Contribuições do comportamento acústico do boto-da-tainha (Tursiops truncatus) para o entendimento da interação entre botos e pescadores em Laguna, Santa Catarina
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Data de Publicação: | 2015 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional da UFSC |
Texto Completo: | https://repositorio.ufsc.br/xmlui/handle/123456789/135387 |
Resumo: | Dissertação (mestrado) - Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Ciências Biológicas, Programa de Pós-Graduação em Ecologia, Florianópolis, 2015. |
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Contribuições do comportamento acústico do boto-da-tainha (Tursiops truncatus) para o entendimento da interação entre botos e pescadores em Laguna, Santa CatarinaEcologiaBoto (Mamífero aquático)Laguna (SC)BioacusticaSom produzido por animaisDissertação (mestrado) - Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Ciências Biológicas, Programa de Pós-Graduação em Ecologia, Florianópolis, 2015.Após décadas de estudos em cativeiro, nos últimos anos os avanços no conhecimento sobre a bioacústica dos odontocetos têm contado com estudos com animais de vida livre. Tais estudos permitem a investigação da influência de aspectos comportamentais e sociais no repertório acústico destes animais, possibilitando a compreensão sobre como os sinais acústicos são usados e como o comportamento e as relações sociais os influenciam. Buscando contribuir com estas investigações, o presente trabalho estudou uma população residente de Tursiops truncatus que apresenta um comportamento peculiar e tem sua organização social conhecida. Os botos-da-tainha, como são conhecidos na região, habitam o complexo estuarino situado na cidade de Laguna, sul do Brasil. O nome popular da espécie se deve ao comportamento de pesca cooperativa que realizam, interagindo com pescadores artesanais. Somente alguns botos realizam este comportamento, determinando parte da estrutura social modular da população. Assim, esta população representa um excelente modelo para se investigar a influência dos fatores comportamentais e sociais no repertório acústico da espécie. Para tanto, entre 2010 e 2011, foram gravados os sons produzidos pelos botos durante com e sem a participação dos pescadores, para avaliar possíveis variações nas emissões sonoras. Os registros foram feitos com um hidrofone Aquarium AQ-9, com capacidade de captação de frequência entre 0,01 e 100 kHz, e um gravador Sony DAT PCM-M1 (48 kHz), com frequência de amostragem em 22 kHz. Os sons foram digitalizados e analisados através do programa Raven Lite versão 1.0. Posteriormente, entre 2013 e 2014, os registros da população foram feitos com o mesmo hidrofone acoplado a um gravador digital portátil Sony PCM-M10 (96 kHz), com frequência de amostragem em 48 kHz, associado ao registro fotográfico dos botos gravados, para posterior foto-identificação. Os sons deste período foram analisados através do programa Raven Pro 1.5. As análises de ambos os períodos focaram em dois tipos de emissões sonoras: ecolocalização e assobios, e os resultados são aqui apresentados em dois capítulos. No primeiro capítulo, os assobios foram analisados através do teste do qui-quadrado (?²), para verificar se há diferença na taxa de emissão de cada tipo de assobio que permita distinguir situações de forrageio com e sem interação com os pescadores; e através dos testes de PCA, DFA e MANOVA, para investigar se os assobios da pesca cooperativa podem ser diferenciados, por parâmetros acústicos, dos assobios produzidos durante outras estratégias de forrageio, bem como a possibilidade de diferenciação dos assobios por módulo social da população. Os resultados mostram que a maioria dos assobios produzidos pelos botos-da-tainha são descendentes e ascendentes, com o predomínio de assobios descendentes durante a pesca cooperativa. Os parâmetros acústicos analisados (frequência inicial, frequência final, frequência máxima, frequência mínima, duração, número de pontos de inclinação e número de inflexões) permitiram distinguir os assobios por módulos sociais e estratégia de forrageio. Para o segundo capítulo, a ecolocalização foi avaliada pelo teste de permutação e pelo teste t pareado. Como resultado, encontrou-se que a ecolocalização foi mais utilizada durante a pesca cooperativa e, neste comportamento, houve mais emissão deste som em momentos em que as redes de pesca foram lançadas na água. Tal padrão de uso de ecolocalização deve-se ao comportamento de pesca cooperativa, não sendo uma característica de carater individual. Assim, havendo modelagem do repertório acústico dos botos-da-tainha devido à pesca cooperativa, estes resultados se somam aos esforços para compreender as características desta interação entre botos e pescadores, bem como servem para subsidiar medidas de conservação da população e do comportamento peculiar que apresentam, principalmente no que se refere a ameaças acústicas causadas por poluição sonora antrópica. Além disso, conhecendo os parâmetros acústicos dos assobios que variam entre as atividade de forrageio e na manutenção das relações sociais dos botos, é possível avançar na compreensão da transmissão de informações através destes sons.