Jornalismo vigilante sob vigilância: vulnerabilidades e potencialidades do jornalismo investigativo brasileiro

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Torres, Ricardo José
Data de Publicação: 2020
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFSC
Texto Completo: https://repositorio.ufsc.br/handle/123456789/216623
Resumo: Tese (doutorado) - Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Comunicação e Expressão, Programa de Pós-Graduação em Jornalismo, Florianópolis, 2020.
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spelling Universidade Federal de Santa CatarinaTorres, Ricardo JoséChristofoletti, RogérioLima, Samuel Pantoja2020-10-21T21:32:09Z2020-10-21T21:32:09Z2020369754https://repositorio.ufsc.br/handle/123456789/216623Tese (doutorado) - Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Comunicação e Expressão, Programa de Pós-Graduação em Jornalismo, Florianópolis, 2020.O contexto atual de vigilância comunicacional em meios digitais exige dos jornalistas investigativos um senso permanente de sua vulnerabilidade e a adoção de uma cultura de segurança digital. Jornalistas que desenvolvem investigações jornalísticas sobre temas sensíveis enfrentam as possibilidades de intervenção relacionadas à vigilância das comunicações, interceptação e armazenamento de dados pessoais e o monitoramento de ações jornalísticas no ecossistema digital. A partir desse panorama, o presente estudo é orientado pelo seguinte problema de pesquisa: diante da vigilância digital massiva realizada por governos e corporações, quais são as principais vulnerabilidades e potencialidades do jornalismo investigativo brasileiro? Parte-se dos seguintes pressupostos: a investigação jornalística transpassada pelas possibilidades tecnológicas pode ser limitada por ferramentas de vigilância comunicacional; as ferramentas de comunicação digital facilitam a projeção de ações ligadas ao jornalismo, ao ativismo e de hacktivistas e, ao mesmo tempo, fazem emergir a urgência da proteção das comunicações e fontes dos jornalistas; a desproporção entre a capacidade de vigilância do Estado e de grandes corporações transnacionais em relação ao jornalismo gera consequências nocivas à democracia. Nosso principal objetivo é examinar ações que envolvem o jornalismo investigativo, apontando potencialidades e vulnerabilidades no ecossistema digital. Os objetivos específicos são observar a emergência de tensionamentos impostos pela vigilância relacionados ao jornalismo investigativo, verificar implicações resultantes da possibilidade de intrusão comunicacional na atividade jornalística contemporânea e defender a necessidade de estímulos e convenções relacionadas com a formatação de uma cultura de riscos digitais para jornalistas. O percurso metodológico adotado está organizado em quatro etapas distintas. Inicialmente, desenvolvemos uma pesquisa exploratória e revisão bibliográfica que discute questões teóricas e delimita os caminhos metodológicos mais adequados aos objetivos. Na sequência, realizamos o mapeamento de casos concretos e ações jornalísticas relacionadas às diferentes formas de vigilância digital realizadas em contextos distintos a partir de apontamentos e condutas indicadas em relatórios de agressões à jornalistas e ataques à liberdade de imprensa. Na terceira etapa, selecionamos jornalistas investigativos para realização de entrevistas em profundidade, três para validação do roteiro de perguntas e seis para a efetivação da técnica de pesquisa. Em seguida, avaliamos as entrevistas por meio de protocolos e ferramentas de análise, elencando os aspectos percebidos, adequados e negligenciados nas investigações jornalísticas realizadas em espaços digitais potencialmente vigiados. Na quarta etapa, utilizamos a técnica de pesquisa survey, baseada na amostragem bola de neve (GOODMAN, 1961), para aplicação de 78 questionários a jornalistas investigativos ligados à abordagem de assuntos sensíveis, sendo que 60 foram validados. Os resultados apontam as ações que estão sendo desenvolvidas, assim como as lacunas e problemáticas que envolvem a vigilância digital, o vazamento de dados e o acesso às novas fontes de informação no ambiente digital. Também apresentam práticas jornalísticas relevantes em matéria de vigilância das comunicações, aspectos negligenciados pelos profissionais, identificação de ferramentas e condutas para minimização da intrusão comunicacional, vulnerabilidades e possibilidades presentes nas investigações jornalísticas contemporâneas.Abstract: The current context of communicational surveillance in digital media requires investigative journalists to have a permanent sense of their vulnerability and to adopt a culture of digital security. Journalists who develop journalistic investigations on sensitive topics face the possibilities of intervention related to the surveillance of communications, interception and storage of personal data and the monitoring of journalistic actions in the digital ecosystem. Based on this panorama, the present study is guided by the following research problem: before the massive digital surveillance carried out by governments and corporations, what are the main vulnerabilities and potential of Brazilian investigative journalism? It starts from the following assumptions: journalistic investigation permeated by technological possibilities can be limited by communicational surveillance tools; digital communication tools facilitate the projection of actions related to journalism, activism and hacktivists and, at the same time, bring out the urgency of protecting journalists' communications and sources; the disproportion between the surveillance capacity of the state and that of large transnational corporations in relation to journalism has harmful consequences for democracy. Our main objective is to examine actions that involve investigative journalism, pointing out potentials and vulnerabilities in the digital ecosystem. The specific objectives are to observe the emergence of tension imposed by surveillance related to investigative journalism, to verify implications resulting from the possibility of communicational intrusion in contemporary journalistic activity and to defend the need for stimuli and conventions related to the formatting of a culture of digital risks for journalists. The methodological path adopted is organized in four distinct stages. Initially, we developed an exploratory research and bibliographic review that discusses theoretical issues and delimits the most appropriate methodological paths to the objectives. Then, we mapped concrete cases and journalistic actions related to the different forms of digital surveillance carried out in different contexts based on notes and conduct indicated in reports of attacks on journalists and attacks on press freedom. In the third stage, we selected investigative journalists to conduct in-depth interviews, three to validate the questionnaire and six to carry out the research technique. Then, we evaluated the interviews using protocols and analysis tools, listing the aspects perceived, adequate and neglected in the journalistic investigations carried out in potentially monitored digital spaces. In the fourth stage, we used the survey research technique, based on snowball sampling (GOODMAN, 1961), for the application of 78 questionnaires to investigative journalists linked to the approach of sensitive subjects, 60 of which were validated. The results point to the actions that are being developed, as well as the gaps and problems that involve digital surveillance, data leakage and access to new sources of information in the digital environment. They also present relevant journalistic practices in terms of surveillance of communications, aspects neglected by professionals, identification of tools and conducts to minimize communicational intrusion, vulnerabilities and possibilities present in contemporary journalistic investigations285 p.porJornalismo eletrônicoJornalismoJornalistasJornalismo vigilante sob vigilância: vulnerabilidades e potencialidades do jornalismo investigativo brasileiroinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisreponame:Repositório Institucional da UFSCinstname:Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC)instacron:UFSCinfo:eu-repo/semantics/openAccessORIGINALPJOR0149-T.pdfPJOR0149-T.pdfapplication/pdf4786082https://repositorio.ufsc.br/bitstream/123456789/216623/-1/PJOR0149-T.pdf8c7a7a4efbd900bd86e69142989a6423MD5-1123456789/2166232020-10-21 18:32:10.043oai:repositorio.ufsc.br:123456789/216623Repositório de PublicaçõesPUBhttp://150.162.242.35/oai/requestopendoar:23732020-10-21T21:32:10Repositório Institucional da UFSC - Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC)false
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