Espacialidade e identidade política dos atingidos por mineração no Brasil: teorias, escalas e estratégias

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Magno, Lucas
Data de Publicação: 2017
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFSC
Texto Completo: https://repositorio.ufsc.br/handle/123456789/186603
Resumo: Tese (doutorado) - Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Filosofia e Ciências Humanas, Programa de Pós-Graduação em Geografia, Florianópolis, 2017.
id UFSC_48c7a3aa3ec00a07f046907bcd823b07
oai_identifier_str oai:repositorio.ufsc.br:123456789/186603
network_acronym_str UFSC
network_name_str Repositório Institucional da UFSC
repository_id_str 2373
spelling Universidade Federal de Santa CatarinaMagno, LucasDias, Leila Christina Duarte2018-05-26T04:03:19Z2018-05-26T04:03:19Z2017351963https://repositorio.ufsc.br/handle/123456789/186603Tese (doutorado) - Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Filosofia e Ciências Humanas, Programa de Pós-Graduação em Geografia, Florianópolis, 2017.Desde o início do século XXI o Brasil vive um boom da indústria mineral com expansão de minas e empreendimentos correlatos a esta atividade em diversos locais do país. Nesse contexto, o governo encaminhou um conjunto de planos e projetos de lei para apoiar a mineração e alavancar mais uma rodada de crescimento econômico baseada na exportação de recursos naturais. Os estados de Minas Gerais e Pará ocupam lugar de destaque nesse processo, concentrando as maiores taxas de exploração e exportação mineral e também os maiores impactos socioambientais oriundos desta atividade. Expropriação de populações do campo e das cidades, poluição de recursos hídricos, do ar e da terra estão entre eles, que tem causado indignação e contestação por parte de diversas categorias sociais que vivem nos arredores das mineradoras, sobretudo de agricultores, comunidades quilombolas e indígenas. Tais categoriais passaram a construir ações coletivas de resistência a esses empreendimentos, articulando um discurso de enfrentamento à mineração e ao modelo mineral brasileiro e, em 2012, criaram o Movimento pela Soberania Popular na Mineração (MAM), um movimento social que debate a construção da categoria atingido por mineração. Atualmente, tal categoria está em disputa, não havendo subsídios na literatura acadêmica e na prática política brasileira, ao contrário da categoria atingido por barragem que já vem sendo debatida no âmbito nacional e até no internacional. Considerando o incipiente debate a esse respeito, o objetivo geral desta tese foi compreender como foi construída a espacialidade e a identidade política dos atingidos por mineração no Brasil. Para realizar esta tarefa, em termos metodológicos, o trabalho partiu das premissas da pesquisa-ação, e entre as técnicas de coleta de dados estão: a realização de entrevistas semiestruturadas, análise documental e observação participante; operacionalizadas a partir do que denominamos de ?prática articulatória?. As análises iniciaram-se na Região da Zona da Mata mineira, compreendendo o surgimento e consolidação da ?Campanha pelas Águas e Contra o Mineroduto da Ferrous?, primeira ação coletiva de resistência à mineração bem-sucedida no Brasil, e seguiu este ator coletivo em suas relações com o MAM a fim de compreender como foi articulado um discurso sobre a questão mineral no país. Como resultado, apontamos que os atingidos por mineração surgem no Brasil a partir da retomada dos investimentos por parte do Estado nos últimos anos, que esteve relacionada à construção de infraestruturas e sistemas logísticos que possibilitassem a redução de custos de transporte e a ampliação das exportações em setores estratégicos para a economia, tais como o mineral. Nesse contexto, empreendimentos correlatos a esta atividade (minas, barragens de rejeitos, minerodutos, ferrovias, portos, etc.) foram se expandindo, e, da mesma forma, conflitos e mobilizações contrários a eles também passaram a ser evidenciados. Para encamparem suas estratégias de contestação, tais ações coletivas tomam como unidade básica de mobilização o território-rede, a partir do qual constroem suas articulações discursivas. Assim, o argumento que defenderemos na tese é o de que não só o espaço é socialmente produzido como o social também é espacialmente construído, e os movimentos sociais contestatórios das atividades de mineração mostram isso muito bem.Abstract : Since the beginning of the 21st century, there has been a boom of mining industries in Brazil with the expansion of mines and the correlate enterprises to this practice in several areas of the country. In this context, the government has forwarded a set of plans and bills to support mining, and boost another round of economic growth based on the export of natural resources. The states of Minas Gerais and Pará occupy a prominent place in this process, concentrating the highest rates of mineral exploration and its export, and the greater socio-environmental impacts resulting from this activity. Expropriation of rural and urban populations, pollution of water resources, air and land are among them, which have caused indignation and contestation on the part of various social categories living in the outskirts of mining areas, especially family farmers, quilombola and indigenous communities. Such groups started to build collective actions of resistance to these enterprises, articulating a discourse to combat mining and the Brazilian mineral model, and in 2012, they founded the Movimento pela Soberania Popular na Mineração (or MAM, Movement for Popular Sovereignty in Mining), a social movement that discourse for those people affected by mining. In academic literature and in Brazilian political practice, this category has not received any adopted classifications, unlike the one reached people affected by dams that has been discussed both nationally and internationally. In