Dieta e nicho trófico de comunidades pesqueiras da Baía Babitonga (SC)

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Cunha, Suelen Maria Beeck da
Data de Publicação: 2019
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFSC
Texto Completo: https://repositorio.ufsc.br/handle/123456789/214741
Resumo: Dissertação (mestrado) - Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Ciências Biológicas, Programa de Pós-Graduação em Ecologia, Florianópolis, 2019
id UFSC_79ec8dacdca0d395e7b64ff095537b7f
oai_identifier_str oai:repositorio.ufsc.br:123456789/214741
network_acronym_str UFSC
network_name_str Repositório Institucional da UFSC
repository_id_str 2373
spelling Universidade Federal de Santa CatarinaCunha, Suelen Maria Beeck daHanazaki, NatáliaCremer, Marta Jussara2020-10-21T21:09:15Z2020-10-21T21:09:15Z2019363682https://repositorio.ufsc.br/handle/123456789/214741Dissertação (mestrado) - Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Ciências Biológicas, Programa de Pós-Graduação em Ecologia, Florianópolis, 2019Caracterizar e analisar a dieta de populações humanas contribui no entendimento do uso de recursos naturais, podendo auxiliar na gestão dos recursos e com a segurança alimentar e nutricional. O objetivo deste trabalho foi compreender os hábitos alimentares de pescadores artesanais relacionados ao consumo de proteína animal de origem local (recursos pesqueiros), à luz do conceito de nicho ecológico. Diante disso, a partir de amostragens realizadas em comunidades pesqueiras com características socioeconômicas e geográficas variadas em Santa Catarina, buscou-se especificamente: a) caracterizar o consumo de recursos pesqueiros de origem local dos pescadores em duas estações; b) conhecer os recursos mais consumidos pelas comunidades pesqueiras locais; c) analisar se existem variações no consumo de recursos pesqueiros entre duas estações; e d) verificar a amplitude e sobreposição do nicho trófico das comunidades no inverno e no verão. Estas perguntas estão fundamentadas sobre três hipóteses: I) Existe uma diferença no nicho trófico entre verão e inverno; II) que a comunidade que está mais próxima do mar aberto possua uma dimensão alimentar mais ampla em relação às comunidades que estão em uma posição intermediária e interna na baía, na qual a amplitude do nicho será mais estreita; e III) que haja maior sobreposição de nicho trófico entre comunidades mais próximas. Para isso, entrevistamos 39 pescadores de três comunidades (Iperoba, Laranjeira e Ribeira), caracterizamos a sua dieta, elencamos os recursos pesqueiros mais consumidos em cada comunidade, analisamos as variações no consumo do pescado em duas estações (inverno e verão) e verificamos a amplitude e sobreposição de nicho em ambas as estações. Constatamos que: (1) Os peixes predominam na dieta das três comunidades em ambas as estações, mas no inverno tem um maior consumo de moluscos seguido pelos crustáceos. No verão ocorre uma inversão, os crustáceos são mais consumidos que os moluscos; (2) As espécies mais consumidas pela comunidade do Iperoba foram (M. liza, P. orbignyanus, M. furnieri, M. curema, C. parallelus, Ucides cordatus, Mytella falcata, C. rhizophorae e C. brasiliana ), para a Laranjeira se destacaram (M. liza, M. curema, L. schmitti, M. americanos, C. danae, M. furnieri, C. leiarchus, C. rhizophorae e C. brasiliana, Ucides cordatus), e para a Ribeira se destacaram (M. liza, M. curema, M. charruana, C. danae, M. falcata, C. rhizophorae e C. brasiliana e Ucides cordatus); (3) Existe variação no consumo das espécies mais frequentes entre as estações, sendo que no inverno são: (M.liza, M.curema e C. danae), enquanto que no verão são: (M.curema, M. falcata, C. rhizophorae e C. brasiliana e Ucides cordatus); (4) A amplitude de nicho foi maior no verão para as comunidades de Iperoba e Ribeira. Já a comunidade da Laranjeira apresentou maior amplitude no inverno. Todas as comunidades apresentaram um hábito generalista, com exceção da comunidade do Iperoba que no inverno apresentou um hábito alimentar especialista; (5) As comunidades do Iperoba e Laranjeira e Iperoba e Ribeira apresentaram sobreposição de nicho trófico no verão. Estratégias generalistas podem indicar um menor risco a segurança alimentar das comunidades, por consumirem uma amplitude maior de recursos pesqueiros disponíveis. Mas dependendo do grau das alterações ambientais e da perda de área, essas características não garantem segurança alimentar e o manejo dos recursos pesqueiros.Abstract: The study of dietary patterns of human populations contributes to the understanding of how people use natural resources which then can help us improve our decisions regarding resource management and food and nutritional security. In this research we are investigating the eating habits related to the consumption of local animal protein using the concept of ecological niche as our theoretical background. More specifically, we attempt to: a) characterize the fishermen's consumption of local fishery resources in two seasons; b) describe the resources most consumed by local fishing communities; c) describe variations in the consumption of fish resources in two seasons; and d) verify the amplitude and overlap of the trophic niche of the communities in the winter and summer. We hypothesize that: I) there is a difference in the trophic niche between summer and winter; II) the community closest to the open sea has a wider food dimension than the communities located in an intermediate position and inside the bay, for which the niche amplitude will be narrower; and III) there is greater overlap of trophic