Barebacking sex: discursividades na mídia impressa brasileira e na internet
Autor(a) principal: | |
---|---|
Data de Publicação: | 2012 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional da UFSC |
Texto Completo: | http://repositorio.ufsc.br/xmlui/handle/123456789/92662 |
Resumo: | Barebacking é um termo de origem Inglesa, que denomina um estilo de montar um cavalo sem o uso da sela e tem sido usado para descrever o envolvimento intencional, deliberado e consciente, em relações sexuais sem uso do preservativo, com risco de contrair HIV. Este estudo teve como objetivo analisar os discursos sobre a prática do bareback na mídia brasileira e da Internet. Ressalto que o objeto desta pesquisa não são necessariamente os Barebackers, mas o discurso sobre bareback no Brasil, ou seja, como têm se constituído as discursividades sobre esta prática no contexto social Brasileiro. O corpus da pesquisa é formado por artigos de pesquisas acadêmicas, artigos de revistas de grande circulação nacional (Veja, Época, Isto É) e outros documentos capturados na Internet, como os jornais, sites e blogs, todos publicados entre o período de 2001 a 2009 e tendo como tema principal o barebacking. Por tratar-se de um tema interdisciplinar e relativamente novo, acredito que os textos e conceitos de Michel Foucault foram fundamentais neste trabalho, especialmente os escritos sobre biopolítica, que direta e indiretamente, abrange todos os conceitos discutidos ao longo do trabalho como dispositivo de sexualidade, anormalidade, vigilância, disciplina, parrhesia. Com base nos documentos analisados, é possível afimar que nas discursidades produzidas sobre a prática do barebacking no contexto brasileiro, predominam os discursos bio- médicos prevencionistas, em que os meios de comunicação, de modos muitas vezes sensacionalistas, cumprem o papel de trazer o tema ao grande público. Entretanto, quando o assunto é o sujeito que pratica bareback, existe uma prevalência em caracterizá-lo via discursos patologizantes, como alguém anormal, portador de distúrbios neuro/psicológico/psiquiátricos; ou criminalizadores, que acabam contribuindo para a manutenção de estigmas que há séculos acompanham os indivíduos homossexuais, com críticas moralizantes, patologizadoras. Nestas discursividades, o homossexual adepto de barebacking é considerado um pré-doente, já que nesta prática, considerada de alto risco, a possibilidade de infecção pelo HIV é tida como certa, transformando seus praticantes em pessoas irresponsáveis e ou criminosas, passíveis de diagnósticos, qualificações e intervenções advindas dos discursos da verdade. |
id |
UFSC_70dbe996b7b4a4c23e4a82481e1a0c55 |
---|---|
oai_identifier_str |
oai:repositorio.ufsc.br:123456789/92662 |
network_acronym_str |
UFSC |
network_name_str |
Repositório Institucional da UFSC |
repository_id_str |
2373 |
spelling |
Universidade Federal de Santa CatarinaPaula, Paulo Sergio Rodrigues deLago, Maria Coelho de Souza2012-10-24T10:56:20Z2012-10-24T10:56:20Z2012-10-24T10:56:20Z277100http://repositorio.ufsc.br/xmlui/handle/123456789/92662Barebacking é um termo de origem Inglesa, que denomina um estilo de montar um cavalo sem o uso da sela e tem sido usado para descrever o envolvimento intencional, deliberado e consciente, em relações sexuais sem uso do preservativo, com risco de contrair HIV. Este estudo teve como objetivo analisar os discursos sobre a prática do bareback na mídia brasileira e da Internet. Ressalto que o objeto desta pesquisa não são necessariamente os Barebackers, mas o discurso sobre bareback no Brasil, ou seja, como têm se constituído as discursividades sobre esta prática no contexto social Brasileiro. O corpus da pesquisa é formado por artigos de pesquisas acadêmicas, artigos de revistas de grande circulação nacional (Veja, Época, Isto É) e outros documentos capturados na Internet, como os jornais, sites e blogs, todos publicados entre o período de 2001 a 2009 e tendo como tema principal o barebacking. Por tratar-se de um tema interdisciplinar