Um sobre-ensaio de cegos
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Data de Publicação: | 2008 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional da UFSC |
Texto Completo: | http://repositorio.ufsc.br/xmlui/handle/123456789/91229 |
Resumo: | Dissertação (mestrado) - Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Comunicação e Expressão. Programa de Pós-Graduação em Literatura |
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Um sobre-ensaio de cegosLiteraturaEstéticaBiopoliticaEstado de excecaoDissertação (mestrado) - Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Comunicação e Expressão. Programa de Pós-Graduação em LiteraturaUm sobre-ensaio de cegos é tentativa de leitura das alegorias de Ensaio sobre a cegueira de José Saramago, que por sua vez, apresenta leitura do real em imagens textuais, reunindo elementos de vários contextos. Explora uma condição petrificada do homem chamada #natureza humana# em uma sociedade que se move centralizando exageradamente imagens visuais fantasmáticas. O primeiro capítulo deste sobre-ensaio trata de uma estética agregadora de sensibilidades e pensamentos. A cegueira é metonímia a abarcar uma #anestética# que afeta todos os sentidos. A crítica do escritor português perfila diversos âmbitos da sociedade em cada cego protagonista tangenciando diferentes dispositivos a engendrar identidades. É microcosmo a comportar muitos exemplares do macrocosmo. No terceiro capítulo Ensaio sobre a cegueira dialoga com Informe sobre ciegos de Ernesto Sábato, tomando como linha mestra, não sem desvios, a questão da forma que aprisiona, captura o corpo em essências, identidades, inscrito por uma lógica de significado formal. Este excesso de forma é desejo de abjeto #informe#. #Informe# no dicionário crítico de Georges Bataille é forma sempre em formação, que escorre em direção eterna à outra-coisa-de-si. No terceiro capítulo outra interlocução convida a um desvio no diálogo: O mez da grippe de Valêncio Xavier que a partir de seu gênero indefinível também não se paralisa em forma estática. Uma epidemia de Influenza evidente na morte em série é negada nas informações e discursos oficiais que se contradizem nas tomadas de providências. Em Ensaio sobre a cegueira, ao contrário, autoridades estatais e militares fazem alarde da epidemia de cegueira trancafiando a população em espaços públicos que se transformam em cárceres com o pretexto de fazer viver, mas com intuito de deixar morrer. Nas duas narrativas uma biopolítica neutraliza o direito, neutralizando, assim, o espaço público e o privado. Um estado de exceção toma forma e a morte é trivializada, sem tempo para a reflexão. Nas três narrativas percebem-se possibilidades de contradispositivos que façam a vida saltar das ruínas em direção à plenitude. Em Ensaio sobre a cegueira seria uma micropolítica receptiva à alteridade, em Informe sobre ciegos uma profanação das formas de vida transformadas em princípio de identidade. Em O mez da grippe seria uma arqueologia da memória funcionando como testemunho dos dispositivos que manipulam a vida tanto quanto banalizam a morte.Florianópolis, SCAndrade, Ana LuizaUniversidade Federal de Santa CatarinaOliveira, Sandra Regina de2012-10-23T20:11:47Z2012-10-23T20:11:47Z20082008info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdf249668http://repositorio.ufsc.br/xmlui/handle/123456789/91229porreponame:Repositório Institucional da UFSCinstname:Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC)instacron:UFSCinfo:eu-repo/semantics/openAccess2013-05-05T11:29:27Zoai:repositorio.ufsc.br:123456789/91229Repositório InstitucionalPUBhttp://150.162.242.35/oai/requestopendoar:23732013-05-05T11:29:27Repositório Institucional da UFSC - Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC)false |
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