Revisão dos nomes de Vernonieae (Asteraceae) na Florae Fluminensis, com possível origem em Cunha-SP
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2023 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional da UFSC |
Texto Completo: | https://repositorio.ufsc.br/handle/123456789/249813 |
Resumo: | Dissertação (mestrado) - Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Ciências Biológicas, Programa de Pós-Graduação em Biologia de Fungos, Algas e Plantas, Florianópolis, 2023. |
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Revisão dos nomes de Vernonieae (Asteraceae) na Florae Fluminensis, com possível origem em Cunha-SPBiologiaCompostas (Botânica)PlantasSistemas de recuperação da informaçãoDissertação (mestrado) - Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Ciências Biológicas, Programa de Pós-Graduação em Biologia de Fungos, Algas e Plantas, Florianópolis, 2023.A Florae Fluminensis é uma das principais obras botânicas de cunho científico fruto da expansão e fortalecimento colonial no final do século 18. José Mariano da Conceição Vellozo, tratado aqui como Vellozo, foi o encarregado de liderar várias expedições de campo ao longo da província do Rio de Janeiro, hoje reconhecido como estado do Rio de Janeiro, a fim de documentar as riquezas naturais da região. Com início em 1782, a Florae Fluminensis integra 1.639 plantas descritas e ilustradas, organizadas de acordo com o sistema sexual de Linnaeus. Embora finalizada em 1790, a obra só foi publicada postumamente e de forma segregada, onde as descrições parciais vieram a público em um único volume em 1829, as ilustrações completas foram publicadas em 11 tomos em 1831, e, somente em 1881 foi propagada a versão integral da Florae Fluminensis. Devido ao atraso na publicação os critérios adotados por Vellozo na execução da obra foram duramente criticados como obsoletos desmerecendo seu teor científico, tal julgamento postergou ainda mais a análise dos nomes ali contidos.Os espécimes originais da Florae Fluminensis são considerados perdidos desde o início do século 19, quando o material foi espoliado de Portugal para a França. Desta forma, as descrições e pranchas originais, depositadas na Biblioteca Nacional do Rio de Janeiro, amparam as crescentes revisões nomenclaturais de acordo com o código de nomenclatura da ICN, Art. 38.7.A família Asteraceae é retratada por cerca de 156 nomes na Florae Fluminensis, ocupando quase completamente as ilustrações do tomo 8 e algumas do tomo 10. Ao menos 70 nomes de Asteraceae tratados na Florae Fluminensis possuem origem na região de Cunha/SP, de acordo com novas interpretações do itinerário da obra. Parte destes nomes estão relacionados a vegetação de cerrado que ocorre em forma de mosaico na região citada, em especial nomes correspondentes a tribo Vernonieae. Embora bem representada, a família Asteraceae possui poucas revisões na obra de Vellozo, desta forma, o presente trabalho buscou estabelecer quais são os nomes contidos na Florae Fluminensis correspondentes a família Asteraceae com especial foco na tribo Vernonieae de ocorrência no município de Cunha/SP, a fim de contribuir com o esclarecimento histórico da Florae Fluminensis e reforçar a importância desta obra para a botânica brasileira.Objetivos O principal objetivo do presente trabalho foi revisar os nomes da família Asteraceae, com principal foco na tribo Vernonieae descritos ou citados por Frei Vellozo na Florae Fluminensis com provável origem no município de Cunha, São Paulo. Como objetivos específicos para o capítulo 1, buscamos coletar espécies de Asteraceae na região de Cunha/SP; revisar os nomes descritos ou citados por Vellozo na Florae Fluminensis para o município de Cunha, São Paulo, estabelecendo a correspondência com espécies da tribo Vernonieae, Asteraceae, atuais e publicar as novidades taxonômicas encontradas; Tipificar as espécies descritas ou citadas por Vellozo para o município de Cunha, São Paulo; e, Verificar a presença de espécimes originais da Florae Fluminensis depositados no Muséum National d?Histoire Naturelle. O capítulo 2 tem como objetivo a revisão do nome Chrysocoma adpressa Vell, e, propor uma nova combinação. Por fim, o capítulo 3 objetiva a revisão do gênero Sabbata Vell, estabelecer o resgate do nome Sabbata romana Vell, e, estabelecer uma nova combinação.Material e métodosAtravés das descrições e pranchas originais os nomes referentes a Asteraceae presentes na Florae Fluminensis foram triados quanto suas respectivas tribos e quanto a suas localidades originais, sendo analisados de forma mais crítica os nomes pertencentes a tribo Vernonieae com topônimo referente a região de Cunha/SP. Foram feitas duas expedições de campo, em outubro de 2021 e janeiro de 2022, ao longo da Estrada Real entre Cunha/SP e Paraty/RJ onde foram coletadas espécimes da família Asteraceae e comparadas com as ilustrações da Florae Fluminensis. Além dos espécimes coletados foram analisadas exsicatas de coletas anteriores, mantidas no herbário CTBS pertencentes ao ?Projeto Vellozo?. Notas delocalidade, tipificação, taxonomia e nomenclatura foram feitas para cada nome tratado através de profunda revisão bibliográfica. Resultados No capítulo 1 foram revisados 17 nomes referentes à tribo Vernonieae, Asteraceae, da Florae Fluminensis. Desse material estudado 2 (dois) estão arranjados no gênero Chresta, 1 (um) no gênero Crantzia, ambos gêneros de autoria de Vellozo, e, 14 (quinze) estão dispostos no gênero Chrysocoma L. Todos nomes tratados tiveram lectótipos designados de acordo com as pranchas originais da Florae Fluminensis, exceto Chresta cordata, Chresta lanceolata e Crantzia ovata que já