e relativamente novo, acredito que os textos e conceitos de Michel Foucault foram fundamentais neste trabalho, especialmente os escritos sobre biopolítica, que direta e indiretamente, abrange todos os conceitos discutidos ao longo do trabalho como dispositivo de sexualidade, anormalidade, vigilância, disciplina, parrhesia. Com base nos documentos analisados, é possível afimar que nas discursidades produzidas sobre a prática do barebacking no contexto brasileiro, predominam os discursos bio- médicos prevencionistas, em que os meios de comunicação, de modos muitas vezes sensacionalistas, cumprem o papel de trazer o tema ao grande público. Entretanto, quando o assunto é o sujeito que pratica bareback, existe uma prevalência em caracterizá-lo via discursos patologizantes, como alguém anormal, portador de distúrbios neuro/psicológico/psiquiátricos; ou criminalizadores, que acabam contribuindo para a manutenção de estigmas que há séculos acompanham os indivíduos homossexuais, com críticas moralizantes, patologizadoras. Nestas discursividades, o homossexual adepto de barebacking é considerado um pré-doente, já que nesta prática, considerada de alto risco, a possibilidade de infecção pelo HIV é tida como certa, transformando seus praticantes em pessoas irresponsáveis e ou criminosas, passíveis de diagnósticos, qualificações e intervenções advindas dos discursos da verdade.211 p.| il.porPsicologiaBiopoliticaInternetMidia (Publicidade)Barebacking sex: discursividades na mídia impressa brasileira e na internetinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisreponame:Repositório Institucional da UFSCinstname:Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC)instacron:UFSCinfo:eu-repo/semantics/openAccessORIGINAL277100.pdfapplication/pdf1432910https://repositorio.ufsc.br/bitstream/123456789/92662/1/277100.pdf8ee05bd0555df90d989459f8e7aca3b0MD51TEXT277100.pdf.txt277100.pdf.txtExtracted Texttext/plain424529https://repositorio.ufsc.br/bitstream/123456789/92662/2/277100.pdf.txt34b86e773118ec046761337128884778MD52THUMBNAIL277100.pdf.jpg277100.pdf.jpgGenerated Thumbnailimage/jpeg747https://repositorio.ufsc.br/bitstream/123456789/92662/3/277100.pdf.jpge295a7949119df61af73a5f137aa878eMD53123456789/926622013-05-04 10:01:23.446oai:repositorio.ufsc.br:123456789/92662Repositório de PublicaçõesPUBhttp://150.162.242.35/oai/requestopendoar:23732013-05-04T13:01:23Repositório Institucional da UFSC - Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC)false |
dc.title.pt_BR.fl_str_mv |
Barebacking sex: discursividades na mídia impressa brasileira e na internet |
title |
Barebacking sex: discursividades na mídia impressa brasileira e na internet |
spellingShingle |
Barebacking sex: discursividades na mídia impressa brasileira e na internet Paula, Paulo Sergio Rodrigues de Psicologia Biopolitica Internet Midia (Publicidade) |
title_short |
Barebacking sex: discursividades na mídia impressa brasileira e na internet |
title_full |
Barebacking sex: discursividades na mídia impressa brasileira e na internet |
title_fullStr |
Barebacking sex: discursividades na mídia impressa brasileira e na internet |
title_full_unstemmed |
Barebacking sex: discursividades na mídia impressa brasileira e na internet |
title_sort |
Barebacking sex: discursividades na mídia impressa brasileira e na internet |
author |
Paula, Paulo Sergio Rodrigues de |
author_facet |
Paula, Paulo Sergio Rodrigues de |
author_role |
author |
dc.contributor.pt_BR.fl_str_mv |
Universidade Federal de Santa Catarina |
dc.contributor.author.fl_str_mv |
Paula, Paulo Sergio Rodrigues de |
dc.contributor.advisor1.fl_str_mv |
Lago, Maria Coelho de Souza |
contributor_str_mv |
Lago, Maria Coelho de Souza |
dc.subject.classification.pt_BR.fl_str_mv |
Psicologia Biopolitica Internet Midia (Publicidade) |
topic |
Psicologia Biopolitica Internet Midia (Publicidade) |
description |
