trabalhar para promover a autonomia de indivíduos obesos, de forma a possibilitar uma melhor adesão ao tratamento. Sendo a obesidade um fenômeno complexo pela diversidade de elementos que nele se conjugam, ressalta-se a importância de se trabalhar conjuntamente as histórias médicas e as histórias dos vínculos afetivos na família.Abstract : In the last decade, obesity as a multidetermined phenomenon has progressively become an important public health problem. Besides damages to physical health, the disease also entails psychological and social problems. Among women, such fact becomes even more evident, since for females obesity and social pressure regarding appearance are considered factors that cause psychic suffering, influencing the way women perceive themselves and their affective and social relationships. In this perspective, the disease development process occurs in the midst of a web of relations based on family eating habits, involving all of its members. This study aims to understand the relationship between the morbid obesity development process and family relational dynamics, in the perspective of women. The research was conducted at a bariatric surgery center of a teaching hospital in the South Region of Brazil. Twelve women participated in the study, and data collection was carried out through field participant observations, semi-structured interviews and genogram implementation. The obtained data were organized and analyzed using the principles of Grounded Theory, with the aid of the software Atlas-ti 7.5.7, and genograms were designed using the software Genopro 3.0.0.7. Results revealed the lack of studies that specifically address the relationship between the history of family affective bonds and the development of obesity. It was noticed that for females, motherhood-related experiences and life-cycle stressors, such as mourning, rupture of affective bonds, tragic deaths in the family and family violence, are important factors to the onset of the disease. It was observed that these women had difficulty in terms of self-perception and self-care, which seemed to contribute to the invisibilization of the problem, making adherence to treatment more difficult. The existence of social stigma and obesity-related prejudice was observed both in their affective-conjugal relationships and in their social environment. The study data confirmed the close relationship between obesity development and family relational dynamics. In transgenerational terms, it was possible to observe the existence of entangled patterns with overinvolvement bonds in the investigated families, evidencing their difficulty in the process of family differentiation and in their members' search for autonomy. In conclusion, it is necessary to work to promote the autonomy of obese individuals, in order to allow better adherence to treatment. Since obesity is a complex phenomenon due to the diversity of elements combined in it, it is important to analyze medical history along with affective bond histories in the family.122 p.| il., tabs.porPsicologiaObesidade mórbidaTransgeracionalidade e dinâmica familiar na perspectiva de mulheres com obesidade mórbidainfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisreponame:Repositório Institucional da UFSCinstname:Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC)instacron:UFSCinfo:eu-repo/semantics/openAccessORIGINALPPSI0759-D.pdfPPSI0759-D.pdfapplication/pdf1556339https://repositorio.ufsc.br/bitstream/123456789/185492/-1/PPSI0759-D.pdf5cdeed249cc394d60790e3f33b7786c7MD5-1123456789/1854922018-04-13 16:30:47.002oai:repositorio.ufsc.br:123456789/185492Repositório de PublicaçõesPUBhttp://150.162.242.35/oai/requestopendoar:23732018-04-13T19:30:47Repositório Institucional da UFSC - Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC)false
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