Colonialidade e de(s)colonização: contribuições a partir do pensamento de Jacques Rancière
Autor(a) principal: | |
---|---|
Data de Publicação: | 2018 |
Tipo de documento: | Tese |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional da UFSC |
Texto Completo: | https://repositorio.ufsc.br/handle/123456789/241128 |
Resumo: | Tese (doutorado) - Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Filosofia e Ciências Humanas, Programa de Pós-Graduação em Psicologia, Florianópolis, 2018. |
id |
UFSC_676ac1184efe298b9746bef80b9ce283 |
---|---|
oai_identifier_str |
oai:repositorio.ufsc.br:123456789/241128 |
network_acronym_str |
UFSC |
network_name_str |
Repositório Institucional da UFSC |
repository_id_str |
2373 |
spelling |
Colonialidade e de(s)colonização: contribuições a partir do pensamento de Jacques RancièrePsicologiaModernidadeDescolonizaçãoIgualdadeCiência políticaTese (doutorado) - Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Filosofia e Ciências Humanas, Programa de Pós-Graduação em Psicologia, Florianópolis, 2018.Esta tese teve como objetivo buscar algumas contribuições do pensamento de Jacques Rancière para compreendermos os processos da colonialidade e os meandros da de(s)colonização. Para tanto, tomamos como ponto de partida um conjunto de argumentações que podemos denominar de pensamentos de(s)coloniais. Foi desenvolvida uma pesquisa qualitativa de cunho bibliográfico que teve, por um lado, a noção de leitura transversal como estratégia de aproximação com o material estudado, e, por outro, inspiração na perspectiva dialógica de Mikhail Bakhtin e seu círculo, assim como seus/uas interlocutores/as, para pensar este encontro entre o pensamento de Rancière e as argumentações de(s)coloniais. Como resultado deste estudo, propusemos três encontros dialógicos entre o pensamento de Jacques Rancière e as argumentações de(s)coloniais, resultando em três artigos e argumentos que se articulam. No primeiro artigo, aproximando a noção de colonialidade, presente nos pensamentos de(s)coloniais, às ideias de estética, partilha do sensível e arkhé, presente nas sistematizações de Rancière, foi possível argumentar que os elementos que a colonialidade propaga e mantém nas sociedades consideradas modernas configuram o que podemos denominar de estética moderno/colonial: uma forma específica de organizar o sensível que distribui lugares, funções, identidades e possibilidades para cada pessoa em sociedade, baseada em relações de poder que se constituíram a partir da experiência dos povos europeus com os colonialismos, configurando privilégios em torno de hierarquias étnico-raciais, de gênero, de classe, epistêmicas e culturais ? sendo esta última balizada, em especial, pela dicotomia natureza-cultura. No segundo artigo, buscando contribuições do pensamento de Rancière pensarmos os processos de enfrentamento à colonialidade/modernidade, propusemos debater a de(s)colonização a partir da noção de política presente na obra deste autor. Por um lado, argumentamos que os processos da de(s)colonização são movimentos anárquicos que visam promover uma ruptura com o funcionamento instaurado pela modernidade/colonialidade, pressupondo a denúncia do dano presente em sociedade e a demonstração da igualdade entre todos os seres falantes. Por outro, indicamos a ideia de igualdade como um operador prático-conceitual para o trabalho da de(s)colonização, buscando criar espaços de dissensos que visibilizem lógicas distintas de organizar a partilha. Por último, no terceiro artigo, cujo argumento pode ser considerado a tese deste estudo, buscamos contribuições do pensamento de Rancière para desdobrar os processos de de(s)colonização a partir da ideia de subjetivação política. Este diálogo nos permitiu sustentar que o processo da de(s)colonização é permeado por processos de subjetivação política, nos levando a considerar que questionar a colonialidade e apontar a de(s)colonização é um movimento que implica aos sujeitos conseguirem sair de si mesmos, tencionando a forma com que o mundo é (com)partilhado e fazendo surgir novos sujeitos na partilha do sensível.Abstract : This thesis aimed to find some contributions of the thinking of Jacques Rancière to understand the processes of coloniality and the meanderings of decolonization. For that, we approach this author from the set of arguments that we can call decolonial thinking. A qualitative bibliographical research was developed, and it had, on one hand, the notion of transversal reading as an approaching strategy to the studied material, and, on the other hand, it was inspired by the dialogical perspective of Mikhail Bakhtin and his circle, as well as his interlocutors, to think about this encounter between Rancière's thinking and the arguments of decolonial thinkers. As a result of this study, we have proposed three dialogical approaches between Jacques Rancière's thinking and the arguments of decolonial thinkers, resulting in three articles and arguments that are articulated. In the first article, approaching the notion of coloniality, present in decolonial thought, the ideas of aesthetics, distribution of the sensible and arkhé present in Rancière's systematizations, it was possible