Barebacking sex: discursividades na mídia impressa brasileira e na internet

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Paula, Paulo Sergio Rodrigues de
Data de Publicação: 2012
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFSC
Texto Completo: http://repositorio.ufsc.br/xmlui/handle/123456789/92662
Resumo: Barebacking é um termo de origem Inglesa, que denomina um estilo de montar um cavalo sem o uso da sela e tem sido usado para descrever o envolvimento intencional, deliberado e consciente, em relações sexuais sem uso do preservativo, com risco de contrair HIV. Este estudo teve como objetivo analisar os discursos sobre a prática do bareback na mídia brasileira e da Internet. Ressalto que o objeto desta pesquisa não são necessariamente os Barebackers, mas o discurso sobre bareback no Brasil, ou seja, como têm se constituído as discursividades sobre esta prática no contexto social Brasileiro. O corpus da pesquisa é formado por artigos de pesquisas acadêmicas, artigos de revistas de grande circulação nacional (Veja, Época, Isto É) e outros documentos capturados na Internet, como os jornais, sites e blogs, todos publicados entre o período de 2001 a 2009 e tendo como tema principal o barebacking. Por tratar-se de um tema interdisciplinar e relativamente novo, acredito que os textos e conceitos de Michel Foucault foram fundamentais neste trabalho, especialmente os escritos sobre biopolítica, que direta e indiretamente, abrange todos os conceitos discutidos ao longo do trabalho como dispositivo de sexualidade, anormalidade, vigilância, disciplina, parrhesia. Com base nos documentos analisados, é possível afimar que nas discursidades produzidas sobre a prática do barebacking no contexto brasileiro, predominam os discursos bio- médicos prevencionistas, em que os meios de comunicação, de modos muitas vezes sensacionalistas, cumprem o papel de trazer o tema ao grande público. Entretanto, quando o assunto é o sujeito que pratica bareback, existe uma prevalência em caracterizá-lo via discursos patologizantes, como alguém anormal, portador de distúrbios neuro/psicológico/psiquiátricos; ou criminalizadores, que acabam contribuindo para a manutenção de estigmas que há séculos acompanham os indivíduos homossexuais, com críticas moralizantes, patologizadoras. Nestas discursividades, o homossexual adepto de barebacking é considerado um pré-doente, já que nesta prática, considerada de alto risco, a possibilidade de infecção pelo HIV é tida como certa, transformando seus praticantes em pessoas irresponsáveis e ou criminosas, passíveis de diagnósticos, qualificações e intervenções advindas dos discursos da verdade.
id UFSC_70dbe996b7b4a4c23e4a82481e1a0c55
oai_identifier_str oai:repositorio.ufsc.br:123456789/92662
network_acronym_str UFSC
network_name_str Repositório Institucional da UFSC
repository_id_str 2373
spelling Universidade Federal de Santa CatarinaPaula, Paulo Sergio Rodrigues deLago, Maria Coelho de Souza2012-10-24T10:56:20Z2012-10-24T10:56:20Z2012-10-24T10:56:20Z277100http://repositorio.ufsc.br/xmlui/handle/123456789/92662Barebacking é um termo de origem Inglesa, que denomina um estilo de montar um cavalo sem o uso da sela e tem sido usado para descrever o envolvimento intencional, deliberado e consciente, em relações sexuais sem uso do preservativo, com risco de contrair HIV. Este estudo teve como objetivo analisar os discursos sobre a prática do bareback na mídia brasileira e da Internet. Ressalto que o objeto desta pesquisa não são necessariamente os Barebackers, mas o discurso sobre bareback no Brasil, ou seja, como têm se constituído as discursividades sobre esta prática no contexto social Brasileiro. O corpus da pesquisa é formado por artigos de pesquisas acadêmicas, artigos de revistas de grande circulação nacional (Veja, Época, Isto É) e outros documentos capturados na Internet, como os jornais, sites e blogs, todos publicados entre o período de 2001 a 2009 e tendo como