O que pode a música do Arma-Zen?: relações entre o rap, o bairro e a cidade
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2014 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional da UFSC |
Texto Completo: | https://repositorio.ufsc.br/xmlui/handle/123456789/128861 |
Resumo: | Dissertação (mestrado) - Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Filosofia e Ciências Humanas, Programa de Pós-Graduação em Psicologia, Florianópolis, 2014 |
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O que pode a música do Arma-Zen?: relações entre o rap, o bairro e a cidadePsicologiaMusicaAspectos políticosEstéticaRAPDissertação (mestrado) - Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Filosofia e Ciências Humanas, Programa de Pós-Graduação em Psicologia, Florianópolis, 2014Esta pesquisa buscou investigar o potencial estético-político da música apartir do grupo de Rap Arma-Zen, da periferia de Florianópolis, e suarelação de visibilidade e invisibilidade com outros coletivos,comunidades, bairros e a cidade. Partimos do referencial pósestruturalistade Jacques Rancière para construir a discussão estéticopolítica que questiona/desorganiza a configuração social vigente, epressupõe fazer ouvir a voz, que até então se fazia ruído, a voz dosexcluídos na busca pela igualdade de direitos. A partir de Rancièredebatemos a história do Arma-Zen, o lugar no in between entre contadoe não contado, suas performances, shows e debates. E nos encontramoscom a perspectiva histórico-dialética de Vigotski, Bakhtin e Vázquez,que nos deram subsídios para entender estética como uma relação deestranhamento com a realidade. Por este viés trabalhamos a música, seustemas e a composição das letras e dos movimentos corporais.Compreendemos que existe uma divergência entre os pressupostosteóricos e epistemológicos entre os autores. Nesse sentido, a presençadestes autores é um esforço de trazer uma reflexão do campo público dapolítica para singular dos sujeitos e da música, no entanto, sem reduzilose respeitando suas divergências. O método desta pesquisa foi decunho etnográfico, no qual transitamos por espaços, construímosrelações, trocamos experiências, atentando-se aos discursos, ações,valores e visões de mundo. As ferramentas metodológicas foram:observação participante de ensaios, shows e debates do grupo; pesquisadocumental em vídeos, sites, redes sociais, notícias e letras de músicas;e uma entrevista com o grupo. Para proceder a análise das informações,trabalhamos a construção de temas e, a partir destes, a construção decategorias. A cidade nos permitiu pensar sobre as visibilidades einvisibilidades do Arma-Zen que circula pelas periferias, teatros,universidades e casas noturnas, buscando espaços de visibilidade.Florianópolis, para o Arma-Zen, é música, o grupo canta sobre a cidade,denunciando desigualdades, miséria e violências, destoando das belaspraias e da visão de um lugar exclusivamente turístico e bom de viverpropagandeado pela mídia. O Arma-Zen quer mostrar a periferia(valorizada e criticada), a violência, a desigualdade, a poluição, asinvisibilidades e ruídos, aquilo que se não quer ver, ouvir e pensar sobre.Em um mesmo território é possível não ter voz e, em seguida, ter vozquando as partilhas do sensível são reconfiguradas. A possibilidades damúsica de tensionar as partilhas dos espaços instaurados na cidadedependem de como o Rap do Arma-Zen mobiliza modos de ser, pensar eagir que atravessam suas músicas, performances, apresentações, debates,festas, parcerias, gestos e outras linguagens. Possibilidades estas deredistribuir as vozes das periferias entre visíveis e invisíveis, levando-asa ocupar espaços historicamente negados, produzindo resistências nocontexto urbano e provocando dissensos na partilha. Uma vezrepartilhados, estes novos modos do sensível rapidamente sãoabsorvidos pela ordem em normas, regras e lugares sociais.<br>This research has tried to investigate the music`s aesthetic-politicalpotential from a Rap group called Arma-Zen from Florianopolis and itsrelation to visibility and invisibility with other collectives, communities,neighborhoods and city. We start from Jacques Rancière`s poststructuralistframework to build a discussion between aesthetics andpolitics which questions/disrupts existing social setting, and presupposesto make the voice to be listening, a voice witch until then was noise, thevoice of minorities in the quest for equal rights. From Rancière we arediscussing Arma-Zen history, the place in in between, between countedand not counted their performances, concerts and debates. And we metwith the historical-dialectical perspective of Vygotsky, Bakhtin andVazquez, who gave us subsidies for understanding aesthetics as arelationship of estrangement from reality. By this bias we worked withthe music, with the themes of the songs and with songwriting and bodymovements. We understand that there is a discrepancy betweentheoretical and epistemological assumptions of the authors, so thepresence of these authors is an effort to bring a reflection of the publicrealm of politics to natural subjects and music, however, withoutreducing the authors and without forcing the dialogue to differentconcepts. This research?s method was close to an ethnographic study inwhich we transition by spaces, build relationships, exchangeexperiences, paying attention to those speeches, actions, values andworldviews. The methodological tools were participant observation ofrehearsals, concerts, debates and group activities in general;documentary research in videos, websites, social networking, news andlyrics, and an interview with the group that emerged in the vicinity ofFlorianopolis. To carry out analysis of information, we worked onthemes constructions and, from these, we build categories. The cityallowed us to think about the visibility and invisibility of Arma-Zen thatcirculate through neighborhoods, theaters, universities and clubs,seeking spaces of visibility. Florianopolis to Arma-Zen, is music, thegroup sings about the city, denouncing inequalities, poverty andviolence, diverging from the beautiful beaches and the vision of anexclusively touristic and good place to live touted by the media. Arma-Zen wants to show the periphery (valued and criticized), violence,inequality, pollution, noise and invisibility, what you do not want to see,hear and think about. In the same territory is not possible to have a voiceand then have a voice when sensitive share is reconfigured. The musicpossibilities to reconfigure the shares of opened spaces in the citydepend on how the Arma-Zen Rap mobilizes ways of being, thinkingand acting that cross their songs, performances, presentations, debates,parties, partnerships, gestures and other languages. These possibilitiesare to redistribute the voices of the peripheries between visible andinvisible, leading them to occupy spaces historically denied, producingresistances in the urban context and causing dissension in sharing. Onceshared, these new sensitive modes are rapidly absorbed in the ordernorms, rules and social places.Maheirie, KátiaUniversidade Federal de Santa CatarinaBraga, Tainá Wandelli2015-02-05T20:25:31Z2015-02-05T20:25:31Z2014info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesis175 p.| il.application/pdf327318https://repositorio.ufsc.br/xmlui/handle/123456789/128861porreponame:Repositório Institucional da UFSCinstname:Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC)instacron:UFSCinfo:eu-repo/semantics/openAccess2015-02-05T20:25:31Zoai:repositorio.ufsc.br:123456789/128861Repositório InstitucionalPUBhttp://150.162.242.35/oai/requestopendoar:23732015-02-05T20:25:31Repositório Institucional da UFSC - Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC)false |
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