Aspectos epidemiológicos e psicométricos de agravos à saúde mental de trabalhadores de frigoríficos do oeste do estado do Paraná

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Guilland, Romilda
Data de Publicação: 2017
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFSC
Texto Completo: https://repositorio.ufsc.br/xmlui/handle/123456789/182700
Resumo: Tese (doutorado) - Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Filosofia e Ciências Humanas, Programa de Pós-Graduação em Psicologia, Florianópolis, 2017.
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spelling Aspectos epidemiológicos e psicométricos de agravos à saúde mental de trabalhadores de frigoríficos do oeste do estado do ParanáPsicologiaSaúde mentalParaná, OesteTranstornos MentaisTrabalhadoresAspectos psicológicosParaná, OesteTese (doutorado) - Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Filosofia e Ciências Humanas, Programa de Pós-Graduação em Psicologia, Florianópolis, 2017.O objetivo do presente estudo foi analisar a relação entre prevalência de transtornos mentais e comportamentais (TMC) e os indicadores de fatores psicológicos de agravos à saúde mental em trabalhadores de indústrias de abate de suínos, aves e outros pequenos animais, afastados das atividades laborais por apresentar doença ocupacional.Trata-se de uma pesquisa de caráter quantitativo, de cunho exploratório e descritivo. Foram realizados dois estudos: um epidemiológico e outro psicométrico. No primeiro, foram utilizados dados secundários: da RAIS e do INSS, considerou-se os benefícios referentes ao auxilio doença previdenciário (B31) e o auxílio doença por acidente de trabalho (B91), no período entre 2008 e 2014. No Brasil, a prevalência de benefícios concedidos para trabalhadores afastados do trabalho, foi de 5,33% e, destes, apenas 0,45% referem-se a transtornos mentais e comportamentais. Os transtornos depressivos apresentaram prevalência de 39,38%. Do total de benefícios concedidos, apenas 0,03% referem-se ao B91. O Sul do país (0,66%) exibiu a maior prevalência de benefícios concedidos para os TMC, em detrimento do Sudeste (0,63%) e do Centro Oeste (0,28%). O Paraná é o estado que mais contratou trabalhadores para as indústrias de abate, porém em relação ao benefício B91 ficou abaixo (0,03%) do Rio Grande do Sul (0,18%) e Santa Catariana (0,07%). No segundo estudo foram realizadas analises das propriedades psicométricas do Inventário de Fatores Psicológicos para Doenças Relacionadas ao Trabalho (IP-T), e buscou-se evidências de correlação entre ansiedade e depressão (HADS), transtornos leves (SQR-20) e fatores psicológicos relacionados ao trabalho (IP-T). Além destes, foi utilizado o protocolo de anamnese ocupacional. Participaram 358 trabalhadores da região oeste do Paraná. Sobre o IP-T, todas as subescalas se mostraram preditoras positivas da condição de afastamento por doença ocupacional. A curva ROC ficou entre 0,64 e 0,84, o que indica que todas as subescalas do IP-T se mostraram preditores positivas da condição de afastamento por doença ocupacional. A matriz de correlação entre as escalas utilizadas na pesquisa é bastante uniforme, com coeficientes entre 0,80 e 0,91, sugerindo convergência entre as subescalas do IP-T e outras escalas, mas mostrou também um fraco poder discriminativo. Os índices de fidedignidade variaram de moderado a forte. O maior índice, para o IP-T Ansiedade, é de 0,94 (0,95); o menor índice é da subescala de Habilidades Sociais: 0,74 (0,78). Os escores das escalas de ansiedade, transtornos somatoformes e depressão são tão confiáveis quanto às escalas utilizadas para comparação. Nos dois estudos, houve prevalência de transtorno depressivo. Porém, os trabalhadores afastados por TMC são mais jovens, são mulheres e permanecem menos tempo incapacitados, dos que apresentam outras doenças ocupacionais, somada ao sofrimento mental, estes estão com idade superior a 40 anos e ficam mais tempo em tratamento. Os sintomas álgicos foram considerados como uma evidencia de que as atividades realizadas nas indústrias de abate podem gerar doenças ocupacionais. Como apenas a intensidade dos sintomas álgicos foi diferente, maior para os afastados, sinaliza que embora os trabalhadores não afastados ainda não fossem considerados doentes, os sintomas estão presentes, o que indica que a linha que separa um trabalhador saudável de um considerado doente é muito tênue. O aumento de casos de transtorno depressivo, somado a redução dos benefícios B91 concedidos e a diferença regional para a concessão de benefícios, sinaliza que não diminuíram as ocorrências dos transtornos mentais, mas que no Brasil, ainda existem dificuldades para estabelecer o nexo entre