tema principal o barebacking. Por tratar-se de um tema interdisciplinar e relativamente novo, acredito que os textos e conceitos de Michel Foucault foram fundamentais neste trabalho, especialmente os escritos sobre biopolítica, que direta e indiretamente, abrange todos os conceitos discutidos ao longo do trabalho como dispositivo de sexualidade, anormalidade, vigilância, disciplina, parrhesia. Com base nos documentos analisados, é possível afimar que nas discursidades produzidas sobre a prática do barebacking no contexto brasileiro, predominam os discursos bio- médicos prevencionistas, em que os meios de comunicação, de modos muitas vezes sensacionalistas, cumprem o papel de trazer o tema ao grande público. Entretanto, quando o assunto é o sujeito que pratica bareback, existe uma prevalência em caracterizá-lo via discursos patologizantes, como alguém anormal, portador de distúrbios neuro/psicológico/psiquiátricos; ou criminalizadores, que acabam contribuindo para a manutenção de estigmas que há séculos acompanham os indivíduos homossexuais, com críticas moralizantes, patologizadoras. Nestas discursividades, o homossexual adepto de barebacking é considerado um pré-doente, já que nesta prática, considerada de alto risco, a possibilidade de infecção pelo HIV é tida como certa, transformando seus praticantes em pessoas irresponsáveis e ou criminosas, passíveis de diagnósticos, qualificações e intervenções advindas dos discursos da verdade.211 p.| il.porPsicologiaBiopoliticaInternetMidia (Publicidade)Barebacking sex: discursividades na mídia impressa brasileira e na internetinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisreponame:Repositório Institucional da UFSCinstname:Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC)instacron:UFSCinfo:eu-repo/semantics/openAccessORIGINAL277100.pdfapplication/pdf1432910https://repositorio.ufsc.br/bitstream/123456789/92662/1/277100.pdf8ee05bd0555df90d989459f8e7aca3b0MD51TEXT277100.pdf.txt277100.pdf.txtExtracted Texttext/plain424529https://repositorio.ufsc.br/bitstream/123456789/92662/2/277100.pdf.txt34b86e773118ec046761337128884778MD52THUMBNAIL277100.pdf.jpg277100.pdf.jpgGenerated Thumbnailimage/jpeg747https://repositorio.ufsc.br/bitstream/123456789/92662/3/277100.pdf.jpge295a7949119df61af73a5f137aa878eMD53123456789/926622013-05-04 10:01:23.446oai:repositorio.ufsc.br:123456789/92662Repositório de PublicaçõesPUBhttp://150.162.242.35/oai/requestopendoar:23732013-05-04T13:01:23Repositório Institucional da UFSC - Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC)false
dc.title.pt_BR.fl_str_mv Barebacking sex: discursividades na mídia impressa brasileira e na internet
title Barebacking sex: discursividades na mídia impressa brasileira e na internet
spellingShingle Barebacking sex: discursividades na mídia impressa brasileira e na internet
Paula, Paulo Sergio Rodrigues de
Psicologia
Biopolitica
Internet
Midia (Publicidade)
title_short Barebacking sex: discursividades na mídia impressa brasileira e na internet
title_full Barebacking sex: discursividades na mídia impressa brasileira e na internet
title_fullStr Barebacking sex: discursividades na mídia impressa brasileira e na internet
title_full_unstemmed Barebacking sex: discursividades na mídia impressa brasileira e na internet
title_sort Barebacking sex: discursividades na mídia impressa brasileira e na internet
author Paula, Paulo Sergio Rodrigues de
author_facet Paula, Paulo Sergio Rodrigues de
author_role author
dc.contributor.pt_BR.fl_str_mv Universidade Federal de Santa Catarina
dc.contributor.author.fl_str_mv Paula, Paulo Sergio Rodrigues de
dc.contributor.advisor1.fl_str_mv Lago, Maria Coelho de Souza
contributor_str_mv Lago, Maria Coelho de Souza
dc.subject.classification.pt_BR.fl_str_mv Psicologia
Biopolitica
Internet
Midia (Publicidade)
topic Psicologia
Biopolitica
Internet
Midia (Publicidade)
