Estresse e restauração hospitalar: preditores ambientais na perspectiva de acompanhantes

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Hodecker, Maísa
Data de Publicação: 2020
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFSC
Texto Completo: https://repositorio.ufsc.br/handle/123456789/215930
Resumo: Dissertação (mestrado) - Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Filosofia e Ciências Humanas, Programa de Pós-Graduação em Psicologia, Florianópolis, 2020.
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spelling Estresse e restauração hospitalar: preditores ambientais na perspectiva de acompanhantesPsicologiaEstresse psicológicoAcompanhantes Formais em Exames FísicosPsicologia ambientalHospitais infantisDissertação (mestrado) - Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Filosofia e Ciências Humanas, Programa de Pós-Graduação em Psicologia, Florianópolis, 2020.Espera-se que instituições de saúde promovam a recuperação da saúde e bem-estar a seus pacientes. Essas instituições recebem e acomodam indivíduos com enfermidades, sofrimentos, limitações e dores. O ambiente hospitalar, visto sob essa perspectiva, acomoda a dualidade saúde-doença. Objetivou-se identificar características ambientais de um hospital infantil que favorecem sensações psicológicas de restauração do estresse aos acompanhantes. O estudo adota um delineamento qualitativo, do tipo exploratório-descritivo, partindo de um corte transversal. Para a coleta de dados, foi utilizada a abordagem multimétodos. Foi realizada a aplicação de vários métodos para estudar a relação pessoa-ambiente, tais quais: 1) questionário sociodemográfico para levantar dados de cada acompanhante; 2) técnica do Wish Poem para identificar expectativas de acompanhantes sobre como o hospital deveria ser ou o que deveria ter; 3) entrevista semiestruturada sobre preditores de restauração psicológica do estresse; 4) técnica Walk-around-the-block,; e 5) registro fotográfico com o uso das técnicas Fotografando ambientes e Ambiente fotografado. A estratégia de saturação de dados foi empregada para delimitar o número de participantes da pesquisa. Para a análise dos dados, utilizou-se a Análise de Conteúdo Temático-Categorial, de Bardin, com o auxílio do software Atlas.ti, versão 8.0. Para sustentar teoricamente os resultados advindos da pesquisa, foram consultadas as teorias de restauração de Ulrich e Kaplan e Kaplan, respectivamente a Teoria da Restauração Psicofisiológica do Estresse e a Teoria da Restauração da Atenção, assim como se enfatizou as teorias de Ambientes Restauradores e Evidence-Based Design. Ao total foram contemplados nessa pesquisa 30 participantes. Desses, 27 participantes se auto definem como do gênero feminino, enquanto apenas três do gênero masculino. Dessas 27 mulheres, 25 eram mães e duas eram as avós dos pacientes. Os três participantes do sexo masculino exerciam a função paterna. Todos os participantes residiam em cidades pertencentes ao estado de Santa Catarina. Desses, 20 acompanhantes estavam instalados na Unidade B e 10 na Unidade D, ambas são unidades de pediatria que atendem, principalmente, casos clínicos pré e pós-cirúrgicos. A maioria dos participantes (21) possuía idade igual ou superior a 31 anos. Sobre a quantidade de filhos por acompanhantes, oito possuíam apenas um filho (o paciente); nove possuíam dois filhos; sete possuíam três filhos; e seis possuíam mais de três filhos. O tempo de internação foi uma variável importante para a pesquisa, pois indicou que quanto mais tempo na condição de acompanhante, maiores são as sensações de desconforto, estresse e julgamentos de valência negativa sobre o ambiente hospitalar. Nesse sentido, 20 acompanhantes estavam há menos de uma semana instalados no hospital, nove estavam entre duas semanas a um mês e apenas um acompanhante estava entre dois a cinco meses no hospital de modo ininterrupto. Outro fenômeno observado indica que quanto maior o tempo de internação, maior o conhecimento do acompanhante sobre o hospital e sobre os ambientes disponíveis para sua utilização. Assim, apesar de aumentar significativamente o estresse, a durabilidade da internação permite um aprofundamento maior do acompanhante acerca do hospital. Nessa direção, os lugares favoritos classificados pelos acompanhantes foram: área de sol, capela, área externa do hospital, corredores e rampas situados entre as unidades, sala de espera da UTI e sala da psicóloga. Foram levantadas as características ambientais dos ambientes supracitados que os tornam ambientes restauradores do estresse, tais quais: abertura, organização, decoração, amplitude, iluminação e ventilação naturais e escassez de ruídos. Foi possível identificar que os ambientes favoritos dos acompanhantes são aqueles responsáveis por diminuir significativamente os sintomas psicológicos, físicos e fisiológicos decorrentes do estresse. A área de sol e a capela foram os ambientes mais destacados como favorecedores da restauração do estresse. Além disso, ambientes limpos e higienizados foram ressaltados por tranquilizar os acompanhantes no que remete à prevenção de contaminações e bactérias. Observou-se que ambientes complexos que despertam a atenção dos usuários são favoráveis ao bem-estar e à restauração do estresse. Foram ressaltados ambientes que favorecem a troca de experiências, suporte social e interações sociais. Observou-se que os lugares favoritos escolhidos pelos acompanhantes eram aqueles capazes de distrai-los da condição atual de permanecer em um hospital. Pode-se constatar que o ambiente não é o único que influi sobre o estresse dos acompanhantes, isto é, os sintomas provêm de um conjunto de variáveis situacionais, familiares, sociais e ambientais. Como indicações a novas pesquisas, sugerem-se estudos que investiguem a apropriação de lugar e as emoções de crianças em quartos de internação pediátricos, assim como pesquisas que investiguem como o ambiente laboral influi sobre o engajamento da equipe e o atendimento multiprofissional na área da saúde.