A religião como instrumento político: o caso da Arábia Saudita
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2022 |
Tipo de documento: | Trabalho de conclusão de curso |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional da UFSC |
Texto Completo: | https://repositorio.ufsc.br/handle/123456789/237371 |
Resumo: | TCC (graduação) - Universidade Federal de Santa Catarina. Centro Sócio-Econômico. Relações Internacionais. |
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A religião como instrumento político: o caso da Arábia SauditaInstrumentalização da religiãoLegitimação políticaCasa de SaudWahhabismoArábia SauditaTCC (graduação) - Universidade Federal de Santa Catarina. Centro Sócio-Econômico. Relações Internacionais.O Estado da Arábia Saudita foi consolidado através de uma poderosa aliança entre o líder da tribo saudita, Muhammad ibn Saud, e o criador do Wahhabismo, Muhammad ibn Abd al-Wahhab, dando início a uma tradição secular de alinhamento entre as elites política e religiosa e à instrumentalização de discursos e símbolos sagrados pelos governantes da nação. Em 2016, o recém apontado Príncipe Herdeiro e líder de-facto do Reino Saudita, Mohammed bin Salman (conhecido popularmente como MBS), propôs reformas ambiciosas e sem precedentes nas esferas política, econômica, social e religiosa, prometendo conter o fundamentalismo religioso e promover o Islã “moderado”. A comunidade acadêmica se dividiu entre celebrar as reformas e a aparente modernização da nação, e contestar se o seu verdadeiro objetivo não seria antes o “cortejo” do Ocidente, do que o atendimento das demandas dos cidadãos sauditas. A presente pesquisa objetivou verificar se as reformas de MBS podem significar o fim do uso instrumental da religião pelo Estado e se, consequentemente, estariam colocando em xeque o balanço entre política e religião, responsável pela estabilidade do país desde o advento de sua formação. Estaria o Príncipe Herdeiro disposto a arriscar sua liderança absoluta? Através da cuidadosa análise das reformas, das legislações conservadoras ainda em vigor, das reações do Ocidente e do papel político das instituições que formam o establishment religioso do país, percebeu-se que MBS ainda conta amplamente com discursos e símbolos sagrados a fim de legitimar e expandir seu poder político. Observou-se, sob sua liderança, a politização ainda maior da religião e das instituições religiosas, e, ao mesmo tempo, o alcance de significativos marcos de desenvolvimento societário, contrariando as expectativas de que o Wahhabismo precisaria ser marginalizado a fim de que o país pudesse adotar políticas progressistas. Através das análises empregadas, percebeu-se o caso singular e ambíguo do Estado Saudita, que passa por uma liberalização social, mas não política, discursa sobre a moderação Islâmica, mas mantém fundamentalistas Islâmicos em órgãos governamentais, prega pela paz, mas promove a guerra e pede por mais tolerância, mas pune aqueles que ousam se opor, mesmo que discretamente, as suas ações.The State of Saudi Arabia was consolidated through a powerful alliance between the leader of the Saudi tribe, Muhammad ibn Saud, and the creator of Wahhabism, Muhammad ibn Abd al-Wahhab, starting a century-old tradition of alignment between the political and religious elites and the instrumentalization of religious discourses and symbols by the governors of the nation. In 2016, the recently appointed Crown Prince and de-facto leader of the Saudi Kingdom, Mohammed bin Salman (popularly known as MBS), presented ambitious and unprecedented reform plans in the political, economic, social, and religious spheres, promising to contain religious fundamentalism and promote a “moderate” form of Islam. The academic community was divided between celebrating the reforms and seemingly modernization of the nation, and contesting if its true goal was not the “courtship” of the West, rather than responding to Saudi citizen’s demands. The present research aims to verify if MBS’s reforms can cause the end of the instrumental use of religion by the state, and if, consequently, they would threaten the balance between politics and religion, which has been responsible for the stability of the country since its formation. Would the Crown Prince be willing to jeopardize his absolute power? Through careful analysis of the reforms, the existing conservative legislation, Western reactions, and the political role of the institutions that compose the country's religious establishment, it became apparent that MBS still widely relies on religious symbols and narratives to legitimize and expand his political power. Under his leadership, an even greater politicization of religion and religious institutions was perceived. At the same time, significant cornerstones of social development were achieved, contradicting the expectations that Wahhabism would need to be marginalized so that the country could adopt progressive politics. Through the employed analysis, the singular and ambiguous case of Saudi Arabia stood out, considering that the country is going through a social, but not political liberalization, speaks about Islamic moderation, but keeps Islamic fundamentalists in government bodies, preaches about peace, but promotes war, and demands for more tolerance, but punishes those that dare oppose, even discreetly, its actions.Florianópolis, SCCosta, Jean Gabriel CastroUniversidade Federal de Santa CatarinaSantos, Letícia Gonçalves dos2022-07-29T19:04:09Z2022-07-29T19:04:09Z2022-07-25info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/bachelorThesis89application/pdfhttps://repositorio.ufsc.br/handle/123456789/237371info:eu-repo/semantics/openAccessporreponame:Repositório Institucional da UFSCinstname:Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC)instacron:UFSC2022-07-29T19:04:10Zoai:repositorio.ufsc.br:123456789/237371Repositório InstitucionalPUBhttp://150.162.242.35/oai/requestopendoar:23732022-07-29T19:04:10Repositório Institucional da UFSC - Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC)false |
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