transtornos mental e trabalho. Dificuldades estas, que podem sofrer não somente influências técnicas, mas também culturais e sociais.Abstract : The objective of the present study was to analyze the relationship between mental and behavioral disorders (TMC) and the indicators of psychological factors of mental health injuries in workers of slaughtering industries of swine, poultry and other small animals, absent from work due to occupational disease. Two studies were carried out: one was epidemiologic and the other was psychometric in nature. The first study, which used secondary data ?from RAIS and INSS ? considered benefits falling under social security sick pay (B31) and sick pay for accident at work (B91) for the period between 2008 and 2014. In Brazil, the prevalence of benefits awarded to employees on sick leave was 5.33% and, of those, only 0.45% were related to mental and behavioral disorders. Of these, depressive disorders showed a prevalence of 39.38%. Of the total of awarded benefits, only 0.03% were of type B91. The South region of the country showed the highest prevalence of benefits awarded to employees: 0.66%, while the Southeast region showed a prevalence of 0.63% and the Mid-West region 0.28%. Paraná is the state which has the highest rate of contracted meatpacking industry workers; nevertheless, the awarded B91 benefits there remained at 0.03%, below those of Rio Grande do Sul (0.18%) and Santa Catarina (0.07%). The second study analyzed psychometric properties from the Inventory of Psychological Factors in Work-Related Illnesses (IP-T) and looked for evidence of correlation between anxiety and depression (HADS), light disorders (SQR-20) and psychological factors related to work (IP-T). Apart from these the protocol for occupational anamnesis was used. The participants were 358 meatpacking workers from the West of Paraná. All the sub-scales of the IP-T proved positive predictors for absence from work due to occupational illness. The ROC curve remained between 0.64 and 0.84,this indicates that all IP-T subscales were positive predictors of occupational disease leave. The correlation matrix between the scales used in the research is very uniform, with coefficients between 0.8 and 0.91, which suggests convergence between the sub-scales of the IP-T and other scales; but it also showed a weak discriminative power. The reliability indices are ranged from moderate to severe. The highest index, for the IP-T anxiety, is 0.94 (0.95) and the lowest index, for the sub-scale of Social Abilities, is 0.74 (0.78). The scores of the scales for anxiety, somatic symptom disorders and depression are as reliable as the scales used for comparison. Both studies showed a prevalence of depressive disorder. Although employees on sick leave due to mental and behavioral disorders are generally younger women, who remain unfit for work for shorter periods, those who present other occupational illnesses on top of mental suffering, are generally older than 40 and receive treatment for longer periods. Pain symptoms were considered evidence that the activities carried out in the meatpacking industry can cause occupational illnesses. The fact that at least the intensity of the pain symptoms was different ? greater for those on sick leave ? indicates that, although the employees not on sick leave were still not considered sick, they present similar symptoms, which in turn indicates that the line that separates a healthy employee form a sick one is very thin. The increase in cases of depressive disorder, added to the decrease of awarded B91 benefits, with a regional difference in the granting of benefits, does not indicate that the occurrence of mental disorders is decreasing, but that, in Brazil, there still exist difficulties to establish the connection between mental disorders and work. These difficulties cannot solely be ascribed to technical influences; cultural and social influences must also be taken into account.Cruz, Roberto MoraesUniversidade Federal de Santa CatarinaGuilland, Romilda2018-01-16T03:17:14Z2018-01-16T03:17:14Z2017info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesis200 p.| il., gráfs., tabs.application/pdf349121https://repositorio.ufsc.br/xmlui/handle/123456789/182700porreponame:Repositório Institucional da UFSCinstname:Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC)instacron:UFSCinfo:eu-repo/semantics/openAccess2018-01-16T03:17:14Zoai:repositorio.ufsc.br:123456789/182700Repositório InstitucionalPUBhttp://150.162.242.35/oai/requestopendoar:23732018-01-16T03:17:14Repositório Institucional da UFSC - Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC)false
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