Cenas de escritura em Mario Bellatin: o escritor como modo de sobrevivência
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2022 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional da UFSC |
Texto Completo: | https://repositorio.ufsc.br/handle/123456789/240962 |
Resumo: | Dissertação (mestrado) - Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Comunicação e Expressão, Programa de Pós-Graduação em Literatura, 2022. |
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Cenas de escritura em Mario Bellatin: o escritor como modo de sobrevivênciaLiteratura brasileiraLiteratura mexicanaEscritores mexicanosDissertação (mestrado) - Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Comunicação e Expressão, Programa de Pós-Graduação em Literatura, 2022.Este trabalho percorre uma investigação que parte da interrogação acerca do uso que o escritor mexicano Mario Bellatin faz de sua figura de autor. Assim, de início, tomamos o texto Underwood portátil. Modelo 1915 (2005) como um primeiro espaço de auto-exposição dessa autoria e nos propomos a visitá-lo ao modo de uma galeria na qual encontramos expostas uma série de cenas de escritura desse autor, as quais colocam em jogo, cada uma ao seu modo, uma provocação com relação à posição que um escritor deve assumir frente à própria obra. A hipótese que formulamos de abertura é a de que essas provocações não se resumem a uma reciclagem das discussões acerca do esvaziamento do sujeito e da morte do autor, nem tampouco se esgotam num pensamento da escritura sobre si mesma, senão que podem ser inscritas no horizonte político de um pensamento sobre o que cabe à ficção no mundo contemporâneo. Ao longo dos três capítulos que se sucedem à apresentação desse espaço de auto-exposição construído por Bellatin, desdobramos, portanto, um passeio, uma visita que se desloca de um pensamento sobre o autor à formulação de um espaço comunitário: no segundo capítulo, a partir de uma cena inaugural e de um esboço da trajetória da figura do autor Mario Bellatin, reconhecemos a construção de um mito de escritor; esse mito, contudo, logo passamos a pensá-lo enquanto um procedimento que opera em função de todo o sistema de escritura maquinado por Bellatin, o qual teria como eixo de funcionamento um princípio de sobrevivência. Em seguida, no terceiro capítulo, analisamos a cena montada por Bellatin para a apresentação do livro Perros héroes (2003), e reconhecemos em sua gestualidade uma interpelação ? condensada na pergunta: ?¿que es lo que están realmente haciendo aquí?? ? que nos permite comunicar a questão da autoria com o chamamento a um modo de vida outro, o qual, por sua vez, parece articular-se em termos de uma coletividade necessária. Por fim, no quarto e último capítulo, procuramos dar maior legibilidade a esse chamamento em sua dimensão coletiva e analisamos outras três cenas montadas por Bellatin ? a do escritor e seu duplo, a da prótese artística e a do Moridero de Salón de belleza (1994) ? inquirindo um modo de conceber a escritura de Bellatin como um todo enquanto um espaço comunitário. Chegamos por fim à sugestão de que a escritura de Bellatin, para além de seu funcionamento maquínico, também coloca em jogo, a partir da construção de um espaço simultaneamente heterotópico e apocalíptico, a necessidade de produção de espaços do fora no mundo contemporâneo.Abstract: This work goes through an investigation which begins with a question about how the mexican writer Mario Bellatin uses his author figure. Therefore, we take Underwood portátil. Modelo 1915 (2005) as a first espace of self-exposure of this authorship and propose to visit it as a gallery in which we come across a serie of scripture scenes from the author, scenes that put into play, each in their own way, a provocation related to the position that a writer must assume in front of his own work. From the start, we formulate the following hypothesis: that these provocations are not limited to recycling discussions about the emptying of the subject nor do they end in a thought that the scripture formulates about itself. Instead of that, they can be inscripted in a political horizon of a thought about what is left for the fiction in the contemporary world. Throughout the three chapters that follow the presentation of this space of self-exposure constructed by Bellatin, we perform a walk through, a visit that dislocates itself from a thought about the author to formulate a community space suggested in it: in the second chapter, from an opening scene and a sketch of Mario Bellatin?s author figure trajectory, we recognize the construction of a writer?s myth; this myth, however, we soon begin to think it as a procedure that operates in function of the entire scripture?s system engineered by Bellatin, and this system would have as its working axis a principal of survival. Then, in the third chapter, we analyze the scene setted by Bellatin for the presentation of his book Perros héroes (2003) and recognize in his gestuality an interpellation ? resumed in the question: ?¿que es lo que están realmente haciendo aquí?? ? that allows us to communicate the subject of the authorship to a call for another way of living (Foucault), which can be articulated in terms of a necessary collectivity. Finally, in the forth and last chapter, we try to give more legibility to this call in its collective dimension and analyze three others scenes setted by Bellatin ? the writer and it?s doble, the artistic protesis and the Moridero from Salón de belleza (1994) ? looking for a way to conceive the totality of Bellatin?s scripture as a communitary space. We arrive at last at the suggestion that Bellatin?s scripture, beyond it?s mechanical functioning, also puts into play, by constructing a space simultaneously heterotopic and apocalyptical, the need to produce spaces of the outside in the contemporary world.Giorgi, Artur de VargasUniversidade Federal de Santa CatarinaCunha, Pedro Xavier da2022-10-21T16:59:43Z2022-10-21T16:59:43Z2022info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesis190 p.| il.application/pdf378689https://repositorio.ufsc.br/handle/123456789/240962porreponame:Repositório Institucional da UFSCinstname:Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC)instacron:UFSCinfo:eu-repo/semantics/openAccess2022-10-21T16:59:43Zoai:repositorio.ufsc.br:123456789/240962Repositório InstitucionalPUBhttp://150.162.242.35/oai/requestopendoar:23732022-10-21T16:59:43Repositório Institucional da UFSC - Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC)false |
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