Interfaces dos aspectos estruturais, organizacionais e relacionais do trabalho de enfermagem e o desgaste do trabalhador

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Gelbcke, Francine Lima
Data de Publicação: 2002
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFSC
Texto Completo: http://repositorio.ufsc.br/xmlui/handle/123456789/84216
Resumo: Tese (doutorado) - Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Ciências da Saúde. Programa de Pós-Graduação em Enfermagem.
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spelling Interfaces dos aspectos estruturais, organizacionais e relacionais do trabalho de enfermagem e o desgaste do trabalhadorEnfermagemTrabalhoOrganizaçãoEnfermeirosSaudeTrabalhadoresSaudeTese (doutorado) - Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Ciências da Saúde. Programa de Pós-Graduação em Enfermagem.Neste estudo, fundamentado no materialismo histórico e dialético e com uma abordagem qualitativa,busco indicar o que, na organização do trabalho da enfermagem, em seus aspectos estruturais, organizacionais e relacionais, tem sido determinante do processo de desgaste dos trabalhadores de enfermagem, a partir da sua percepção, além de refletir sobre estratégias de re-organização do trabalho da enfermagem, no sentido de minimizar o processo de desgaste físico e psíquico dos trabalhadores. A apreensão dos dados empíricos foi realizada junto aos trabalhadores de enfermagem de duas instituições de saúde, uma de caráter público e outra de caráter privado, na região sul do país, utilizando a triangulação de dados: entrevista, observação e análise documental, como processo de validação. A partir deste estudo, pude confirmar a tese de que os aspectos estruturais, mesmo sendo diretamente responsáveis pela precarização da vida de um modo geral, aparecem menos no discurso dos trabalhadores do que os aspectos organizacionais e relacionais, como determinantes do processo de desgaste. Entre os aspectos estruturais, foram apontados, principalmente, a sobrecarga de trabalho decorrente do duplo vínculo e os baixos salários, os quais são determinados pela conjuntura político-econômica, a qual também tem repercutido no sucateamento do setor saúde. O modelo assistencial que transita entre o integral e funcional, a forma como o método de assistência tem sido implementado, a rotatividade de setores e a dificuldade para as trocas de plantão, a divisão do trabalho, ainda pautada em modelos administrativos que imprimem características do trabalho parcelar e a forma como é realizada a distribuição de pessoal, relacionada aos fatores numéricos, sem considerar as características do trabalho, o papel do enfermeiro, que gera tensão entre o assistir e o gerenciar, impedindo o compartilhar de funções, como se estas fossem excludentes, as condições precárias de trabalho, quer em relação à pessoal, material e infra-estrutura, as formas de controle, tanto institucionais, quanto representadas pelo poder da gerência, são aspectos organizacionais que geram desgaste no trabalhador, tanto físico quanto psíquico. Os aspectos relacionais, entre os quais há a manifestação da subjetividade do trabalhador, são representados pela relação com o sujeito do cuidado, com a sua própria família, com a equipe multiprofissional, bem como com a equipe de enfermagem, relações estas que muitas vezes são conflituosas, gerando desgaste, mas também são motivo de alegria e prazer. Quanto às alternativas de resolução, os trabalhadores indicam, principalmente, estratégias relacionadas aos aspectos organizacionais e relacionais, como se estes estivessem mais próximos ao seu mundo concreto, mais uma vez transparecendo os aspectos estruturais como algo externo ao cotidiano de trabalho. A partir destes indicativos, como uma síntese, apresento um modelo de organização, pautado na democracia das relações, visando a expressão dos trabalhadores enquanto sujeitos multidimensionais, como atores sociais e não meros executores de tarefas delegadas, como hoje estabelece a divisão social e técnica do trabalho. Um novo modelo de organização do trabalho que tem por objetivo estabelecer relações interpessoais mais harmônicas e horizontais, buscando compartilhar saberes e fazeres, ou seja, compartilhar poder entre equipes de trabalho, bem como com os sujeitos do cuidado, confirma a necessidade de reavaliação estrutural da assistência à saúde.Florianópolis, SCLeopardi, Maria TeresaUniversidade Federal de Santa CatarinaGelbcke, Francine Lima2012-10-20T07:20:49Z2012-10-20T07:20:49Z20022002info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesis262 f.| il.application/pdf189151http://repositorio.ufsc.br/xmlui/handle/123456789/84216porreponame:Repositório Institucional da UFSCinstname:Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC)instacron:UFSCinfo:eu-repo/semantics/openAccess2013-05-01T12:23:28Zoai:repositorio.ufsc.br:123456789/84216Repositório InstitucionalPUBhttp://150.162.242.35/oai/requestopendoar:23732013-05-01T12:23:28Repositório Institucional da UFSC - Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC)false
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