to argue that the elements that coloniality propagates and maintains in societies considered modern constitute what we can call a modern/colonial aesthetic: a specific form of organizing the sensible that distributes places, functions, identities and possibilities for each person in society, based on power relations that were constituted from the experience of the European peoples with colonialism, configuring privileges around ethnic-racial, gender, epistemic and cultural hierarchies - the latter being marked, in particular, by the nature-culture dichotomy. In the second article, approaching the idea of decolonization, in the form that is understood by decolonial thinkers, we could, from the notion of politics in Rancière, on the one hand, argue that the process of decolonization is the anarchic movement that promotes a rupture with the system established by coloniality, presupposing the denunciation of the present harm in society and the construction of spaces of dissent, on the other, indicate the idea of equality between all the speaking beings as a principle to be demonstrated and a practical-conceptual operator for the work of decolonization. Finally, in the third article, in which the argument can be considered the thesis of this study, we argue that the process of decolonization is permeated by processes of political subjectivation, leading us to consider that questioning coloniality and pointing to decolonization is a movement that implies that subjects can get out of themselves, intending the way in which the world is shared and giving rise to new subjects in the distribution of the sensible.Maheirie, KátiaCosta, Claudia de LimaUniversidade Federal de Santa CatarinaTonial, Felipe Augusto Leques2022-10-21T18:45:53Z2022-10-21T18:45:53Z2018info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesis132 p.application/pdf356126https://repositorio.ufsc.br/handle/123456789/241128porreponame:Repositório Institucional da UFSCinstname:Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC)instacron:UFSCinfo:eu-repo/semantics/openAccess2022-10-21T18:45:53Zoai:repositorio.ufsc.br:123456789/241128Repositório InstitucionalPUBhttp://150.162.242.35/oai/requestopendoar:23732022-10-21T18:45:53Repositório Institucional da UFSC - Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC)false |
dc.title.none.fl_str_mv |
Colonialidade e de(s)colonização: contribuições a partir do pensamento de Jacques Rancière |
title |
Colonialidade e de(s)colonização: contribuições a partir do pensamento de Jacques Rancière |
spellingShingle |
Colonialidade e de(s)colonização: contribuições a partir do pensamento de Jacques Rancière Tonial, Felipe Augusto Leques Psicologia Modernidade Descolonização Igualdade Ciência política |
title_short |
Colonialidade e de(s)colonização: contribuições a partir do pensamento de Jacques Rancière |
title_full |
Colonialidade e de(s)colonização: contribuições a partir do pensamento de Jacques Rancière |
title_fullStr |
Colonialidade e de(s)colonização: contribuições a partir do pensamento de Jacques Rancière |
title_full_unstemmed |
Colonialidade e de(s)colonização: contribuições a partir do pensamento de Jacques Rancière |
title_sort |
Colonialidade e de(s)colonização: contribuições a partir do pensamento de Jacques Rancière |
author |
Tonial, Felipe Augusto Leques |
author_facet |
Tonial, Felipe Augusto Leques |
author_role |
author |
dc.contributor.none.fl_str_mv |
Maheirie, Kátia Costa, Claudia de Lima Universidade Federal de Santa Catarina |
dc.contributor.author.fl_str_mv |
Tonial, Felipe Augusto Leques |
dc.subject.por.fl_str_mv |
Psicologia Modernidade Descolonização Igualdade Ciência política |
topic |
Psicologia Modernidade Descolonização Igualdade Ciência política |
description |
Tese (doutorado) - Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Filosofia e Ciências Humanas, Programa de Pós-Graduação em Psicologia, Florianópolis, 2018. |
publishDate |
2018 |
dc.date.none.fl_str_mv |
2018 2022-10-21T18:45:53Z 2022-10-21T18:45:53Z |
dc.type.status.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/publishedVersion |
dc.type.driver.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/doctoralThesis |
format |
doctoralThesis |
status_str |
publishedVersion |
dc.identifier.uri.fl_str_mv |
356126 https://repositorio.ufsc.br/handle/123456789/241128 |
identifier_str_mv |
356126 |
url |
https://repositorio.ufsc.br/handle/123456789/241128 |
dc.language.iso.fl_str_mv |
por |
language |
por |
dc.rights.driver.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/openAccess |
eu_rights_str_mv |
openAccess |
dc.format.none.fl_str_mv |
132 p. application/pdf |
dc.source.none.fl_str_mv |
reponame:Repositório Institucional da UFSC instname:Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) instacron:UFSC |
instname_str |
Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) |
instacron_str |
UFSC |
institution |
UFSC |
reponame_str |
Repositório Institucional da UFSC |
collection |
Repositório Institucional da UFSC |
repository.name.fl_str_mv |
Repositório Institucional da UFSC - Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) |
repository.mail.fl_str_mv |
|
_version_ |
1808652389789466624 |