<br>Abstract: Health institutions are expected to promote the recovery of health and well-being for their patients. These institutions receive and accommodate individuals with illness, suffering, limitations and pain. The hospital environment, seen from this perspective, accommodates the health-disease duality. The objective was to identify environmental characteristics of a children's hospital that favor psychological sensations for restoring stress to companions. The study adopts a qualitative, exploratory-descriptive design, starting from a cross-section. For data collection, the multi-method approach was used. Various methods were applied to study the person-environment relationship, such as: 1) sociodemographic questionnaire to collect data on each companion; 2) Wish Poem technique to identify companions' expectations about how the hospital should be or what it should be; 3) semi-structured interview about predictors of psychological restoration of stress; 4) Walk-around-the-block technique; and 5) photographic record using the techniques Photographing environments and photographed environment. The data saturation strategy was used to limit the number of research participants. For data analysis, Bardin's Thematic-Categorical Content Analysis was used, with the aid of Atlas.ti software, version 8.0. To theoretically support the results of the research, the theories of restoration by Ulrich and Kaplan and Kaplan were consulted, respectively the Theory of Psychophysiological Restoration of Stress and the Theory of Restoration of Attention, as well as emphasizing the theories of Restorative Environments and Evidence- Based Design. In total, 30 participants were included in this research. Of these, 27 participants define themselves as female, while only three are male. Of these 27 women, 25 were mothers and two were the patients' grandmothers. The three male participants exercised the paternal function. All participants lived in cities belonging to the state of Santa Catarina. Of these, 20 companions were installed in Unit B and 10 in Unit D, both are pediatric units that attend, mainly, pre- and post-surgical clinical cases. Most participants (21) were 31 years old or older. Regarding the number of children per companion, eight had only one child (the patient); nine had two children; seven had three children; and six had more than three children. The length of hospital stay was an important variable for the research, as it indicated that the longer the person accompanying, the greater the feelings of discomfort, stress and negative judgments about the hospital environment. In this sense, 20 companions had been in the hospital for less than a week, nine were between two weeks to a month and only one companion was between two to five months in the hospital uninterrupted. Another phenomenon observed indicates that the longer the hospital stay, the greater the companion's knowledge about the hospital and the environments available for its use. Thus, despite significantly increasing stress, the durability of hospitalization allows the companion to go deeper into the hospital. In this direction, the favorite places classified by the companions were: sun area, chapel, external area of the hospital, corridors and ramps located between the units, ICU waiting room and psychologist's room. The environmental characteristics of the aforementioned environments were raised, which make them environments that restore stress, such as: openness, organization, decoration, amplitude, natural lighting and ventilation and scarcity of noise. It was possible to identify that the companions' favorite environments are those responsible for significantly reducing the psychological, physical and physiological symptoms resulting from stress. The sun area and the chapel were the most prominent environments that favored the restoration of stress. In addition, clean and hygienic environments were highlighted for reassuring the companions regarding the prevention of contamination and bacteria. It was observed that complex environments that attract users' attention are favorable to well-being and restoration of stress. Environments that favor the exchange of experiences, social support and social interactions were highlighted. It was observed that the favorite places chosen by the companions were those capable of distracting them from the current condition of staying in a hospital. It can be seen that the environment is not the only one that influences the stress of the companions, that is, the symptoms come from a set of situational, family, social and environmental variables. As indications for new research, studies that investigate the appropriation of place and emotions of children in pediatric inpatient rooms are suggested, as well as research that investigates how the work environment influences team engagement and multidisciplinary health care.Kuhnen, ArianeUniversidade Federal de Santa CatarinaHodecker, Maísa2020-10-21T21:23:42Z2020-10-21T21:23:42Z2020info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesis155 p.| il., gráfs., tabs.application/pdf368598https://repositorio.ufsc.br/handle/123456789/215930porreponame:Repositório Institucional da UFSCinstname:Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC)instacron:UFSCinfo:eu-repo/semantics/openAccess2020-10-21T21:23:42Zoai:repositorio.ufsc.br:123456789/215930Repositório InstitucionalPUBhttp://150.162.242.35/oai/requestopendoar:23732020-10-21T21:23:42Repositório Institucional da UFSC - Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC)false
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