this sense, taking into account our strangeness regarding the absence of studies related to the theme and which could support a political debate, the general objective of this thesis was to understand how the spatiality and the political identity of those people affected by mining in Brazil were constructed. To accomplish this task, in methodological terms, the work started from the premises of the action-research, having semi-structured interviews, documental analysis and participant observation as data collection techniques. The analysis began in the Zona da Mata mineira area, comprising the emergence and consolidation of the Campanha pelas Águas e Contra o Mineroduto da Ferrous (or Campaign for Water and Against Ferrous Mining), the first successful collective action of resistance to mining in Brazil, and followed this collective agent in its relations with MAM in order to understand how an objectionable discourse of mining was articulated in the country. As a result, we have pointed out that those people affected by mining have appeared in Brazil since the resumption of investments by the State in recent years, which was related to the construction of infrastructures and logistical systems that enabled the reduction of transportation costs, and the expansion of exports in strategical sectors for the economy, such as the mineral one. In this context, projects related to this activity (mines, tailings dams, pipelines, railroads, harbors, etc.) were expanding, and in the same way, conflicts and mobilizations against them have also become evident. In order to defend their strategies of contestation, such collective actions take the network territory as a basic unit of mobilization, from which they construct their discursive articulations. Thus, the argument we will argue in the thesis is that not only is space produced socially, but also is the social spatially constructed, and the objectionable social movements of mining activities demonstrate this very well.356 p.| il., gráfs., tabs.porGeografiaIndústria mineralMovimentos sociaisEspacialidade e identidade política dos atingidos por mineração no Brasil: teorias, escalas e estratégiasinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisreponame:Repositório Institucional da UFSCinstname:Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC)instacron:UFSCinfo:eu-repo/semantics/openAccessORIGINALPGCN0657-T.pdfPGCN0657-T.pdfapplication/pdf15583881https://repositorio.ufsc.br/bitstream/123456789/186603/-1/PGCN0657-T.pdf954eec2a257b37955922e0cea4034883MD5-1123456789/1866032018-05-26 01:03:19.673oai:repositorio.ufsc.br:123456789/186603Repositório de PublicaçõesPUBhttp://150.162.242.35/oai/requestopendoar:23732018-05-26T04:03:19Repositório Institucional da UFSC - Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC)false
dc.title.none.fl_str_mv Espacialidade e identidade política dos atingidos por mineração no Brasil: teorias, escalas e estratégias
title Espacialidade e identidade política dos atingidos por mineração no Brasil: teorias, escalas e estratégias
spellingShingle Espacialidade e identidade política dos atingidos por mineração no Brasil: teorias, escalas e estratégias
Magno, Lucas
Geografia
Indústria mineral
Movimentos sociais
title_short Espacialidade e identidade política dos atingidos por mineração no Brasil: teorias, escalas e estratégias
title_full Espacialidade e identidade política dos atingidos por mineração no Brasil: teorias, escalas e estratégias
title_fullStr Espacialidade e identidade política dos atingidos por mineração no Brasil: teorias, escalas e estratégias
title_full_unstemmed Espacialidade e identidade política dos atingidos por mineração no Brasil: teorias, escalas e estratégias
title_sort Espacialidade e identidade política dos atingidos por mineração no Brasil: teorias, escalas e estratégias
author Magno, Lucas
author_facet Magno, Lucas
author_role author
dc.contributor.none.fl_str_mv Universidade Federal de Santa Catarina
dc.contributor.author.fl_str_mv Magno, Lucas
dc.contributor.advisor1.fl_str_mv Dias, Leila Christina Duarte
contributor_str_mv Dias, Leila Christina Duarte
dc.subject.classification.none.fl_str_mv Geografia
Indústria mineral
Movimentos sociais
topic Geografia
Indústria mineral
Movimentos sociais
description Tese (doutorado) - Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Filosofia e Ciências Humanas, Programa de Pós-Graduação em Geografia, Florianópolis, 2017.
publishDate 2017
dc.date.issued.fl_str_mv 2017
dc.date.accessioned.fl_str_mv 2018-05-26T04:03:19Z
dc.date.available.fl_str_mv 2018-05-26T04:03:19Z
dc.type.status.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/publishedVersion
dc.type.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/doctoralThesis
format doctoralThesis
status_str publishedVersion
dc.identifier.uri.fl_str_mv https://repositorio.ufsc.br/handle/123456789/186603
dc.identifier.other.none.fl_str_mv 351963
identifier_str_mv 351963
url https://repositorio.ufsc.br/handle/123456789/186603
dc.language.iso.fl_str_mv por
language por
dc.rights.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/openAccess
eu_rights_str_mv openAccess
dc.format.none.fl_str_mv 356 p.| il., gráfs., tabs.
dc.source.none.fl_str_mv reponame:Repositório Institucional da UFSC
instname:Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC)
instacron:UFSC
instname_str Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC)
instacron_str UFSC
institution UFSC
reponame_str Repositório Institucional da UFSC
collection Repositório Institucional da UFSC
bitstream.url.fl_str_mv https://repositorio.ufsc.br/bitstream/123456789/186603/-1/PGCN0657-T.pdf
bitstream.checksum.fl_str_mv 954eec2a257b37955922e0cea4034883
bitstream.checksumAlgorithm.fl_str_mv MD5
repository.name.fl_str_mv Repositório Institucional da UFSC - Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC)
repository.mail.fl_str_mv
_version_ 1766805140973551616