possuem lectótipos aceitos. Chrysocoma crassa, Chrysocoma linearis, Chrysocoma monantha e Chrysocoma opposita foram considerados nomes aceitos, logo, foram designadas novas combinações para os citados acima. Foram designados como sinônimos novos os nomes Chrysocoma arborea, Chrysocoma medioserrata,e Chrysocoma pedunculata pela perda de prioridade dos nomes de Vellozo, e, Stenocephalum tragiifolium, Chrysolaena lithospermifolia Lessingianthus desertorum e Piptocarpha densifolia tornam-se novos sinônimos das ovas combinações acima citadas..Chrysocoma pilosa, C. tomentosa e C. paniculata foram considerados nomes homônimos posteriores.Os termos em latim utilizados nas descrições de nomes da família Asteraceae na Florae Fluminensis foram interpretados de acordo com uso atual de termos desta família, onde ?Pedunculo? é usado em referência a raque de inflorescência, ?Flores? refere-se ao capítulo, e, ?Floris peciollati? a capítulo pedunculado. Os resultados do capítulo 2 é apresentado como artigo publicado na Phytotaxa, revista de impacto B2. O artigo ?Novelties in Compositae from Vellozo?s Florae Fluminensis? traz como resultado uma nova combinação do nome Chrysocoma adpressa Vell., assim como a designação de um lectótipo baseado na prancha original da Florae Fluminensis, de um epítipo, e, Lucilia lycopodioides como novo sinônimo. Somado a isso, foram designados lectótipos para Oligandra lycopodioides, Hymenopholis imbricata, Lucilia flagelliformis.No capítulo 3 é dividido em duas partes. A parte 1 traz revisões dos nomes Sabbata romana e S. polyphylla. Foi proposta a recuperação do nome Sabbata romana, entendido como nome de prioridade, foi designado também o lectótipo baseado na prancha original da Florae Fluminensis, e, um epítipo. Somado a isso, Exostigma notobellidiastrum foi designando um novo sinônimo. A parte dois traz uma problemática quanto ao uso do nome Sabbata.Considerações finais Os três capítulos somam 9 sinonímias e apresentam 6 nomes reconhecidos como tendo prioridade. As interpretações de terminologias apresentadas aqui somado a comentários de análise das ilustrações demonstram a necessidade de estudos que contribuam com o esclarecimento histórico da Florae Fluminensis a fim de reforçar a importância desta obra.Abstract: Florae Fluminensis is one of the first and most important works of a scientific nature on the Brazilian flora. Completed in 1790, Florae Fluminensis is the result of a long expedition in the current states of Rio de Janeiro and São Paulo, led by Friar José Mariano da Conceição Veloso (hereafter Vellozo). The Florae Fluminensis contains 1,639 described and illustrated plants, organized in the first volume with the text (including original descriptions) and a further eleven volumes with the respective plates. Posthumously published, Florae Fluminensis faced several political obstacles that delayed its disclosure. In 1829 the incomplete text was published, the plates were distributed in 1831, and the entire Florae Fluminensis text was published only later in 1881. The Asteraceae family is represented by about 150 names in FF, which were directly affected by the interruption of printing in 1829. At least 70 names of Asteraceae treated at Florae Fluminensis originate from the region of Cunha/SP, according to new interpretations of the work's itinerary. Part of these names are related to cerrado vegetation that occurs in the mosaic form in the cited region, in particular names corresponding to the Vernonieae tribe. Thus, the following study aimed to review the species names of Asteraceae, focusing on the tribe Vernonieae, described or quoted by Vellozo in Florae Fluminensis for the locality of Cunha. To obtain such a result, collecting expeditions were made in typical localities of Cunha of Florae Fluminensis and an exhaustive bibliography research was conducted to link Vellozo?s images and accounts with known Asteraceae species. Simultaneously, Latinized terms used in the descriptions of Asteraceae names were analyzed. Seventeen names referring to the tribe Vernonieae, Asteraceae, of Flora Fluminensis were revised. Of this material studied, 2 (two) are arranged in the genus Chresta, 1 (one) in the genus Crantzia, both genera authored by Vellozo, and 14 (fifteen) are arranged in the genus Chrysocoma L. Nine new synonyms were assigned. Of the accepted names referring to the tribe Vernonieae, Chrysocoma crassa was combined with the genus Stenocephalum, C. linearis with Chrysolaena, C. monantha with Lessingianthus, and, C. opposita with the genus Piptocarpha. Three Astereae tribe names were also revised. Chysocoma adpressa was combined with the genus Lucilia, while we propose the recovery of the name Sabbata romana as a correspondent of Exostigma notobellidastrum. The present work is presented in 3 chapters, where each treated name has notes on distribution, typification, nomenclature, and taxonomy.Pastore, José Floriano BarêaTeles, Aristônio MagalhãesUniversidade Federal de Santa CatarinaSitowski, Aline2023-09-01T13:04:37Z2023-09-01T13:04:37Z2023info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesis85 p.| il., gráfs.application/pdf382605https://repositorio.ufsc.br/handle/123456789/249813porreponame:Repositório Institucional da UFSCinstname:Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC)instacron:UFSCinfo:eu-repo/semantics/openAccess2023-09-11T19:59:10Zoai:repositorio.ufsc.br:123456789/249813Repositório InstitucionalPUBhttp://150.162.242.35/oai/requestopendoar:23732023-09-11T19:59:10Repositório Institucional da UFSC - Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC)false |
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