description Barebacking é um termo de origem Inglesa, que denomina um estilo de montar um cavalo sem o uso da sela e tem sido usado para descrever o envolvimento intencional, deliberado e consciente, em relações sexuais sem uso do preservativo, com risco de contrair HIV. Este estudo teve como objetivo analisar os discursos sobre a prática do bareback na mídia brasileira e da Internet. Ressalto que o objeto desta pesquisa não são necessariamente os Barebackers, mas o discurso sobre bareback no Brasil, ou seja, como têm se constituído as discursividades sobre esta prática no contexto social Brasileiro. O corpus da pesquisa é formado por artigos de pesquisas acadêmicas, artigos de revistas de grande circulação nacional (Veja, Época, Isto É) e outros documentos capturados na Internet, como os jornais, sites e blogs, todos publicados entre o período de 2001 a 2009 e tendo como tema principal o barebacking. Por tratar-se de um tema interdisciplinar e relativamente novo, acredito que os textos e conceitos de Michel Foucault foram fundamentais neste trabalho, especialmente os escritos sobre biopolítica, que direta e indiretamente, abrange todos os conceitos discutidos ao longo do trabalho como dispositivo de sexualidade, anormalidade, vigilância, disciplina, parrhesia. Com base nos documentos analisados, é possível afimar que nas discursidades produzidas sobre a prática do barebacking no contexto brasileiro, predominam os discursos bio- médicos prevencionistas, em que os meios de comunicação, de modos muitas vezes sensacionalistas, cumprem o papel de trazer o tema ao grande público. Entretanto, quando o assunto é o sujeito que pratica bareback, existe uma prevalência em caracterizá-lo via discursos patologizantes, como alguém anormal, portador de distúrbios neuro/psicológico/psiquiátricos; ou criminalizadores, que acabam contribuindo para a manutenção de estigmas que há séculos acompanham os indivíduos homossexuais, com críticas moralizantes, patologizadoras. Nestas discursividades, o homossexual adepto de barebacking é considerado um pré-doente, já que nesta prática, considerada de alto risco, a possibilidade de infecção pelo HIV é tida como certa, transformando seus praticantes em pessoas irresponsáveis e ou criminosas, passíveis de diagnósticos, qualificações e intervenções advindas dos discursos da verdade.
publishDate 2012
dc.date.accessioned.fl_str_mv 2012-10-24T10:56:20Z
dc.date.available.fl_str_mv 2012-10-24T10:56:20Z
dc.date.issued.fl_str_mv 2012-10-24T10:56:20Z
dc.type.status.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/publishedVersion
dc.type.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/masterThesis
format masterThesis
status_str publishedVersion
dc.identifier.uri.fl_str_mv http://repositorio.ufsc.br/xmlui/handle/123456789/92662
dc.identifier.other.pt_BR.fl_str_mv 277100
identifier_str_mv 277100
url http://repositorio.ufsc.br/xmlui/handle/123456789/92662
dc.language.iso.fl_str_mv por
language por
dc.rights.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/openAccess
eu_rights_str_mv openAccess
dc.format.none.fl_str_mv 211 p.| il.
dc.source.none.fl_str_mv reponame:Repositório Institucional da UFSC
instname:Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC)
instacron:UFSC
instname_str Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC)
instacron_str UFSC
institution UFSC
reponame_str Repositório Institucional da UFSC
collection Repositório Institucional da UFSC
bitstream.url.fl_str_mv https://repositorio.ufsc.br/bitstream/123456789/92662/1/277100.pdf
https://repositorio.ufsc.br/bitstream/123456789/92662/2/277100.pdf.txt
https://repositorio.ufsc.br/bitstream/123456789/92662/3/277100.pdf.jpg
bitstream.checksum.fl_str_mv 8ee05bd0555df90d989459f8e7aca3b0
34b86e773118ec046761337128884778
e295a7949119df61af73a5f137aa878e
bitstream.checksumAlgorithm.fl_str_mv MD5
MD5
MD5
repository.name.fl_str_mv Repositório Institucional da UFSC - Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC)
repository.mail.fl_str_mv
_version_ 1766805041265508352