O mundo sob a pele: eventos mentais de acordo com o behaviorismo radical de B. F. Skinner e o interbehaviorismo de J. R. Kantor
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Data de Publicação: | 2021 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional da UFSC |
Texto Completo: | https://repositorio.ufsc.br/handle/123456789/229900 |
Resumo: | Dissertação (mestrado) - Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Filosofia e Ciências Humanas, Programa Programa de Pós-Graduação em Filosofia, Florianópolis, 2021. |
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O mundo sob a pele: eventos mentais de acordo com o behaviorismo radical de B. F. Skinner e o interbehaviorismo de J. R. KantorFilosofiaBehaviorismo (Psicologia)Filosofia da menteDissertação (mestrado) - Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Filosofia e Ciências Humanas, Programa Programa de Pós-Graduação em Filosofia, Florianópolis, 2021.Historicamente, um debate que ocupa posição de destaque entre os autores behavioristas no campo da Psicologia diz respeito a como podemos caracterizar os fenômenos psicológicos comumente denominados como eventos mentais, tais como o pensamento, o sentir e o perceber, em uma ciência psicológica definida enquanto ciência do comportamento. Apesar de abordar essa questão em sua obra, as contribuições do interbehaviorismo de J. R. Kantor a esse respeito não foram suficientemente estudadas no contexto brasileiro, sobretudo ao compararmos com a perspectiva dominante na tradição behaviorista atualmente, centrada no behaviorismo radical de Skinner. Assim sendo, o objetivo deste trabalho consiste em identificar relações entre as teorias do comportamento formuladas por Skinner e Kantor a respeito do problema da caracterização dos eventos mentais no âmbito dessas teorias, bem como o papel desempenhado por tais eventos em uma ciência psicológica definida enquanto ciência do comportamento. A partir do exame do conceito de reflexo e de estudos experimentais no campo do comportamento, Skinner desenvolve sua teoria do comportamento centrada na noção de comportamento operante. Posteriormente, o autor estende o domínio de sua teoria para os campos da linguagem e dos eventos mentais, caracterizando esses fenômenos como eventos comportamentais, isto é, enquanto relações entre estímulos antecedentes, respostas e estímulos consequentes. Nesse sentido, os eventos mentais apenas diferem dos demais eventos comportamentais por conta de sua acessibilidade limitada, abordada em sua obra a partir de sua teoria dos eventos privados. Já para Kantor, um evento psicológico consiste em um campo de interações envolvendo o organismo e o ambiente, cujos fatores envolvem as ações do organismo com objetos e eventos, além de fatores de configuração e históricos. Nessa perspectiva, os eventos mentais devem ser caracterizados como formas de intercomportamento psicológico, mesmo que parte dos fatores de campo que constituem tais eventos provoquem dificuldades de observação para o cientista, como nos exemplos dos intercomportamentos implícitos e na ocorrência de respostas inaparentes. Apesar de se tratarem de teorias do comportamento distintas de um ponto de vista filosófico e teórico, é possível identificar relações de aproximação entre as contribuições de Kantor e de Skinner, sobretudo em relação ao tema central deste trabalho, uma vez que ambos os autores rejeitam a tradição dualista no campo da Psicologia, por considerarem que os eventos mentais são em última análise eventos comportamentais, que por sua vez são definidos a partir de uma concepção relacional envolvendo aspectos do organismo e do ambiente e não meramente como respostas observáveis do organismo. Ainda que possam requerer considerações adicionais, conforme ilustrado pela teoria dos eventos privados de Skinner e o exame de Kantor a respeito das respostas inaparentes e do intercomportamento implícito, segundo os autores, os eventos mentais, não constituem parte de uma realidade distinta daquela dos demais eventos naturais, tampouco devem ser consideradas como causas do comportamento observável. Em suma, ao serem definidos em termos comportamentais, os eventos mentais consistem em parte do domínio legítimo de uma ciência natural do comportamento, e dessa forma, parte daquilo que tal ciência deve explicar.Abstract: Historically, a debate that occupies a prominent position among behaviorist authors in the field of Psychology concerns how we can characterize psychological phenomena commonly referred to as mental events, such as thinking, feeling and perceiving, in a psychological science defined as a science of behavior. Despite addressing this issue in his work, the contributions of J. R. Kantor's interbehaviorism in this regard have not been sufficiently studied in the Brazilian context, especially when compared with the dominant perspective in the behaviorist tradition today, centered on Skinner's radical behaviorism. Therefore, the objective of this work is to identify relationships between the theories of behavior formulated by Skinner and Kantor regarding the problem of characterization of mental events within these theories, as well as the role played by such events in a psychological science defined as a science of behavior. From the examination of the concept of reflex and experimental studies in the field of behavior, Skinner develops his theory of behavior centered on the notion of operant behavior. Subsequently, the author extends the domain of his theory to the fields of language and mental events, characterizing these phenomena as behavioral events, that is, as relationships between antecedent stimuli, responses and consequent stimuli. In this sense, mental events only differ from other behavioral events because of their limited accessibility, which is addressed in his work with his theory of private events. As for Kantor, a psychological event consists of a field of interactions involving the organism and the environment, whose factors involve the organism's actions with objects and events, in addition to setting and historical factors. From this perspective, mental events must be characterized as forms of psychological interbehavior, even if part of the field factors that constitute such events cause observation difficulties for the scientist, as in the examples of implicit interbehavior and the occurrence of inapparent responses. Despite the fact that these theories of behavior differ from a philosophical and theoretical point of view, it is possible to identify closer relations between the contributions of Kantor and Skinner, especially in relation to the central theme of this work, since both authors reject the dualist tradition in the field of Psychology, because they consider that mental events are ultimately behavioral events, which in turn are defined from a relational conception involving aspects of the organism and the environment and not merely as observable responses of the organism. Although they may require additional considerations, as illustrated by Skinner's theory of private events and Kantor's examination of inapparent responses and implicit interbehavior, according to the authors, mental events are not part of a reality different from that of other natural events, nor should they be considered as causes of observable behavior. In short, when defined in behavioral terms, mental events consist in part of the legitimate domain of a natural science of behavior, and thus part of what such a science must explain.Dutra, Luiz Henrique de AraújoUniversidade Federal de Santa CatarinaSouza, André Luiz de2021-11-11T19:26:37Z2021-11-11T19:26:37Z2021info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesis142 p.application/pdf373613https://repositorio.ufsc.br/handle/123456789/229900porreponame:Repositório Institucional da UFSCinstname:Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC)instacron:UFSCinfo:eu-repo/semantics/openAccess2021-11-11T19:26:37Zoai:repositorio.ufsc.br:123456789/229900Repositório InstitucionalPUBhttp://150.162.242.35/oai/requestopendoar:23732021-11-11T19:26:37Repositório Institucional da UFSC - Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC)false |
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