Barebacking é um termo de origem Inglesa, que denomina um estilo de montar um cavalo sem o uso da sela e tem sido usado para descrever o envolvimento intencional, deliberado e consciente, em relações sexuais sem uso do preservativo, com risco de contrair HIV. Este estudo teve como objetivo analisar os discursos sobre a prática do bareback na mídia brasileira e da Internet. Ressalto que o objeto desta pesquisa não são necessariamente os Barebackers, mas o discurso sobre bareback no Brasil, ou seja, como têm se constituído as discursividades sobre esta prática no contexto social Brasileiro. O corpus da pesquisa é formado por artigos de pesquisas acadêmicas, artigos de revistas de grande circulação nacional (Veja, Época, Isto É) e outros documentos capturados na Internet, como os jornais, sites e blogs, todos publicados entre o período de 2001 a 2009 e tendo como tema principal o barebacking. Por tratar-se de um tema interdisciplinar e relativamente novo, acredito que os textos e conceitos de Michel Foucault foram fundamentais neste trabalho, especialmente os escritos sobre biopolítica, que direta e indiretamente, abrange todos os conceitos discutidos ao longo do trabalho como dispositivo de sexualidade, anormalidade, vigilância, disciplina, parrhesia. Com base nos documentos analisados, é possível afimar que nas discursidades produzidas sobre a prática do barebacking no contexto brasileiro, predominam os discursos bio- médicos prevencionistas, em que os meios de comunicação, de modos muitas vezes sensacionalistas, cumprem o papel de trazer o tema ao grande público. Entretanto, quando o assunto é o sujeito que pratica bareback, existe uma prevalência em caracterizá-lo via discursos patologizantes, como alguém anormal, portador de distúrbios neuro/psicológico/psiquiátricos; ou criminalizadores, que acabam contribuindo para a manutenção de estigmas que há séculos acompanham os indivíduos homossexuais, com críticas moralizantes, patologizadoras. Nestas discursividades, o homossexual adepto de barebacking é considerado um pré-doente, já que nesta prática, considerada de alto risco, a possibilidade de infecção pelo HIV é tida como certa, transformando seus praticantes em pessoas irresponsáveis e ou criminosas, passíveis de diagnósticos, qualificações e intervenções advindas dos discursos da verdade. |
publishDate |
2012 |
dc.date.accessioned.fl_str_mv |
2012-10-24T10:56:20Z |
dc.date.available.fl_str_mv |
2012-10-24T10:56:20Z |
dc.date.issued.fl_str_mv |
2012-10-24T10:56:20Z |
dc.type.status.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/publishedVersion |
dc.type.driver.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/masterThesis |
format |
masterThesis |
status_str |
publishedVersion |
dc.identifier.uri.fl_str_mv |
http://repositorio.ufsc.br/xmlui/handle/123456789/92662 |
dc.identifier.other.pt_BR.fl_str_mv |
277100 |
identifier_str_mv |
277100 |
url |
http://repositorio.ufsc.br/xmlui/handle/123456789/92662 |
dc.language.iso.fl_str_mv |
por |
language |
por |
dc.rights.driver.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/openAccess |
eu_rights_str_mv |
openAccess |
dc.format.none.fl_str_mv |
211 p.| il. |
dc.source.none.fl_str_mv |
reponame:Repositório Institucional da UFSC instname:Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) instacron:UFSC |
instname_str |
Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) |
instacron_str |
UFSC |
institution |
UFSC |
reponame_str |
Repositório Institucional da UFSC |
collection |
Repositório Institucional da UFSC |
bitstream.url.fl_str_mv |
https://repositorio.ufsc.br/bitstream/123456789/92662/1/277100.pdf https://repositorio.ufsc.br/bitstream/123456789/92662/2/277100.pdf.txt https://repositorio.ufsc.br/bitstream/123456789/92662/3/277100.pdf.jpg |
bitstream.checksum.fl_str_mv |
8ee05bd0555df90d989459f8e7aca3b0 34b86e773118ec046761337128884778 e295a7949119df61af73a5f137aa878e |
bitstream.checksumAlgorithm.fl_str_mv |
MD5 MD5 MD5 |
repository.name.fl_str_mv |
Repositório Institucional da UFSC - Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) |
repository.mail.fl_str_mv |
|
_version_ |
1766805041265508352 |