<br>Abstract : After decades of studies in captivity, the progresses in knowledge about bioacoustics of odontoceti in last years have counting with studies with free-ranging animals. These studies permit the investigation about behavioral and social influence in acoustic repertoire of these animals, enabling the comprehension about how acoustics signals are used and in which aspects they vary on the behavior and social relations influence. In collaboration to these investigations, the present paper studied a Tursiops truncatus resident population, that present a unique behavior and their social organization is known. ?Botos-da-tainha?, how are called the bottlenose dolphins in the region, inhabit the estuarine complex localized in Laguna city, south Brazil. The popular name of specie is due to cooperative fishery behavior that they present, interacting with artisanal fishermen. Only some bottlenose dolphins present this behavior, determining part of social modulated structure of population. Thus, these bottlenose dolphins are an excellent model to investigate influence of both factors behavioral and social in the acoustic repertoire. In this way, initially, between 2010 and 2011, were recorded sounds produced by bottlenose dolphins during cooperative fishery and foraging without fishermen participation, to evaluate possible variations in sonorous emissions. The records were made with a hydrophone Aquarium AQ-9, with frequency response at 0.01 to 100 kHz, and a recorder Sony DAT PCM-M1 (48 kHz), with upper frequency limit of 22 kHz. The sounds were digitized and analyzed through software Raven Lite version 1.0. Posteriorly, between 2013 and 2014, population records were made with the same hydrophone connected to digital portable recorder Sony PCM-M10 (96 kHz), with upper frequency limit of 48 kHz, and associated with photographic records of recorded bottlenose dolphins, to posterior photo-identification. The sounds of this period were analyzed through software Raven Pro 1.5. Analysis of both periods focus on two kinds of sonorous emissions: echolocation and whistles, and results are here presented in two chapters. In the first chapter, whistles were analyzed through of qui-square test (?²), to verify if there is difference in repertoire used during cooperative fishery comparing with foraging without interaction with fishermen; and through PCA, DFA and MANOVA tests, to investigate if cooperative fishery whistles could be differentiated, by their acoustics parameters, of whistles produced during others foraging strategies, as well as possible differentiation of whistles by social module of population. We found that bottlenose dolphins emit, principally, descending and ascending whistles, with prevalence of descending whistles during cooperative fishery. Acoustic parameters used (beginning frequency, end frequency, maximum frequency, minimum frequency, duration, number of inclination points and number of inflections) permit distinguish whistles by social module and foraging strategy. For second chapter, echolocation was evaluated by permutation test and paired t test. As a result, we found that echolocation was more used during cooperative fishery and, in this behavior, there been more emission of this sound in moments that fishery nets were casted in water. This use pattern of echolocation is due to behavior of cooperative fishery, do not being an individual character characteristic. Thus, there being acoustic repertoire modelling of ?botos-da-tainha? due to cooperative fishery, these results sum at effort to understand characteristics of this interaction between dolphins and fishermen, as well as help to subsidize conservation measures to the population and unique behavior that they present, principally with relation to acoustic threats caused by anthropic sonorous pollution. Moreover, known the acoustical parameter that varies between foraging activities and in relationship maintenance of bottlenose dolphins, it is possible progressing in transmission comprehension of information through these sounds.Daura-Jorge, Fábio GonçalvesSimões-Lopes, Paulo César de AzevedoUniversidade Federal de Santa CatarinaRomeu, Bianca2015-10-06T04:06:38Z2015-10-06T04:06:38Z2015info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesis100 p.| il., grafs., tabs.application/pdf334682https://repositorio.ufsc.br/xmlui/handle/123456789/135387porreponame:Repositório Institucional da UFSCinstname:Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC)instacron:UFSCinfo:eu-repo/semantics/openAccess2015-10-06T04:06:38Zoai:repositorio.ufsc.br:123456789/135387Repositório InstitucionalPUBhttp://150.162.242.35/oai/requestopendoar:23732015-10-06T04:06:38Repositório Institucional da UFSC - Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC)false |
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