Biomarcadores inflamatórios e de metilação do DNA em crianças com obesidade

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Linhares, Rose Marie Mueller
Data de Publicação: 2018
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFSC
Texto Completo: https://repositorio.ufsc.br/handle/123456789/193461
Resumo: Tese (doutorado) - Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Ciências da Saúde, Programa de Pós-Graduação em Ciências Médicas, Florianópolis, 2018.
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spelling Biomarcadores inflamatórios e de metilação do DNA em crianças com obesidadeCiências médicasObesidade em criançasInflamaçãoMetilação de DNATese (doutorado) - Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Ciências da Saúde, Programa de Pós-Graduação em Ciências Médicas, Florianópolis, 2018.INTRODUÇÃO: A prevalência da obesidade infantil está crescendo em quase todos os países nas últimas três décadas, incluindo o Brasil. Fatores genéticos e ambientais contribuem para este quadro global. O sistema imune e a obesidade apresentam uma interação complexa e bidirecional e a associação entre o ganho de peso e a resposta inflamatória sistêmica envolve modificações epigenéticas. A alteração do metabolismo da glicose nas crianças com sobrepeso e obesidade tem início insidioso com a alteração da sinalização e secreção da insulina pela glico e lipotoxicidade inicialmente nas células beta pancreáticas. A ativação de fatores pró-inflamatórios secretados pelo tecido adiposo por sua vez acarreta estresse oxidativo nos demais tecidos que por sua vez prejudicam a sinalizac¸a~o da insulina levando à hiperglicemia. A hiperglicemia crônica contribui para a alteração da metilação do DNA, resultando em mudanças epigenéticas. Estudos recentes mostram que a hiperglicemia crônica pode acarretar neuroinflamação repercutindo sobre a fisiologia do hipocampo, o que poderia contribuir para neurodegeneração, declínio cognitivo e eventualmente um quadro demencial. A determinação de biomarcadores pode ajudar no diagnóstico, desenvolvimento de modelos prognósticos, identificação de alvos terapêuticos para crianças obesas. MÉTODOS: Comparou-se os níveis de proteina C reativa ultra sensível (PCR-US), interleucina 1? (IL-1?), neopterina, metilação de DNA, ácido ascórbico no soro e do fator neuroprotetor REST em linfócitos de sangue periférico de crianças obesas (n=36) e de crianças não obesas (n=17) acompanhadas no ambulatório de pediatria do Hospital Universitário da UFSC e Hospital Infantil Joana de Gusmão (HIJG) em Florianópolis. RESULTADOS: Houve um aumento nos níveis de metilação global do DNA, redução na expressão do fator REST e aumento na metilação do seu promoter em linfócitos do sangue de crianças com obesidade, em comparação às crianças eutróficas. Observou-se uma redução nos níveis séricos de ácido ascórbico das crianças com obesidade. Não houve diferença significativa nos níveis séricos de PCR-US entre as crianças obesas e não obesas. Crianças obesas apresentaram uma tendência para níveis séricos mais elevados de IL-1? e níveis mais baixos de neopterina, mas esta diferença não se manteve significativa após a correção para a distribuição das demais variáveis demográficas, clínicas e laboratoriais. Houve uma associação negativa e independente entre os níveis séricos de neopterina e de LDLc e a idade. Houve uma associação positiva e independente entre os níveis sérios de IL-1? e pressão arterial diastólica nas crianças estudadas. CONCLUSÃO: A obesidade em crianças está associada à um aumento da metilação de DNA redução na expressão do fator REST e aumento na metilação do seu promoter em linfócitos do sague periférico. Níveis séricos de ácido ascórbico estão reduzidos nas crianças obesas, porém os níveis de PCR-US, IL-1 ? e neopterina não estão associados de forma independente à obesidade em crianças. Entretanto os níveis séricos de neopterina estão associados negativamente aos níveis de LDLc e idade e os níveis séricos de IL-1 ? positivamente associados à pressão arterial diastólica. Os mecanismos envolvidos nestes achados necessitam ser investigados.Abstract : BACKGROUND: The prevalence of obesity in children is increasing worldwide, including in Brazil. Genetic and environmental factors contribute to this outcome. The immune system and obesity present a complex and bidirectional interaction and the relationship between weight gains and inflammation involves epigenetic mechanisms. The glucose metabolism impairmnet in overweight and obese children begins with alteration of insulin signaling and secretion by glyco and lipotoxicity. This occurs insidiously first in the pancreatic beta cells, and then in other tissues, resulting in the activation of pro-inflammatory factors secreted by adipose tissue leading to a systemic oxidative stress. This process, mediated by oxidative stress and by these inflammatory cytokines impairs the insulin signaling mechanisms. This chronic hyperglycemia state is also responsible for the alteration of DNA methylation and epigenetic changes. Chronic hyperglycemia may cause a neuroinflammation state affecting the hippocampal neurons that may contribute to neurodegeneration and dementia. Biomarkers identification may help the diagnosis, prognostic models development and identification of therapeutic targets for obese children. METHODS: We compared the levels of ultra-sensitive reactive protein C (US-RCP), interleukin 1? (IL-1?), neopterin, and ascorbic acid in the serum and levels of DNA methylation, REST factor in the lymphocytes of peripheral blood of obese (n=36) and non-obese children (n=17) followed at pediatric out clinic of Hospital Universitário da UFSC e Hospital Infantil Joana de Gusmão (HIJG) em Florianópolis. RESULTS: Obese children showed higher levels of Global DNA methylation, lower levels of REST factor and increased methylation of REST promoter in their peripheral lymphocytes. There were lower serum levels of ascorbic acid. Obese children showed a trend for higher levels of serum IL-1? and lower levels of sérum Neopterin but this trend remain not significant after correction for imbalances in the demographic, clinical and laboratory variables. There was a negative and independent association between serum levels of neopterine and LDLc levels and age. There was an independent association between the serum levels of IL-1? the diastolic arterial blood pressure. CONCLUSIONS: There are higher levels of DNA methylation, lower levels of REST and higher levels of its methylation in the peripheral blood lymphocytes of obese children. Serum ascorbic acid levels are reduced in the obese children. The serum levels of US-RCP, IL-1 ? and neopterine are not independently associate with obesity in children. Serum levels of neopterin are independently and negatively associated with LDLc levels and age. Serum levels of IL-1 ? are independently and positively associated with diastolic arterial blood pressure. The mechanisms involved in these findings deserve further investigations.Walz, RogerUniversidade Federal de Santa CatarinaLinhares, Rose Marie Mueller2019-02-22T04:01:22Z2019-02-22T04:01:22Z2018info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesis136 p.| il., gráfs., tabs.application/pdf355493https://repositorio.ufsc.br/handle/123456789/193461porreponame:Repositório Institucional da UFSCinstname:Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC)instacron:UFSCinfo:eu-repo/semantics/openAccess2019-02-22T04:01:22Zoai:repositorio.ufsc.br:123456789/193461Repositório InstitucionalPUBhttp://150.162.242.35/oai/requestopendoar:23732019-02-22T04:01:22Repositório Institucional da UFSC - Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC)false
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