niche between communities that are closest to each other. We interviewed 39 fishermen from three communities to describe their diet patterns, list the fish resources most consumed in each community, analyze the fish consumption variations in two seasons (winter and summer) and verify the niche amplitude and overlap in both seasons. We found that: (1) Fish is the dominant food in the diet of the fishermen for all three communities in both seasons. (2) There is a higher consumption of mollusks, followed by crustaceans, during the winter, with an inversion of consumption pattern in the summer, when crustaceans are more consumed than mollusks; (2) The species most consumed at the Iperoba community were: M. liza, P. orbignyanus, M. furnieri, M. curema, C. parallelus, Ucides cordatus, Mytella falcata, C. rhizophorae and C. brasiliana), for Laranjeira (M. liza, M. curema, L. schmitti, M. americana, C. danae, M. furnieri, C. leiarchus, C. rhizophorae and C. brasiliana, Ucides cordatus), and Ribeira (M. liza, M. curema, M. charruana, C. danae, M. falcata, C. rhizophorae and C. brasiliana and Ucides cordatus); (3) There is variation in the consumption of the most frequent species among, winter seasons (M.liza, M.curema and C. danae), whereas in summer (M.curema, M. falcata, C. rhizophorae and C. brasiliana and Ucides cordatus); (4) The niche amplitude was higher in the summer for both the communities of Iperoba and Ribeira. The community of Laranjeira presented greater amplitude in the winter. All the communities presented a generalist food consumption habit, except for the community of Iperoba that presented a specialist food consumption habit in the winter; (5) We found an overlap of the trophic niche between the communities of Iperoba and Laranjeira and also between the communities of Iperoba and Ribeira in the summer.95 p.| il., gráfs., tabs.porEcologiaPescadoresSegurança alimentarRecursos pesqueirosDieta e nicho trófico de comunidades pesqueiras da Baía Babitonga (SC)info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisreponame:Repositório Institucional da UFSCinstname:Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC)instacron:UFSCinfo:eu-repo/semantics/openAccessORIGINALPECO0145-D.pdfPECO0145-D.pdfapplication/pdf2412166https://repositorio.ufsc.br/bitstream/123456789/214741/-1/PECO0145-D.pdf762efcb9aab8e7c4dcea8fdee94458cfMD5-1123456789/2147412020-10-21 18:09:15.314oai:repositorio.ufsc.br:123456789/214741Repositório de PublicaçõesPUBhttp://150.162.242.35/oai/requestopendoar:23732020-10-21T21:09:15Repositório Institucional da UFSC - Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC)false
dc.title.none.fl_str_mv Dieta e nicho trófico de comunidades pesqueiras da Baía Babitonga (SC)
title Dieta e nicho trófico de comunidades pesqueiras da Baía Babitonga (SC)
spellingShingle Dieta e nicho trófico de comunidades pesqueiras da Baía Babitonga (SC)
Cunha, Suelen Maria Beeck da
Ecologia
Pescadores
Segurança alimentar
Recursos pesqueiros
title_short Dieta e nicho trófico de comunidades pesqueiras da Baía Babitonga (SC)
title_full Dieta e nicho trófico de comunidades pesqueiras da Baía Babitonga (SC)
title_fullStr Dieta e nicho trófico de comunidades pesqueiras da Baía Babitonga (SC)
title_full_unstemmed Dieta e nicho trófico de comunidades pesqueiras da Baía Babitonga (SC)
title_sort Dieta e nicho trófico de comunidades pesqueiras da Baía Babitonga (SC)
author Cunha, Suelen Maria Beeck da
author_facet Cunha, Suelen Maria Beeck da
author_role author
dc.contributor.none.fl_str_mv Universidade Federal de Santa Catarina
dc.contributor.author.fl_str_mv Cunha, Suelen Maria Beeck da
dc.contributor.advisor1.fl_str_mv Hanazaki, Natália
dc.contributor.advisor-co1.fl_str_mv Cremer, Marta Jussara
contributor_str_mv Hanazaki, Natália
Cremer, Marta Jussara
dc.subject.classification.none.fl_str_mv Ecologia
Pescadores
Segurança alimentar
Recursos pesqueiros
topic Ecologia
Pescadores
Segurança alimentar
Recursos pesqueiros
description Dissertação (mestrado) - Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Ciências Biológicas, Programa de Pós-Graduação em Ecologia, Florianópolis, 2019
publishDate 2019
dc.date.issued.fl_str_mv 2019
dc.date.accessioned.fl_str_mv 2020-10-21T21:09:15Z
dc.date.available.fl_str_mv 2020-10-21T21:09:15Z
dc.type.status.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/publishedVersion
dc.type.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/masterThesis
format masterThesis
status_str publishedVersion
dc.identifier.uri.fl_str_mv https://repositorio.ufsc.br/handle/123456789/214741
dc.identifier.other.none.fl_str_mv 363682
identifier_str_mv 363682
url https://repositorio.ufsc.br/handle/123456789/214741
dc.language.iso.fl_str_mv por
language por
dc.rights.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/openAccess
eu_rights_str_mv openAccess
dc.format.none.fl_str_mv 95 p.| il., gráfs., tabs.
dc.source.none.fl_str_mv reponame:Repositório Institucional da UFSC
instname:Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC)
instacron:UFSC
instname_str Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC)
instacron_str UFSC
institution UFSC
reponame_str Repositório Institucional da UFSC
collection Repositório Institucional da UFSC
bitstream.url.fl_str_mv https://repositorio.ufsc.br/bitstream/123456789/214741/-1/PECO0145-D.pdf
bitstream.checksum.fl_str_mv 762efcb9aab8e7c4dcea8fdee94458cf
bitstream.checksumAlgorithm.fl_str_mv MD5
repository.name.fl_str_mv Repositório Institucional da UFSC - Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC)
repository.mail.fl_str_mv
_version_ 1766805160258961408